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16 FEV

A montadora que continuar vendendo carros e não milhagem vai quebrar, diz fundador do Waze

O israelense Uri Levine não mede palavras para falar o que pensa sobre startups, um assunto que ele conhece bem. Um dos fundadores do Waze, Levine, que surge com 2 startups novas todos os anos, esteve no Brasil nesta sexta-feira (15) para participar da Campus Party.

Bastante polêmico e crítico, o empreendedor em série falou sobre o processo de criação de startups — e por que muitas delas falham. “O único caminho correto para uma startup é gerar valor. Se você não entender como fazer isso, sua ideia vai morrer”, disse Levine a um auditório lotado.

De acordo com ele, uma startup de sucesso consegue entender um problema que muitas pessoas têm, qual é a percepção desses usuários e, ao focar no problema, criar uma solução que será adotada. “Se você não falar com as pessoas, vai acabar criando uma solução para os seus próprios problemas e construir algo com o que ninguém se importa.”

Conhecido por ter criado um dos principais navegadores que tenta driblar o trânsito nas maiores cidades do mundo, Levine não poupou críticas à indústria automotiva.

“Há 100 anos, um carro da Ford fazia 8km por litro. Hoje, um carro continua fazendo 8km por litro. Mas aí surgiu o carro autônomo. A próxima geração não vai nem aprender a dirigir e se as montadoras continuarem vendendo carros e não serviço de milhagem e transporte vão quebrar”, afirmou.

Vendido por cerca de US$ 1 bilhão para o Google em 2013, o Waze é um dos aplicativos mais conhecidos e utilizados no Brasil. Levine também fundou outros apps, como Moovit, além de startups focadas em reduzir ineficiências no setor aéreo e médico.

Durante coletiva realizada antes de sua palestra, Levine foi questionado sobre as startups brasileiras que adaptam ideias globais ao mercado local, que tem um idioma e regras tarifárias bastante específicos — e se isso não atrapalha a inovação.

“Por que você está se importando com inovação?”, rebateu Levine. “O importante é gerar valor e solucionar os problemas das pessoas.”

Fonte: G1

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