A chanceler alemã, Angela Merkel, julgou neste sábado (16) de "terrível" que os Estados Unidos considerem os automóveis europeus importados como uma ameaça à segurança nacional, medida que aumentaria as tensões entre europeus e americanos.
"Se esses automóveis (...) se convertem de repente em uma ameaça à segurança dos Estados Unidos, então isso parece terrível para nós. Tudo o que posso dizer é que seria bom se conseguíssemos chegar a negociações reais", afirmou Merkel.
A indústria automobilística alemã seria a primeira afetada pelas medidas tarifárias dos Estados Unidos.
A chanceler fez estas declarações durante a Conferência de Segurança de Munique, onde o vice-presidente americano, Mike Pence, também tem que falar.
Merkel disse ainda que os carros fabricados na Bavária, sul da Alemanha, não representavam uma ameaça maior do que os mesmos veículos produzidos na Carolina do Sul, nos Estados Unidos, onde "está a maior fábrica da BMW no mundo".
O Departamento de Comércio americano concluiu que carros e materiais automotivos importados eram uma ameaça à segurança nacional dos Estados Unidos, já que enfraqueceriam a indústria automobilística, assinalaram fontes concordantes à AFP, o que poderia dar lugar a novas tarifas.
Os grupos automotivos alemães, incluindo os gigantes Volkswagen, Daimler (Mercedes Benz) e BMW exportaram, em 2018, 470 mil carros da Alemanha para os Estados Unidos, segundo dados da federação de montadoras VDA.