Segunda geração do Série 8 reúne beleza e potência (Divulgação/BMW)
Produzido entre 1989 e 1996, o BMW Série 8 foi um grande cupê de quatro lugares que mexeu com o coração dos fãs da marca na época, com seu design empolgante, faróis escamoteáveis e um motor V12 de até 380 cv.
Bebendo da mesma fonte, a segunda geração está de volta, com um carro igualmente belo, só que bem mais potente e moderno.
Pelo porte, ele briga com o Mercedes-AMG E 55 Coupé (Divulgação/BMW)
Esteticamente faz jus às agressivas linhas do híbrido i8, chamando a atenção pelo longo entre-eixos, perfil esguio e traseira alta e musculosa.
Novo Série 8 traz generosos 2,82 metros de entre-eixos282,2 cm (Divulgação/BMW)
Até visto de cima ele é arrebatador, como comprova o teto, que cria um efeito de dupla bolha (típico dos antigos carros de corrida). Como opcional, a capota é feita de plástico reforçado com fibra de carbono (CFRP).
Capota é feita de plástico com fibra de carbonocapota é feita de plástico reforçado com fibra de carbonocapota é feita de plástico reforçado com fibra de carbonocapota é feita de plástico reforçado com fibra de carbono (Divulgação/BMW)
O material também figura nos espelhos externos e no difusor traseiro. Mais comum é o alumínio, em capô, portas, suspensão dianteira e em parte da traseira.
Rodas de liga leve têm 20 polegadas (Divulgação/BMW)
Por dentro impressiona o refinamento dos materiais e a qualidade dos acabamentos. Mas também enchem os olhos a nova instrumentação digital (de 12,3 polegadas) e o novo design do largo console central.
As teclas de comando do ar-condicionado, porém, não convencem, pela sua construção pouco premium, uma crítica que já vimos no novo X5.
Difusor traseiro usa plástico reforçado com fibra de carbono (CFRP) (Divulgação/BMW)
Os bancos são amplos e com apoio lateral reforçado e permitem alargar o encosto e aumentar o apoio lombar, além de ter os ajustes elétricos tradicionais, ao menos na versão M850i que dirigimos em Portugal.
Uma pena que o grande conforto dos bancos dianteiros não se estenda aos dois apertados lugares atrás, suficientes só para quem tem menos de 1,50 metro de altura. É muito pouco para um veículo de 4,85 metros.
Emblema identifica a versão M850i xDrive Coupé (Divulgação/BMW)
Mas vamos deixar o espaço para trás, pois o que mais importa está lá na frente: o motor V8 biturbo de 530 cv. Ele é a estrela deste esportivo, como fica evidente no nosso test-drive no circuito português de Estoril.
Nas primeiras voltas, nota-se que o volante, de aro espesso e rígido como é norma na BMW, ajuda a comunicação entre as mãos e a pista.
Motor V8 rende 530 cv de potência (Divulgação/BMW)
Mas é a resposta muito precisa e direta da direção (com caixa variável) que seduz logo de cara, ficando menos sensível com o aumento da velocidade.
Passo para os modos Sport e Sport+ e o BMW endurece os amortecedores e deixa o ronco mais grave, o que se junta à resposta instantânea do V8 biturbo. Não é de admirar, pois tenho 76,6 mkgf às ordens do pé direito já a 1.800 rpm.
O porta-malas tem capacidade de 420 litros (Divulgação/BMW)
Acoplado ao câmbio automático de oito marchas e à tração integral, vai de 0 a 100 km/h em absurdos 3,7s. Isso só reforça a sensação de que as estradas públicas não são suficientemente grandes para tanto carro.
Espaço para cargas pode aumentar com o rebatimento do banco traseiro (Divulgação/Quatro Rodas)
Por isso no autódromo posso explorar o M850i na sua plenitude. Esse cupê de 1.905 kg mostra uma desconcertante facilidade de entrada de curvas, sem sinais evidentes de tendência a sair de frente.
Grade traz aberturas em duplo rim integradas pelo contorno em preto brilhante (Divulgação/BMW)
O mesmo vale para a facilidade com que traciona o asfalto mesmo no ápice das curvas mais fechadas, graças ao bloqueio eletrônico do diferencial traseiro e às barras estabilizadoras ativas (motores elétricos ajustam a resistência delas à torção, para conter o movimento da carroceria ou para ampliar o conforto).
Cupezão tem vocação para contornar curvas como poucos (Divulgação/BMW)
Até a frenagem esteve à altura das duras exigências de uma pista, como vimos nas seis voltas atrás do pace car guiado pelo piloto da BMW.
Quadro de instrumentos é todo digital (Divulgação/BMW)
Todo esse prazer ao volante faz valer seus € 140.000, na Europa. Para o Brasil, onde deve chegar em 2019, podemos esperar algo próximo do M5, que hoje custa quase R$ 700.000.
A excelência tecnológica da BMW gerou um motor fabuloso e um chassi competente. E que design!
Preço: € 140.000
Motor: gasolina, dianteiro, longitudinal, V8, 4.395 cm3; 32V, injeção direta, biturbo, 530 cv entre 5.500 e 6.000 rpm, 76,5 mkgf entre 1.800 e 4.600 rpm
Câmbio: automático, 8 marchas, tração 4×4
Suspensão: duplos triângulos sobrepostos (dianteira) e multilink (traseira)
Freios: disco ventilado (dianteira e traseira)
Direção: elétrica
Pneus: 245/35 R20 e 275/30 R20
Dimensões: comprimento, 484,3 cm; largura, 190,2 cm; altura, 134,1 cm; entre-eixos, 282,2 cm; peso, 1.905 kg; porta-malas, 420 litros
Desempenho: 0 a 100 km/h em 3,7s, velocidade máxima: 250 km/h