– (William Mur/Quatro Rodas)
Se vender o carro usado é uma dor de cabeça, saiba que isso pode mudar: o futuro desse processo passa cada vez mais pela ponta dos dedos. Sim, como nos sites e aplicativos de paquera dos smartphones.
Aliás, há os que se apresentem exatamente dessa forma e, assim, procuram aproximar vendedor e comprador com o mesmo tipo de tática, como atração física e localização geográfica.
O App do Automóvel, por exemplo, logo de cara se apresenta como o Tinder do carro. Pelo aplicativo, vendedor e comprador se conectam, funcionando exatamente como o programinha de flerte virtual.
Depois de avaliar o perfil, os dois dão “like”, recebem uma notificação de “match” e abrem caminho para a negociação que, aí, sim, parte para uma forma mais convencional.
Mas o mercado se sofisticou mais do que isso. Que o diga a startup Carflix, que faz a intermediação compra e venda de usados entre pessoas físicas e oferece vistoria de mais de 130 itens com garantia, em um processo feito quase todo pela internet.
Para prevenir os percalços mais comuns – defeitos, atrasos e mau atendimento –, a Carflix acompanha o processo do início ao fim e oferece garantia própria de um ano, independentemente da intervenção de concessionários ou lojistas.
“Com o shopping virtual, nossas vendas começam na internet e terminam em nossa empresa”, afirma Fabio Pinto, CEO da Carflix.
Funciona assim: ao se interessar por um modelo, o comprador tira as dúvidas por meio de canais de comunicação no site. O passo seguinte é conhecer o carro pessoalmente, em um local seguro.
Fechada a compra, é assinado um contrato de compra e venda entre as partes e a Carflix. Com esse contrato, todos têm a segurança jurídica de que a venda existe e, assim, o comprador pode fazer o depósito do valor em uma conta da Carflix.
Quando o depósito for efetivado, a empresa avisará o vendedor para que preencha e assine o Documento Único de Transferência (DUT).
Outro app que QUATRO RODAS encontrou durante a apuração foi o Clube Repasse, que promete registrar automóveis com preços sempre abaixo dos da tabela Fipe, com anúncios gratuitos, conectando concessionários, lojistas e pessoas físicas.
No entanto, algumas avaliações de usuários não eram tão positivas. Como o mundo dos apps é dinâmico, vale a pena ficar de olho nas avaliações.
Já a InstaCarro pega carona no Instagram. Prometendo vender veículos em no máximo 90 minutos com total segurança e conveniência, cuidando de toda a burocracia da transferência, promete ser útil para proprietários, concessionárias e lojistas.
Primeiro, o dono do automóvel pode receber uma cotação gratuita. Boa parte de todo o processo é feita pela InstaCarro, mas o interessado precisa antes anunciá-lo para os lojistas, comparecer em um dos 11 pontos de avaliação para que os especialistas façam uma análise detalhada, a fim de definir o valor de leilão mais real.
Depois a empresa coloca lojistas de todo o país na disputa pelo veículo. Esses potenciais compradores utilizam a InstaCarro como estoque virtual para não correr o risco de insuficiência de veículos em suas lojas.
É assim que, segundo ela, é possível obter até 30 ofertas em apenas meia hora. “Nosso maior diferencial é a grande velocidade com que o automóvel é negociado. Toda a avaliação demora meia hora, com um leilão de 30 minutos com lojistas de todo o país brigando pelo carro”, diz Luca Cafici, fundador da startup, que não cobra nada do cliente caso o veículo não seja vendido.
O proprietário do automóvel, então, escolhe o melhor lance arrematado, e o carro só é de fato vendido se ele aceitar o valor oferecido.
No caso do Volanty, o dono do veículo entra no site para cadastrá-lo e agenda a inspeção inicial do carro em algum dos pontos físicos da plataforma – por enquanto, só nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. A partir daí, em cerca de 20 minutos, mecânicos inspecionam o veículo, mecânica e lataria.
Caso o carro passe na inspeção, a segunda etapa inclui uma sessão de fotos. Essas duas etapas levam 40 minutos e no mesmo dia o automóvel é anunciado no site, que distribui o conteúdo para as principais plataformas de classificados do Brasil.
O proprietário continua dirigindo o carro enquanto a Volanty cuida de todas as etapas do processo.
“Nossa monetização baseia-se em comissões por vendas efetuadas, bem mais baixas que a média de mercado. Trabalhamos com a margem de 7% ante os 25% a 30% cobrados pelo mercado tradicional”, diz Maurício Feldman, sócio-fundador da Volanty.
A ideia é que o proprietário não despenda muito esforço na hora de vender o carro – comprador e vendedor nunca se encontram, e o preço do veículo é definido pela plataforma.
– (Reprodução/Internet)
O que faz: vende ou encontra quem valoriza automóvel na troca
Seu diferencial: oferece o compartilhamento familiar, em que até seis pessoas podem ver as ofertas e comentar sobre o carro
Custo: não há, depende da negociação entre os proprietários que deram “match” de seus veículos
Vantagens: reúne veículos que não se encontrariam em anúncios pagos
Desvantagens: depende de certa habilidade de negociação do usuário
– (Reprodução/Internet)
O que faz: reúne pessoas físicas interessadas em comprar e vender
Seu diferencial: vistoria mais de 130 itens com garantia de 1 ano, quase tudo de modo virtual
Custo: cobra 4,9% da venda apenas se o negócio for concretizado
Vantagens: transparência na verificação da documentação do carro
Desvantagens: pode desagradar quem gosta de acompanhar ao vivo todo o processo, por ter menor familiaridade com o processo digital
– (Reprodução/Internet)
O que faz: conecta concessionárias, lojistas e pessoas físicas
Seu diferencial: promete disponibilizar carros com preços sempre abaixo da tabela Fipe
Custo: o anúncio é gratuito
Vantagens: além do anúncio grátis, o valor dos carros é abaixo da tabela Fipe
Desvantagens: em geral os veículos encontrados pela reportagem eram mais antigos que a média dos outros serviços
– (Reprodução/Internet)
O que faz: cota o carro, faz a vistoria e o disponibiliza para leilão instantaneamente
Seu diferencial: a velocidade com que o carro é disponibilizado a mais de 100 lojistas de todo o Brasil
Custo: o anúncio é gratuito
Vantagens: o cliente paga só se o carro for vendido (em geral de 3% a 7%)
Desvantagens: a firma está em expansão, mas ainda não atende a todas as cidades do país
– (Reprodução/Internet)
O que faz: recebe o cadastro do veículo para inspeção do modelo
Seu diferencial: mecânicos inspecionam e analisam partes mecânica e estética do veículo
Custo: cadastro é gratuito
Vantagens: motorista perde pouco tempo no processo: entre inspeção e sessão de fotos no local, o tempo gasto total é de apenas 40 minutos
Desvantagens: atuação da empresa ainda é muito restrita – limita-se apenas a Botafogo e Barra da Tijuca, no Rio