A Renault comunicou nesta quinta-feira (7) que fará sua primeira denúncia envolvendo Carlos Ghosn, o ex-presidente da marca preso em novembro e que renunciou ao cargo em janeiro. Um patrocínio da marca para reformas do Palácio de Versalhes teria rendido benefícios particulares para o casamento do executivo, em 2016.
De acordo com a fabricante, foi encontrada uma contribuição a Ghosn de 50 mil euros (aproximadamente R$ 210 mil) envolvendo o acordo.
Em sua legalidade, o patrocínio previa que a Renault teria direito a realizar eventos corporativos no local. Porém, segundo o jornal francês Le Figaro, Ghosn abusou dos benefícios para fins particulares.
Em troca, o executivo teria ganhado o aluguel de um dos salões do local, o Gran Trianon, avaliado em 50 mil euros (justamente o valor ilegal divulgado pela fabricante) para realizar sua recepção de casamento com Carole Ghosn há pouco mais de 2 anos.
Ainda de acordo com a publicação, a empresa contratada para o evento apontou em uma das faturas que o salão foi "oferecido por Versalhes". A fabricante disse que "decidiu levar essas descobertas ao conhecimento das autoridades judiciais".
Primeira denúncia
Este é o primeiro caso denunciado pela Renault após investigações internas promovidas pela fabricante. Até então, a francesa dizia não ter encontrado indícios de corrupção em pagamentos de Ghosn.
"Os elementos reunidos até agora exigem verificações adicionais a serem realizadas", apontou a marca em comunicado.
Carlos Ghosn permanece preso desde 19 de novembro, acusado de cometer fraudes fiscais, quebra de confiança e uso indevido de bens da Nissan, além de recebimento ilegal na Mitsubishi.
O executivo já havia sido demitido da presidência do conselho das marcas Nissan e Mitsubishi, mas só em janeiro deste ano renunciou à presidência da Renault, que havia decidido por mantê-lo no cargo.