Novidades

06 FEV

Impressões: Mercedes Classe A Sedan chega querendo atropelar Audi A3 Sedan

Faróis de traços retos têm iluminação integral por LEDs (Divulgação/Mercedes-Benz)

Os modelos compactos têm peso estratégico para a Mercedes-Benz, afinal são eles os responsáveis por trazer novos clientes para a marca. No caso do CLA, um sedã-cupê que até agora cumpria – ou ao menos tentava cumprir – a função de modelo familiar de entrada, metade das vendas no mercado americano em 2017 foi para quem estava comprando o seu primeiro Mercedes.

Agora, a marca apresenta o Classe A em versão genuinamente sedã, sem firulas estilísticas.

A linha 2019 do Classe A hatch, completamente renovada, recebe agora a companhia da carroceria três-volumes. De perfil, a novidade mostra a área do porta-malas bem destacada, justamente para manter seu estilo distante do exibido pelo CLA.

A base da coluna C é mais larga do que o topo, sem janela espia. A linha inferior da área envidraçada é alta, reforçando ainda mais o aspecto de solidez do projeto.

Tampa do porta-malas tem aerofólio incorporado (Divulgação/Mercedes-Benz)

Na traseira, as lanternas de led lembram um pouco o estilo dos sedãs da arquirrival BMW. Aerofólio estampado na tampa do porta-malas, fendas nas laterais do para-choque e dupla saída de escapamento temperam o layout com esportividade.

Na dianteira, a receita básica aplicada por quase toda a indústria automotiva: faróis afilados, grade principal enorme e tomadas de ar da metade inferior do para-choque tripartidas. Convencional, sim, mas muito bem resolvida.

Apesar de nos permitir participar de uma das primeiras ações de test-drive do Classe A Sedan em Seattle, nos Estados Unidos, a Mercedes pouco fala sobre o futuro do modelo no Brasil.

Então, partimos para as nossas fontes, que apontam que o modelo deve ficar para o segundo semestre de 2019, provavelmente no quarto final do ano.

Inicialmente, o carro será importado do México, onde vai ser produzido (na fábrica de Aguascalientes) para abastecer prioritariamente o mercado americano.

Não por acaso, esta unidade fabril atuará em parceria com a Nissan-Renault: fruto de um desenvolvimento conjunto, o motor 1.4 turbo de alta eficiência equipará a versão de entrada do Classe A.

Diferente do sedã-cupê CLA, o A é um típico sedã três-volumes (Divulgação/Mercedes-Benz)

“Este motor substituirá o 1.6 turbo de 156 cv, mas, diferentemente do atual, não oferecerá, a princípio, a tecnologia flex”, diz a nossa fonte.

Com foco em redução de consumo (e emissões), o novo 1.4 terá sistema de inibição de cilindros sob baixa demanda de potência e um turbo com geometria variável.

Tudo leva a crer que a Mercedes optará pelas versões extremas do catálogo, sempre com o câmbio automatizado de dupla embreagem e sete marchas: A 200, com o novo motor 1.4, e A 250, com um 2.0 turbo de 224 cv. Ou seja, deve ficar de fora a A 220 (2.0 de 190 cv), justamente a única oferecida no test-drive.

Se por fora o Classe A sedã aposta em uma equilibrada mistura de esportividade e sobriedade, por dentro, não há espaço para dúvidas: ele é um carro feito para consumidores muito mais jovens do que os que a Mercedes está acostumada a lidar.

Tela dupla de alta definição e sistema de infotenimento com inteligência artificial são os destaques (Divulgação/Mercedes-Benz)

Depois de ouvir muita reclamação ao redor do planeta por conta do limitado, pouco amigável e arcaico sistema multimídia aplicado no Classe A até então, com uma tela que mais parecia um tablet instalado de modo improvisado, a Mercedes virou o jogo.

Chegou a vez do Classe A ser a referência do segmento quando o assunto é tecnologia embarcada.

O sistema de tela dupla é de encher os olhos. A da esquerda cumpre o papel de quadro de instrumentos. Personalizável, permite ao motorista escolher o layout e as cores dos instrumentos.

A segunda porção é dedicada às informações não prioritárias à condução, como ar-condicionado e funções multimídia.

Também é possível selecionar a cor do friso luminoso das portas, painel, console e difusores de ar ou mesmo inibir a chamativa função.

O sistema de iluminação pode assumir múltiplas cores ou ser inibido (Divulgação/Mercedes-Benz)

O mais interessante são as várias maneiras de você operar boa parte dos recursos: pelo volante multifuncional, pelo touchpad posicionado à frente do câmbio, por toques na tela (sim, finalmente a Mercedes adotou a tecnologia mais utilizada no planeta) e, a grande novidade, por comandos de voz.

Este último é mérito de outro estreante, o MBUX, um sistema de inteligência artificial integrado com o carro capaz de entender comandos ditos de maneira espontânea e ainda aprender com o jeito de falar de cada motorista.

Para introduzir um comando de voz, basta dizer “Hey, Mercedes” – ou “Oi, Mercedes”, em português, como já testamos no Classe A hatch – e dizer o que pretende.

Com 4,55 metros de comprimento, 1,8 de largura, 1,45 de altura e 2,73 de entre-eixos, o Classe A Sedan parte para o ataque ao Audi A3 (respectivamente, com 4,46 m, 1,8 m, 1,42 m e 2,64 m).

Além do frescor do lançamento, o Mercedes leva vantagem por causa da cabine ligeiramente mais espaçosa, mas perde, também por pouco, na capacidade do porta-malas: 420 litros ante 425 litros do A3 sedã.

No porta-malas, volume de 420 litros (Divulgação/Mercedes-Benz)

Com acabamento de primeira, o Classe A nunca esteve tão próximo do Classe C. Quanto à dirigibilidade, a suspensão firme tende a cobrar a conta ao encontrar o asfalto ruim do Brasil. Mas, em condições dignas de rodagem, o sedã é obediente e rápido aos estímulos de pedais e volante.

Sem preço oficial, deve estrear na faixa de R$ 170.000 a R$ 200.000.

Bonito, moderno e bom de guiar, o Classe A Sedan é o rival que pode acabar com a vida mansa do Audi A3.

Ficha técnica – Mercedes-Benz Classe A

Preço: R$ 170.000 (estimado, A 200)
Motor: diant., transv., gasolina, 4 cilindros, 1.991 cm3; 16V, turbo, 190 cv a 5.800 rpm, 30,6 mkgf a 1.600 rpm
Câmbio: automatizado, dupla embreagem, 7 marchas, tração dianteira
Suspensão: McPherson (diant.), eixo de torção (tras.)
Freios: disco vent. (diant.), disco sólido (tras.)
Direção: elétrica
Pneus: 205/55 R17
Dimensões: compr., 454,9 cm; largura, 179,6 cm; altura, 145,1 cm; entre-eixos, 272,9 cm; peso, 1.520 kg; porta-malas, 420 l; tanque, 51 l

Fonte: Quatro Rodas

Mais Novidades

17 JAN
Nova resolução da ANP promete melhorar qualidade da gasolina brasileira

Nova resolução da ANP promete melhorar qualidade da gasolina brasileira

Nova resolução da ANP passa a valer assim que for publicada no Diário Oficial (Acervo/Quatro Rodas)A Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) aprovou, na última quinta-feira (16), nova resolução que visa a elevar a qualidade da gasolina vendida no Brasil. A nova deliberação é focada principalmente na fixação de faixa de valores de massa específica da gasolina, o que resultaria em um menor consumo e maior rendimento do produto.O documento ainda versa... Leia mais
17 JAN
Placa Mercosul enfim será obrigatória em todo Brasil a partir de fevereiro

Placa Mercosul enfim será obrigatória em todo Brasil a partir de fevereiro

 (Denatran/Reprodução)– (Denatran/Reprodução)O Denatran (Departamento Nacional de Trânsito) informou que seguirá Resolução nº 780 e a placa Mercosul se tornará obrigatória para todos os estados brasileiros a partir de 31 de janeiro.De acordo com o órgão, “a data prevista na resolução nº. 780 do Contran (Conselho Nacional de Trânsito), de 26 de junho de 2019, neste caso, dia 31 de janeiro de 2020, está mantida. Não há expectativa de prorrogação de... Leia mais
17 JAN
Novo SUV da Fiat: o que o primeiro flagra dianteiro revela sobre o modelo

Novo SUV da Fiat: o que o primeiro flagra dianteiro revela sobre o modelo

Protótipo do projeto 363, o SUV compacto da Fiat (Marlos Ney Vidal/Autos Segredos/Quatro Rodas)O tão comentado SUV compacto da Fiat enfim saiu da toca. No começo de 2020, um protótipo do modelo foi flagrado pela primeira vez em vias públicas, rodando em comboio com o Jeep de sete lugares.Só que a imagem, distante e de traseira, deixava revelar poucas informações do modelo.Nesta semana, o parceiro Marlos Ney Vidal, do site Autos Segredos, conseguiu fotografar o modelo, cujo projeto... Leia mais
17 JAN
CES dita o futuro, mas no presente tem logística ruim e internet escassa

CES dita o futuro, mas no presente tem logística ruim e internet escassa

– (Nelson dos Santos/Quatro Rodas)Os números da edição de 2019 (os de 2020 ainda não foram divulgados) falam por si só: mesmo sendo uma feira fechada para o grande público e com ingressos propositalmente caros, mais de 175 mil pessoas passaram pelos quase 270 mil m² de exposições.Para se ter uma ideia do gigantismo, a CES se espalha por quatro hotéis e dois pavilhões de exposições. E, ao contrário do salão de Frankfurt, que também ocorre em diferentes áreas, esses locais... Leia mais
17 JAN
A insana (e proibida) sensação de domar um chassi de ônibus sem carroceria

A insana (e proibida) sensação de domar um chassi de ônibus sem carroceria

Desde 2018, esta cena com o VW 9.160 passou a ser rara nas ruas brasileiras (Luiz Luna/Quatro Rodas)Ao contrário da maioria dos caminhões, ônibus são comprados em duas partes: o chassi rolante, com suspensão, freios e trem de força, e a carroceria. Normalmente vemos nas ruas só o conjunto completo, mas há alguns anos não era raro ver motoristas pilotando um chassi cru nos arredores de montadoras. Mas qual seria a sensação de andar em veículo que tem rodas e pode se mover sozinho,... Leia mais
17 JAN
A morte de Marinho Camargo, ícone pioneiro do automobilismo brasileiro

A morte de Marinho Camargo, ícone pioneiro do automobilismo brasileiro

Bird (esq.) e Marinho com a carretera DKW no estande da Vemag no Salão do Automóvel de 1961 (Bird Clemente/Acervo pessoal)Querido Marinho, é assustador ver os netos crescerem e meus companheiros partirem. Por isso a dor de saber que no último dia 3 de janeiro o grande piloto e meu amigo Mário César de Camargo Filho faleceu, aos 82 anos.Você indo embora foi um murro na boca do estômago. É fácil de explicar, pois nós dois estávamos juntos no primeiro ato da história do automóvel e... Leia mais