A Volkswagen do Brasil acumula R$ 65,5 milhões em multas pelo escândalo de emissões conhecido como “dieselgate”. A mais recente, de R$ 7,2 milhões, foi aplicada pelo Ministério da Justiça e publicada na última segunda-feira (4).
A montadora ainda não pagou nenhuma delas. A empresa recorreu da duas primeiras, determinadas ainda em 2015, e não houve uma decisão final sobre esses casos até agora.
Na época, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) multou a empresa em R$ 50 milhões; e o Procon-SP, em R$ 8,3 milhões.
Procurados pelo G1 na terça-feira (5), tanto Ibama quanto o Procon dizem que estes processos estão em segunda instância e ainda não há uma definição.
Picapes Amarok
Em 2015, após denúncia, a fabricante admitiu ter instalado um software que manipulava dados de emissões em motores a diesel em 11 milhões de veículos no mundo. No Brasil, 17 mil unidades da picape Amarok (todas do ano 2011 e algumas de 2012) receberam o programa.
A Volkswagen afirma que o software não estava ativo no país. Em 2017, o Ibama contestou a informação e manteve a multa aplicada em 2015, além de reforçar a obrigatoriedade de que a fabricante realizasse um recall para retirar o dispositivo.
Foi com base nessa avaliação que o Departamento de Proteção ao Consumidor (DPDC), ligado ao Ministério da Justiça, se baseou para aplicar a terceira multa contra a montadora no caso, concluindo um processo aberto quase 3 anos antes.
Ao G1, a Volkswagen informou que "tomou conhecimento pelo Diário Oficial da União" sobre a nova multa e que "entrará em contato com o DPDC para entendimento das razões da decisão”. E tornou a dizer que "os carros envolvidos atendem a legislação brasileira mesmo antes dos softwares serem removidos destes carros".
O recall, prometido inicialmente para 2016, só começou no ano seguinte.
US$ 30 bilhões gastos
Os gastos da Volkswagen com o "dieselgate" já passaram dos US$ 30 bilhões (quase R$ 110 bilhões) somente na América do Norte, somando multas, indenizações e recompra de veículos de clientes que se sentiram prejudicados.
A montadora ainda enfrenta processos na Europa e na Ásia, além do Brasil.