A Volkswagen anunciou, no fim de 2016, um investimento de R$ 7 bilhões no Brasil até o fim de 2020. Para a renovação da linha, foram prometidos 20 novos produtos.
Passados dois anos do anúncio da estratégia, 11 desses carros já foram lançados. No entanto, para 2019, o ritmo deve ser um pouco mais lento. A Volkswagen terá, neste ano, 3 veículos inéditos, além de novas versões para modelos já existentes.
O primeiro carro a chegar nas lojas, ainda no primeiro trimestre, será o SUV compacto T-Cross. Os outros dois ainda não foram revelados pela Volks, mas podem ser o SUVs maiores, Tarek e Atlas.
Investimentos futuros
Mesmo que ainda faltem dois anos para o fim deste ciclo de investimentos, a marca já projeta os próximos passos no país.
O presidente da Volkswagen, o argentino Pablo Di Si afirmou que um anúncio de investimento deve ser feito “nos próximos meses”. “Estamos em conversas com sindicatos e governo”, comentou o executivo.
Di Si não detalhou se o próximo investimento será maior ou menor do que os atuais R$ 7 bilhões. “Será complementar [ao investimento atual], e vai nos dar uma renovação da linha pelos próximos 5 ou 6 anos”, completou.
Novas versões
Ainda que tenha 3 novidades inéditas, a quantidade de lançamentos para o Brasil, no entanto, será menor do que nos demais países da região, que receberão 6 modelos inéditos.
Voltando ao Brasil, o país também receberá uma série de novas versões de modelos já existentes. A lista inclui os esportivos Polo e Virtus GTS com motor 1.4 de 150 cavalos, o sedã Jetta com motor 2.0 turbo e o Golf GTE, versão híbrida do hatch médio.
Eles irão se juntar à lista de 11 veículos que a Volkswagen lançou no Brasil desde 2017. Veja a lista abaixo:
- Polo
- Virtus
- Tiguan Allspace
- Amarok V6
- Jetta
- Golf reestilizado
- Golf Variant reestilizada
- Gol automático
- Voyage automático
- Polo 1.6 automático
- Virtus 1.6 automático
Carros para a América Latina
O presidente da Volkswagen também disse que os próximos veículos da Volkswagen terão uma identidade visual diferente dos carros que a fabricante venda na Europa.
“A partir da plataforma compartilhada, como a MQB, por exemplo, podemos trabalhar com um desenho mais agressivo, específico para a América Latina”, disse.
Isso já pode ser observado em modelos como o Polo e o T-Cross, que receberam pequenas alterações em relação aos similares vendidos na Europa.
Sem planos de saída do país
A agressiva estratégia de renovar boa parte da linha, assim como entrar no segmento dos SUVs, tem a ver com a ambição de se tornar líder de mercado no país, desbancando a Chevrolet.
A empresa americana, que pertence à General Motors, vem negociando mudanças nas condições de trabalho em suas fábricas no Brasil. Isso após a empresa alertar seus funcionários no Brasil de que novos investimentos locais dependem de um doloroso plano para voltar a lucrar no país.
Na mensagem, o presidente da GM Mercosul, Carlos Zarlenga, disse que após incorrer em fortes perdas nos últimos três anos, a operação atingiu “um momento crítico que exige sacrifícios de todos”.
Questionado sobre as condições de rentabilidade da Volkswagen no Brasil, Pablo Di Si descartou qualquer movimento de saída do país, fechamento ou flexibilização nas fábricas.
Pablo Di Si afirmou que qualquer questão sobre a viabilidade no país seria resolvida “com diálogo, olhando olho no olho”.
Nova forma de vender carros
Voltando à Volkswagen, a fabricante alemã anunciou a expansão de um projeto para modificar a forma de vender carros no país e melhorar a rentabilidade dos negócios.
Chamada de “concessionária digital”, a tecnologia permite que o cliente conheça toda a linha de produtos usando óculos de realidade aumentada e telas de 55 polegadas sensíveis ao toque, ocupando menos espaço nas lojas.
A consequência é uma redução na área das concessionárias, que não vão mais precisar ter praticamente uma unidade de cada modelo, aumentando a viabilidade no negócio, tanto para a fabricante, como para os lojistas.
O projeto foi lançado no Salão do Automóvel, em novembro do ano passado, e desde dezembro, tem sido testado em 10 pontos de venda da marca em todo o Brasil. O passo seguinte, anunciado nesta segunda-feira (4), é expandir o projeto para 100 lojas na América Latina até o final deste ano.
A Volkswagen acredita que muitas das concessionárias, com até 2 mil metros quadrados, terão a área de venda reduzida. “Os espaços maiores poderão ser fechados, ou transformados em áreas de serviço”, disse o executivo da empresa.