Novidades

01 FEV

Clássicos: AM3/AM4 foi destaque na segunda fase da Puma no país

Último Puma com motor traseiro, o AM4 durou menos de um ano (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Puma foi um dos fabricantes nacionais de maior sucesso nas décadas de 60 e 70. Afetada pela recessão, a empresa fechou as portas e teve os direitos de produção transferidos à Alfa Metais em 1987.

Dois anos depois, o empresário Níveo de Lima, de Curitiba, apresentou o AM3, cuja principal novidade era o motor VW AP de 1,6 litro, refrigerado a água.

Evolução dos Puma P-018 e AM1/AM2 refrigerados a ar, o AM3 manteve a plataforma Volkswagen, modificada com um subchassi para suportar o novo motor.

A refrigeração era favorecida por tomadas de ar nas laterais, que direcionavam o fluxo para o enorme radiador do VW Santana.

Lanternas do Monza Classic e painel traseiro com falsas saídas de ar (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Além dos 10 cm a mais no balanço traseiro, a alteração de estilo mais significante foi a adoção das lanternas fumês do Chevrolet Monza Classic. A refrigeração era reforçada por uma saída de ar quente na tampa do motor.

As maçanetas das portas vinham de outro modelo da GM: o Opala.

O interior continuava o mesmo: razoável para dois adultos. O espaço atrás dos bancos era o único local possível para acomodar a bagagem, em função do novo tanque de combustível dianteiro de 45 litros.

Agradava pela opção do ar-condicionado e por itens como volante Panther e bancos Recaro.

O AM4 recebeu novo instrumento: termômetro de água (Christian Castanho/Quatro Rodas)

O déjà-vu dianteiro ratificava a hegemonia da escola italiana de desenho, com capô baixo, faróis inseridos nos para-lamas e para-choque quase reto.

Era uma atualização muito feliz de um estilo com mais de 20 anos, com curvas suavizadas. Ao contrário do P-018, as rodas tinham sempre o mesmo diâmetro: 14 polegadas.

Referência na época, o motor AP-600 acrescentava 24 cv na versão a gasolina e 34 cv na configuração a álcool. O problema era o limitado velho câmbio Volkswagen de apenas quatro marchas, com escalonamento inadequado para um esportivo.

Pesando 235 kg a mais que o antecessor GTE, o AM3 acelerou no nosso teste de 0 a 100 km/h em 14,1 segundos, com máxima de 158,9 km/h.

No volante, a marca da fera (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Ironia do destino ou não, o fato é que era um esportivo econômico: fez 10,61 km/l na cidade e 15,22 km/l na estrada, vazio.

Maior, mais pesado e com o centro de gravidade mais elevado, o novo motor também comprometeu o equilíbrio do veículo em dias de chuva: nada menos que 71% estava concentrado sobre o eixo traseiro.

Mesmo com suas limitações dinâmicas, o AM3 era um esportivo divertido: sua direção era leve e precisa e os eficientes freios paravam o carro em espaços curtos.

O Puma paranaense não era tão equilibrado quanto o mineiro Farus Beta (com motor central-traseiro), mas superava o gaúcho Miura Top Sport de tração dianteira. O conversível mantinha o nome AM3.

Conta-giros vai sem esforço a 6.000 rpm (Christian Castanho/Quatro Rodas)

O último suspiro do felino foi em 1992: denominado AM4, recebeu o motor VW AP de 1,8 litro do Santana.

Os destaques eram aerofólio traseiro, tomadas de ar redimensionadas com aletas na cor da carroceria, radiador com duas ventoinhas, novas rodas de liga leve e acionamento elétrico dos vidros e espelhos retrovisores.

Já prejudicada pela briga com os importados, a Alfa Metais sofreu um golpe em 1993, com a morte de Níveo de Lima num acidente de carro – o exemplar das fotos integra o acervo de um colecionador paulistano e é uma das últimas unidades feitas naquele fatídico ano.

A memória dos Puma AM é preservada por clubes e fãs como o tricampeão Nelson Piquet, que tem um exemplar modificado.

O popular motor VW AP de 1,6 litro (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Como na lenda folclórica da onça maneta, o legado da Puma ainda resiste: a Sociedade de Automóveis Mesgaferre Ltda. tem planos adiantados para fabricar o GT 2.4 Lumimari.

TESTE
Maio de 1989

Aceleração: 0 a 100 km/h: 14,10 s

Velocidade máxima: 158,9 km/h

Consumo: 10,61 km/l (urbano) e 15,22 km/l (rodoviário)

Preço: Cz$ 26.000 (abr/89
Atualizado:  R$ 180.100 (INP-C/IBGE)

FICHA TÉCNICA
Puma AM4 1993

Motor: longitudinal, 4 cilindros em linha, 1.596 cm3, comando de válvulas no cabeçote, alimentação por carburador de corpo duplo; 90 cv a 5.600 rpm; 13,5 mkgf a 2.600 rpm
Câmbio: manual de 4 marchas, tração traseira
Dimensões: comprimento, 410 cm; largura, 165 cm; altura, 120 cm; entre-eixos, 215 cm; peso, 905 kg

Fonte: Quatro Rodas

Mais Novidades

20 SET
Salão Duas Rodas começa venda de terceiro lote de ingressos; veja preços

Salão Duas Rodas começa venda de terceiro lote de ingressos; veja preços

O Salão Duas Rodas, maior evento para o setor de motos, começou as vendas do terceiro lote de ingressos. A feira acontece entre 19 e 24 de novembro, no São Paulo Expo, à beira da Rodovia dos Imigrantes, em São Paulo. Veja os preços dos ingressos: Terça-feira (19/11): R$ 50 (inteira)/ R$ 25 (meia);Quinta e sexta (21 e 22/11): R$ 60 (inteira)/ R$ 30 (meia);Quarta (20/11, feriado), sábado (23/11) e domingo (24/11): R$ 75 (inteira)/ R$ 37,50 (meia);Kit Fã: R$ 120 (inclui... Leia mais
20 SET
Bugatti elétrico para crianças é mais caro que um Ford Mustang

Bugatti elétrico para crianças é mais caro que um Ford Mustang

Essa é a segunda vez que a Bugatti faz uma réplica de um de seus veículos destinado à crianças (Divulgação/Bugatti)No início deste mês mais um Bugatti bateu o recorde de velocidade máxima alcançada por veículo de produção. A edição especial Chiron Sport 300+ ultrapassou os 490 km/h.O preço para ter na garagem uma das 30 unidades que serão produzidas não é nada convidativo: US$ 3,9 milhões (cerca de R$ 16 milhões na cotação do dia).A boa notícia é que a Bugatti... Leia mais
20 SET
Top Ten: carros que não combinam em nada com as marcas que ostentam

Top Ten: carros que não combinam em nada com as marcas que ostentam

– (Acervo/Quatro Rodas)Onde já se viu fazer um Porsche com um monte de peças de Volkswagen? Foi em 1969, quando a Porsche precisava substituir o 912 e a Volks, o Karmann-Ghia. Então veio o modelo híbrido 914, nas versões 1.7 (quatro-cilindros) e 2.0 (seis-cilindros). Porém, o excesso de itens VW não justificava os US$ 6.100 do 914/6, o que abreviou sua vida.– (Acervo/Quatro Rodas)Quando a Lamborghini só fazia esportivos ousados (assim como suas rivais), a marca lançou em 1986 o... Leia mais
20 SET
Exclusivo: Hyundai prepara versões elétricas para Creta e Elantra

Exclusivo: Hyundai prepara versões elétricas para Creta e Elantra

O novo Elantra ainda não começou a ser vendido no Brasil (Divulgação/Hyundai)A eletrificação dos modelos da Hyundai vai continuar crescendo nos próximos anos, e dois modelos conhecidos pelos brasileiros estão entre os que vão ganhar novas formas de propulsão.Fontes ao qual QUATRO RODAS teve acesso revelam que Elantra e Creta vão estrear motores elétricos em suas novas gerações.A versão reestilizada do sedã médio, que foi mostrada no último Salão do Automóvel de São Paulo,... Leia mais
19 SET
Impressões: novo Hyundai HB20 de R$ 80.000 é impactante não só no visual

Impressões: novo Hyundai HB20 de R$ 80.000 é impactante não só no visual

Segunda geração do Hyundai HB20 (Fernando Pires/Quatro Rodas)Segunda geração do Hyundai HB20 (Fernando Pires/Quatro Rodas)“Tentamos criar algo memorável”, afirmou Simon Loasby, vice-presidente global do centro de estilo da Hyundai na Coreia do Sul e responsável pelo design do novo HB20.Foi apenas uma das muitas e reforçadas frases de efeito da longa apresentação que a marca preparou a fim de explicar o visual escolhido para a profunda reestilização do compacto, apresentada pela... Leia mais
19 SET
VW Gol GTI: 22 coisas que você talvez não sabia sobre o icônico esportivo

VW Gol GTI: 22 coisas que você talvez não sabia sobre o icônico esportivo

O Gol GTi representou um marco para a indústria automotiva brasileira (Marco de Bari/Quatro Rodas)1 – No primeiro GTI, de 1989, o emblema com o símbolo Volkswagen na tampa do porta-malas era maior do que nos outros modelos da marca.2 – A cor do filete do para-choque cinza e dos apliques laterais do GTI 89 não é azul Mônaco como da carroceria, mas sim Azul Cobalto.3 – Além da injeção eletrônica o GTI foi o primeiro carro nacional a utilizar antena no teto rosqueável, que logo se... Leia mais