Carlos Ghosn afirmou ser vítima de uma conspiração que levou a sua prisão e negou ser culpado. Em sua primeira entrevista desde que foi detido em novembro passado, o brasileiro disse ao jornal "Nikkei" nesta quarta-feira (30) que as acusações foram "plantadas" contra ele.
A entrevista durou cerca de 20 minutos e foi concedida dentro do centro de detenção de Tóquio, onde o ex-presidente da Nissan aguarda julgamento.
De acordo com Ghosn, executivos da Nissan, que eram contra a maior integração com a Renault, foram os responsáveis pelo complô. O ex-executivo planejava aprofundar as relações dentro da aliança Renault-Nissan-Mitsubishi, da qual foi o idealizador.
Fraudes fiscais
Considerado até então um executivo "superstar" do setor automotivo, Ghosn é acusado de violações e fraudes fiscais envolvendo a Nissan, bem como do uso de recursos da empresa para benefícios particulares e para cobrir prejuízos em investimentos pessoais.
Não há previsão de que ele deixe a prisão. O brasileiro teve diversos pedidos de liberdade sob pagamento de fiança negados, o mais recente no dia 22 de janeiro.
Na semana passada, Ghosn renunciou à presidência da Renault, perdendo o último cargo que ainda detinha dentro de montadoras