O Sindicato dos Metalúrgicos descartou medidas propostas pela General Motors para a fábrica da Chevrolet instalada em São Caetano do Sul, no ABC paulista. A empresa mostrou plano de 22 itens para os trabalhadores, entre eles, a redução do piso salarial e o fim da estabilidade para acidentados no trabalho.
De acordo com Aparecido Inácio da Silva, presidente do Sindicato, as propostas apresentadas pela GM interferem no acordo vigente até 2020 entre a entidade e os trabalhadores. Após o término do prazo, o sindicato poderá negociar com a fabricante alguns dos pontos.
"A ideia é não discutir nada do que já está valendo. Foi uma decisão do Sindicato", disse Inácio da Silva. De acordo com o líder sindical, as propostas não foram levadas a uma assembleia.
Entre as medidas, estão o fim da estabilidade de emprego de acidentados em razão de trabalho, o fim do fretado, jornada intermitente, terceirização de setores, 44 horas de trabalho semanais e a redução do piso salarial de R$ 1.700 para R$ 1.600 em novas admissões.
O plano da GM para São Caetano é similar ao apresentado para os trabalhadores da fábrica de São José dos Campos. No entanto, 28 itens são solicitados para a reestruturação em São José, contra 22 no ABC Paulista.
A diferença ocorre porque alguns pontos já foram contemplados em negociações passadas na fábrica de São Caetano do Sul, como é o caso a flexibilidade da jornada de trabalho por banco de horas e a regulamentação da suspensão de contrato de trabalho por lay-off.
'Momento crítico' no Brasil
As propostas de reestruturação na GM começaram após o presidente da montadora no Mercosul, Carlos Zarlenga, alertar trabalhadores do Brasil sobre o que considera um "momento crítico".
O declaração foi recebida com surpresa pelo fato de a Chevrolet ser a líder de vendas no país e ter o carro mais vendido, o Chevrolet Onix. Apesar do tom do anúncio da empresa no Brasil, o marca negou saída do país.
A fabricante passa por cortes e todo o mundo e disse que vai fechar fábricas e demitir trabalhadores na América do Norte.