Medidas anunciadas pela General Motors, dona da Chevrolet, para contornar a crise financeira deixaram os trabalhadores da montadora em Gravataí, na Região Metropolitana de Porto Alegre, apreensivos. O Sindicato dos Metalúrgicos pediu uma reunião de emergência com a direção da montadora, para entender a proposta da empresa. A reunião acontecerá nesta terça-feira (29), em São Paulo. E ainda marcou para as 5h30 da terça um protesto na frente da unidade.
O sindicato representa seis mil trabalhadores na planta gaúcha da montadora. "Nós temos um contrato que vale por todo 2018, então é importante que a gente pare, sente o pé e resista", diz o diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí, Valcir Ascari . "O nosso sindicato não aceita redução de direitos", complementa.
As medidas foram detalhadas em um anúncio de oito páginas, divulgado pela presidência da GM Mercosul. Segundo o texto, a montadora informa que vive um momento crítico no Brasil, e que a direção global da GM considera sair da América do Sul.
Na segunda-feira (28), o sindicato participou de uma videoconferência com a direção da multinacional. "Eles foram muito claros dizendo que se em dez dias não obtiverem o que querem, cortarão investimentos. Porém, os trabalhadores não podem pagar a conta porque eles querem lucrar mais." afirma Ascari, sobre a reunião.
21 mudanças
A empresa enumerou 21 mudanças para gerenciar a crise. Na lista, estão diversos pontos, que vão desde a alteração na jornada de trabalho, plano médico e terceirização de atividades meio e fim.
"Falam em trabalho intermitente, suspensão do PPR, parcelamento das férias, aumento da carga horária", diz o presidente do sindicato. "Nós achamos que tem algumas coisas que a gente não pode abrir mão", ressalta.
Além do Rio Grande do Sul, a montadora também está reunindo representantes de sindicatos de São Paulo e de Santa Catarina, onde tem fábricas de carros e auto-peças.