O presidente da Nissan, Hiroto Saikawa, afirmou nesta segunda-feira (21) que a montadora japonesa não recebeu nenhuma proposta do governo da França para negociar uma possível fusão com a Renault.
Saikawa disse que não ouviu nada sobre a possibilidade de as duas montadoras se tornarem uma só e destacou que Nissan e Renault não estão na fase de negociar esse tipo de operação.
O principal executivo da Nissan após a prisão do brasileiro Carlos Ghosn negou assim os rumores divulgados por vários veículos da imprensa japonesa, que indicaram que a França teria expressado ao governo do Japão o desejo de fundir as duas empresas.
A proposta foi inicialmente divulgada pelo jornal econômico japonês "Nikkei".
"Seria um passo positivo se a Renault entrar na mesma fase que nós para discutirmos o futuro", disse Saikawa, que ocupa o cargo de diretor-executivo da Nissan de forma provisória desde novembro, sobre a mudança da direção na montadora francesa.
Apesar de sugerir que quer discutir uma fusão com a Renault, Saikawa também afirmou que a Nissan quer ter mais independência para tomar decisões dentro da aliança entre as duas empresas.
Já o governo do Japão destacou a importância de as empresas negociarem até chegar a um acordo que satisfaça todos.
A França é a maior acionista do grupo Renault, com 15,1% dos títulos da empresa. A montadora francesa, por sua vez, detém 43,4% dos papéis da Nissan e tem direito a voto na fabricante japonesa.
As discussões sobre a estrutura da aliança entre as companhias começaram depois da prisão de Ghosn, que comandava o conglomerado formado por Renault, Nissan e Mitsubishi.
O brasileiro é acusado pela Promotoria de Tóquio de esconder das autoridades fiscais compensações milionárias que recebeu da Nissan e de violar a confiança da empresa por utilizar recursos da companhia para cobrir perdas pessoais no mercado financeiro.