A montadora japonesa Mitsubishi acusou, nesta sexta-feira (18), o executivo brasileiro Carlos Ghosn de supostamente ter recebido um pagamento "ilegal" de 7,82 milhões de euros entre abril e novembro do ano passado.
Ghosn está preso desde novembro do ano passado, por abuso de confiança e violação das leis financeiras. Ele ficará em prisão provisória pelo menos até 10 de março. Nesta semana, a Justiça japonesa negou um pedido de liberdade sob fiança para o executivo. A defesa recorreu.
As informações sobre a movimentação suspeita envolvendo o ex-presidente da Mitsubishi foram divulgadas pela companhia em um comunicado e em entrevista coletiva com diretores.
As acusações se somam a outras irregularidades envolvendo Ghosn e identificadas pela Nissan, que controla a Mitsubishi, e de que também era presidente.
De acordo com a acusação de hoje, os pagamentos foram feitos por uma assinatura criada para gerar sinergias entre os dois fabricantes de automóveis, mas o contrato que foi utilizado para os pagamentos foi feito por uma pessoa não autorizada pela Mitsubishi.
Julgamento deve levar meses
Na semana passada, Ghosn falou pela primeira vez à Justiça e negou todas as acusações contra ele. “Fui injustamente acusado e injustamente detido com base em alegações sem mérito e sem fundamento", afirmou o executivo na audiência.
Na quarta-feira, o governo francês, primeiro acionista da Renault, pediu a convocação de um conselho de administração da montadora para escolher um sucessor para Carlos Ghosn.
Com a provável saída da Renault, ele perderá ser seu último cargo de executivo em montadoras. Nissan e Mitsubishi já o destituíram do posto de presidente de seus conselhos administrativos no final de novembro, pouco depois de sua detenção.