Os advogados de Carlos Ghosn, detido desde novembro no Japão, recorreram da decisão do juiz de negar liberdade sob fiança a seu cliente, informou o Tribunal de Tóquio nesta quinta-feira (17).
Alvo de três acusações, por abuso de confiança e violação das leis financeiras, Ghosn ficará em prisão provisória pelo menos até 10 de março, a não ser que o recurso apresentado na quinta-feira altere a decisão de primeira instância comunicada na terça-feira.
Para manter o brasileiro preso, a Justiça alegou risco de fuga, assim como de ocultação, ou destruição, de provas. O principal advogado do ex-presidente da Nissan disse anteriormente que discorda da alegação do tribunal.
Com acusações mais leves, o então braço direito de Ghosn, Greg Kelly, teve seu pedido de liberdade sob fiança aceito em 25 de dezembro.
Julgamento deve levar meses
Na semana passada, Ghosn falou pela primeira vez à Justiça e negou todas as acusações contra ele. “Fui injustamente acusado e injustamente detido com base em alegações sem mérito e sem fundamento", afirmou o executivo na audiência.
Na quarta-feira, o governo francês, primeiro acionista da Renault, pediu a convocação de um conselho de administração da montadora para escolher um sucessor para Carlos Ghosn.
Com a provável saída da Renault, ele perderá ser seu último cargo de executivo em montadoras. Nissan e Mitsubishi já o destituíram do posto de presidente de seus conselhos administrativos no final de novembro, pouco depois de sua detenção.