O Tribunal Distrital de Tóquio rejeitou nesta quarta-feira (9) um pedido da defesa de Carlos Ghosn pela soltura do ex-presidente do conselho da Nissan, que está preso desde 19 de novembro acusado de irregularidades financeiras, segundo a imprensa local.
Na véspera, o brasileiro apareceu em público pela primeira vez desde a prisão e afirmou ser inocente, em audiência judicial.
A atual ordem de prisão contra o executivo expira na sexta-feira. Na última segunda, o tribunal de Tóquio decidiu prorrogar sua detenção por mais dez dias, até 11 de janeiro, no âmbito de um novo mandado de prisão por suspeitas de fraude.
O ex-presidente da Nissan foi ouvido pela Justiça japonesa nesta terça-feira (8) e alegou inocência. Após a audiência, foi levado de volta à prisão.
“Fui injustamente acusado e injustamente detido com base em alegações sem mérito e sem fundamento", afirmou o executivo, segundo o "Wall Street Journal". De acordo com a agência France Presse, Ghosn também afirmou que agiu com "a aprovação dos diretores da Nissan".
Ghosn é acusado esconder metade de sua renda ao fisco japonês, entre os anos de 2010 e 2015 e de adulterar documentos da Nissan para parecer que seus vencimentos eram bem inferiores ao que de fato ganhava.
Ele também é acusado de ter feito a Nissan acobertar "perdas em investimentos pessoais" durante a crise financeira de outubro de 2008, o que ele nega, segundo seus advogados citados pela imprensa japonesa. A quantia em jogo chega a 1,85 bilhão de ienes (em torno de 16,6 milhões de dólares).
Ghosn também está detido por uma primeira acusação de suspeita de sonegação de renda nos relatórios anuais da Nissan entregues às autoridades financeiras. Sua mão direita, o executivo americano Greg Kelly, administrador da Nissan, detido em 19 de novembro no Japão junto com Ghosn, foi solto no dia de Natal.
Em paralelo, a administração da aliança Renault-Nissan se encontra em dificuldades.
Nissan e Mitsubishi Motors tiraram Ghosn da presidência do conselho de administração, mas o grupo francês Renault o mantém no cargo até agora e entregou a diretoria-executiva, a título interino, a seu número dois, Thierry Bolloré.