A aliança industrial entre a Renault e a Nissan não está em perigo - garantiu o presidente do fabricante japonês de automóveis, em entrevista à AFP nesta segunda-feira (7), em meio à crise pela prisão em novembro, no Japão, de seu criador, Carlos Ghosn.
Hiroto Saikawa não quis, porém, falar sobre o futuro de Ghosn, que foi seu mentor. Detido em Tóquio por suspeita de fraude, Ghosn comparece pela primeira vez à Justiça, nesta terça-feira.
Tanto a Nissan quanto a Mitsubishi afastaram Ghosn da presidência, após sua detenção. Já a Renault decidiu mantê-lo como conselheiro, por enquanto, invocando a presunção de inocência.
"O sistema judicial japonês segue seu curso. Não tenho nada a dizer. Quero apenas me concentrar na estabilização da companhia e fazê-la avançar passo a passo", disse Saikawa, na primeira entrevista a um veículo de imprensa estrangeiro desde que o caso explodiu.
O presidente, de 65 anos, um dos homens de confiança de Ghosn, surpreendeu com suas duras palavras após a prisão, em 19 de novembro passado.
Saikawa garante estar em contato "quase diário" com a Renault, apesar das tensões.