Novidades

24 DEZ

Teste: JAC T50 aposta em conteúdo, já que o desempenho não ajuda

Evolução do JAC T5, T50 chega reestilizado e com novo motor (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Entrar na disputa de um dos segmentos mais concorridos do mercado, o de SUVs compactos, não é fácil. Há atualmente boas opções, como Hyundai Creta, Nissan Kicks, Jeep Renegade, Honda HR-V, entre outros rivais de marcas tradicionais.

É com essa turminha que o novo JAC T50 quer brigar, desafio ainda mais contundente para um modelo de origem chinesa, que sofre preconceito no mercado brasileiro. Evolução do T5, o modelo ganhou visual renovado e motor mais potente para tentar não sair em desvantagem.

Na traseira, lanternas, para-choque e tampa do porta-malas são novos (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Mas a grande aposta da JAC é no conteúdo. O T50 traz uma lista com equipamentos que muitas vezes nem aparecem em carros de categorias superiores.

Desde a versão de entrada, chamada Pack 2, há ar-condicionado digital automático, controle de estabilidade, bancos de couro (sintético), monitoramento de pressão dos pneus, assistente de partida em rampa, isofix, faróis com regulagem elétrica de altura, volante multifuncional, direção elétrica progressiva e sensores de estacionamento dianteiro e traseiro. Tudo isso por R$ 83.990.

A opção de topo, Pack 3, por R$ 87.990, acrescenta ainda câmera frontal, quatro câmeras ao redor do veículo que proporcionam visão 360º, luzes diurnas de LED, piloto automático, retrovisores com rebatimento elétrico, sensor crepuscular, rack de teto, volante revestido de couro e central multimídia com tela de 8 polegadas e espelhamento dos sistemas Android e iOS.

Interior é praticamente todo novo – só sobraram maçanetas e acendedor de cigarros (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Em relação ao T5, lançado em 2016, o T50 recebeu as seguintes mudanças externas: novos faróis, lanternas, grade dianteira, para-choques, tampa do porta-malas e rodas. Ah, o logotipo também passou a contar com a nova identidade visual da marca. Parece muita coisa, mas a essência do modelo se manteve a mesma.

Por sua vez, o interior foi praticamente todo redesenhado – segundo a JAC, só sobraram as maçanetas e o acendedor de cigarros em comum. O acabamento é bom, com materiais de revestimento agradáveis ao toque, e a posição de dirigir poderia ser aprimorada com ajuste de profundidade do volante, já que apenas o de altura é oferecido.

Motor 1.6 a gasolina de 138 cv substitui o antigo 1.5 flex de 127 cv (Christian Castanho/Quatro Rodas)

O painel de instrumentos tem visualização clara e a tela flutuante do sistema multimídia se destaca facilmente aos olhos, com comandos fáceis e de resposta rápida. O pareamento com o celular, por sua vez, não é tão intuitivo.

Com 2,56 metros de entre-eixos, há espaço suficiente para dois adultos viajarem com conforto no banco de trás. A capacidade declarada do porta-malas é de 600 litros, mas de acordo com as medições chinesas, que não são as mesmas usadas pelos concorrentes (VDA).

Central multimídia tem tela de 8 polegadas e espelhamento dos sistemas Android e iOS (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Ao volante, porém, o carro mostra suas maiores fraquezas. Apesar de ter trocado o 1.5 flex com até 127 cv de potência e 15,7 mkgf de torque por um – também 4-cilindros – 1.6 a gasolina de 138 cv e 17,1 mkgf – o mesmo motor do T40 –, falta fôlego ao T50.

Ainda não há a opção flex, que deve chegar em meados do ano que vem. O casamento entre motor e câmbio não é tão harmônico quanto deveria ser. O câmbio CVT com simulação de seis marchas demora a responder, especialmente nas arrancadas. Mas o desempenho em percursos urbanos, em velocidades mais baixas, ainda é razoável.

É na estrada que dirigir o T50 se torna mais desafiador. Além da lenta progressão de aceleração, a letargia nas retomadas obriga o motorista a ter cuidado extra nas ultrapassagens. Fazem falta as borboletas para trocas de marcha, que podem ser feitas apenas diretamente na alavanca. Mesmo assim, o resultado não é satisfatório.

Com entre-eixos de 2,56 metros, há um bom espaço para dois adultos atrás (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Os números de teste mostram que a mudança de motor não trouxe vantagens ao T50. A aceleração de 0 a 100 km/h passou de 13,04 segundos com motor 1.5 para 13,46 com o 1.6.

As retomadas apresentaram ligeira melhora, especialmente em velocidades mais altas – de 80 km/h a 120 km/h, o carro leva 9,7 segundos, número que anteriormente era de 10,33 segundos. Nada que faça uma diferença significativa.

Outro ponto que incomoda no SUV é o alto ruído do motor com giro acima de 3.000 rpm. Já a suspensão tem bom acerto, absorvendo os impactos do solo de forma adequada, sem ser firme ou mole demais.

Custo-benefício é a principal aposta da JAC para disputar o concorrido mercado de SUVs compactos (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Com esses atributos, o T50 terá uma dura batalha pela frente. Seu bom custo-benefício é a chave para conquistar clientes que não estão atrás de um desempenho brilhante, mas valorizam a recheada lista de itens de conforto, superior à da maioria dos rivais nessa faixa de preço.

O fato de o Grupo SHC, que representa a JAC Motors no Brasil, ter entrado com pedido de recuperação judicial tende a aumentar ainda mais a desconfiança dos consumidores.

Segundo o presidente da empresa, Sergio Habib, a medida foi tomada justamente para proteger as operações da JAC.

Para comprovar a afirmação, o executivo anunciou ao menos três lançamentos em 2019: o T80, um SUV de sete lugares com motor 2.0 de 190 cv, uma picape média equipada com motor diesel e tração integral, além do E40, que promete ser o elétrico mais barato do país, ao preço de R$ 129.990.

*dados de fábrica

Fonte: Quatro Rodas

Mais Novidades

20 MAR
VW Kombi Corujinha volta à vida com motor elétrico e custando R$ 353.000

VW Kombi Corujinha volta à vida com motor elétrico e custando R$ 353.000

 VW E-Bulli: clássica Kombi T1 volta a vida com motor elétrico e bem mais moderna (Divulgação/Volkswagen)Uma nova geração da Kombi, inclusive com motor elétrico, está nos planos da Volkswagen para os próximos anos e isso inclui o mercado brasileiro.Mas enquanto este momento não chega, a empresa lançou na última quinta-feira (19) a E-Bulli, uma versão elétrica da Kombi T1, do ano de 1966, apelidada carinhosamente no Brasil de “corujinha”.O modelo é um carro conceito e... Leia mais
20 MAR
Toyota suspenderá produção no Brasil e 6.000 trabalhadores ficarão em casa

Toyota suspenderá produção no Brasil e 6.000 trabalhadores ficarão em casa

Linha de montagem do Toyota Etios em Sorocaba (SP) (Divulgação/Toyota)Após os anúncios de General Motor, Mercedes-Benz e Volkswagen, a Toyota informou, nesta sexta-feira (20), que também suspenderá suas atividades no País por conta da pandemia de coronavírus.Dessa forma, todas as unidades da empresa – localizadas em São Bernardo do Campo, Sorocaba, Indaiatuba e Porto Feliz (SP) – permanecerão fechadas entre os dias 24 de março e 6 de abril.Trabalhadores da linha de produção... Leia mais
20 MAR
Volkswagen paralisará todas as fábricas no Brasil por conta da Covid-19

Volkswagen paralisará todas as fábricas no Brasil por conta da Covid-19

Produção da VW em todo o país será paralisada pela Covid-19 (Divulgação/Volkswagen)Como já era previsto, a Volkswagen suspenderá as atividades das fábricas no Brasil por conta da pandemia de Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. Assim, a empresa segue o que havia sido antecipado à QUATRO RODAS pelo Sindicado dos Metalúrgicos do ABC.As paralisações começarão na próxima segunda-feira (23) e seguirão por três semanas – quem trabalha na linha de produção já está... Leia mais
20 MAR
Um em cada quatro Toyota Corolla vendidos no Brasil é híbrido

Um em cada quatro Toyota Corolla vendidos no Brasil é híbrido

Corolla Altis Hybrid Premium (Fernando Pires/Quatro Rodas)Quando a Toyota lançou a 12ª geração do Corolla no Brasil, apostava muito nas vendas da versão intermediária XEI.A configuração Altis Hybrid, responsável por estrear o inovador motor 1.8 híbrido flex, vinha sendo tratada praticamente como uma opção de nicho, recebendo a dedicação de apenas 5% da produção em Indaiatuba (SP).O Corolla XEI é, de fato, o mais vendido da gama, concentrando aproximadamente metade dos... Leia mais
20 MAR
Tracker, T-Cross, Creta e mais: o que cada SUV compacto tem de exclusivo

Tracker, T-Cross, Creta e mais: o que cada SUV compacto tem de exclusivo

– (Arte/Quatro Rodas)A chegada no novo Chevrolet Tracker reforçou ainda mais um segmento que está em alta no Brasil: o dos SUVs compactos.A competição cada vez mais acirrada tem feito com que as fabricantes se preocupem cada vez mais em equipar seus modelos com itens que nenhum concorrente tem.QUATRO RODAS então separou os itens exclusivos de cada um dos principais SUVs compactos a venda no Brasil.Caoa Chery Tiggo 5X passou por facelift este ano; rodas são aro 18 na versão topo de... Leia mais
20 MAR
Clássicos: FNM 2150, o sedã brasileiro refinado pelo toque da Alfa Romeo

Clássicos: FNM 2150, o sedã brasileiro refinado pelo toque da Alfa Romeo

Receita das pistas que rejuvenesceu um velho projeto (Christian Castanho/Quatro Rodas)Primeira indústria automobilística do Brasil, a FNM (Fábrica Nacional de Motores) foi fundada em 1942 e em 1950 deu início à parceria com a também estatal Alfa Romeo. Dez anos depois surgiu o FNM 2000 JK, nosso mais avançado automóvel de passeio. Rápido, veloz e muito estável, fez grande sucesso em nossos autódromos e foi sucedido pelo FNM 2150 em 1969.A primeira aparição do FNM 2150 foi no... Leia mais