A Toyota lançou nesta quinta-feira (13) em parceria com o governo federal a tecnologia para a produção do primeiro carro híbrido com motor flex do mundo.
O lançamento foi realizado em cerimônia no Palácio do Planalto com a presença do presidente Michel Temer, dos ministros de Minas e Energia, Moreira Franco, da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Jorge de Lima, e o presidente da Toyota no Brasil, Rafael Chang.
A tecnologia híbrida com motor flex permitirá que o carro seja movido a eletricidade, gasolina ou etanol.
Segundo a Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA), ao utilizar o biocombustível, o carro emitirá um terço das emissões dos veículos elétricos que circulam na Europa.
O projeto é resultado de parceria da montadora japonesa com universidades federais brasileiras.
Em março deste ano, a Toyota anunciou o primeiro protótipo híbrido com tecnologia flex após estudos realizados no Brasil.
A montadora estima investimentos de R$ 1 bilhão para produzir os veículos em sua unidade no país.
Durante a solenidade, o presidente da Toyota no Brasil, Rafael Chang, atribuiu ao Rota 2030 – política de incentivo a montadoras – e à reforma trabalhista, o cenário favorável ao desenvolvimento da tecnologia no país.
“A nova política industrial automotiva, o Rota 2030, é, sem dúvida, a chave para acelerar a inovação. Um horizonte de longo prazo de apoio em pesquisas em desenvolvimento. A reforma trabalhista foi outro passo importante para fortalecer a economia e dar ânimo para novos investimentos”, disse Chang.
O Rota 2030 (Regime Automotivo Brasileiro) que direcionou incentivos à indústria automotiva, tem como base a matriz de combustíveis estabelecida pela Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio).
O programa tem como objetivo oferecer uma matriz nacional de combustíveis mais limpa, por meio da participação de bicombustíveis. Um dos incentivos do Rota 2030 é a redução do IPI para aquisição de carros híbridos.
Segundo o ministro Marcos Jorge, a tecnologia tem os mais altos potenciais de compensação de reabsorção de dióxido de carbono desde o início do uso do etanol produzido a partir da cana de açúcar.
“A atuação coordenada do governo federal para incentivar o desenvolvimento de tecnologias inovadoras e limpas tem integrado de forma muito eficiente programas, como o rota 2030 e o RenovaBio”, afirmou Jorge.
Para o presidente Michel Temer, o desenvolvimento da tecnologia no Brasil revela a crença e a credibilidade do governo.
“Quando eu vejo que as pessoas estão investindo no Brasil, eu digo: o governo deu certo. O meu café ainda está quente", afirmou o emedebista.
Agradecimentos ao Congresso
Durante seu discurso, Temer voltou a listar as reformas aprovadas em seu governo e agradeceu o apoio do Congresso Nacional.
“O presidente pode pouco. Ele pode fazer muito quando tem uma equipe valorosa, quando tem uma equipe harmônica, e quando tem também o apoio do Congresso Nacional”, disse Temer.
“Se não fosse esse diálogo intenso do Congresso Nacional nós não conseguiríamos chegar até aqui”, afirmou.
A Câmara dos Deputados barrou duas denúncias da Procuradoria Geral da República contra Temer, o que levou à suspensão das investigações até o término do mandato.
O emedebista repetiu que a reforma da Previdência saiu da pauta legislativa, mas não da pauta política. Para Temer, o governo do presidente eleito Jair Bolsonaro conseguirá aprovar o projeto.
“Os senhores e as senhoras verificam que o que mais se fala hoje é a necessidade, indispensabilidade e a inafastabilidade da reforma da Previdência, que será, tenho absoluta convicção, logo feita no início do governo” declarou.