O presidente afastado do conselho de administração da Nissan Carlos Ghosn pretendia recuperar "pertences pessoais, documentos, dinheiro em espécie, objetos e obras de arte" de um apartamento no Rio de Janeiro que pode conter evidência sobre as acusações de fraude financeira que incidem sobre ele, segundo documentos judiciais.
O apartamento, do qual a Nissan afirma ser proprietária, contém "três cofres" que a montadora ainda não abriu, segundo os documentos encaminhados pelo grupo japonês à Justiça brasileira na semana passada.
Um tribunal do Brasil concedeu a Ghosn acesso à propriedade no bairro de Copacabana, mas a montadora afirmou que está recorrendo da decisão.
O advogado de Ghosn José Roberto de Castro Neves disse à Reuters que ele não sabia da existência de três cofres diferentes e que era "especulação absurda" que eles pudessem conter evidências de irregularidades.
"Ele é um cara muito inteligente", disse Castro Neves em breve entrevista por telefone. "Se ele tivesse feito algo errado, ele não deixaria no apartamento."
Promotores de Tóquio indiciaram Ghosn nesta segunda, por sonegar informações sobre sua renda, e abriram acusações formais contra a Nissan. Ghosn está preso em Tóquio desde o último dia 19.
Nesta segunda-feira (10), a detenção do executivo foi prorrogada por mais 22 dias por novas acusações de falsas declarações de salários.