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30 NOV

Comparativo: Chevrolet Cruze x Honda Civic x Toyota Corolla x VW Jetta

Cruze 1.4 LTZ x Civic 1.5 Touring x Corolla 2.0 Altis x Jetta 1.4 TSI R-Line (Christian Castanho/Quatro Rodas)

A Volkswagen aumentou a participação no mercado brasileiro entrando em segmentos dos quais estava de fora.

A marca lançou a picape topo de linha Amarok V6, o SUV de sete lugares Tiguan Allspace e os compactos automáticos Gol e Voyage.

Em outubro, porém, a empresa deu um tempo na diversificação da linha para renovar a oferta em um segmento tradicional: o dos sedãs médios.

O novo Jetta, que chega à sétima geração, veio com a tarefa de melhorar os resultados em um setor em que a VW tem desempenho pífio.

Consultando o ranking da associação dos revendedores, Fenabrave, hoje o Jetta de sexta geração ocupa o tímido sexto lugar nas vendas do segmento, com apenas 2,9% de participação, bem distante dos líderes Corolla (40,5%), Civic (18,6%) e Cruze (13,8%).

Para saber qual a chance de o novo Jetta se dar bem nessa missão, alinhamos o sedã com os rivais mais vendidos. O confronto se deu entre as versões completas.

O Jetta 1.4 TSI R-Line (R$ 119.990) enfrentou Cruze 1.4T LTZ R7F (R$ 118.390), Civic 1.5 Touring (R$ 126.600) e Corolla 2.0 Altis (R$ 118.990). Acompanhe a seguir como cada um deles se saiu.

Às vésperas da estreia da nova geração, o Toyota mantém suas vendas em alta (Christian Castanho/Quatro Rodas)

O líder do segmento está às vésperas de ser substituído. O novo Corolla chega ao Brasil em meados de 2019.

E, embora a história mostre que a troca de gerações não derruba suas vendas, o Corolla termina este comparativo em quarto lugar por ser o projeto tecnologicamente mais defasado dos quatro.

Corolla tem borboletas para trocas de marchas no modo manual (Christian Castanho/Quatro Rodas)

O motor 2.0 do Corolla é o maior entre os aqui reunidos. Mas nem por isso é o que entrega mais força. Os motores dos concorrentes são menores mas têm tecnologia (injeção direta e turbocompressor) e por isso apresentam melhor rendimento.

Enquanto o do Corolla gera 154/143 cv a 5.000 rpm e 20,5/19,4 mkgf a 4.800 rpm, com etanol e gasolina, respectivamente, o do Jetta, por exemplo, rende 150/150 cv a 5.000 rpm e 25,5/25,5 mkgf entre 1.500 e 3.500 rpm.

Na linha 2018, o Corolla ganhou novos equipamentos de série (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Um reflexo dessa menor eficiência revela-se no desempenho. Nas provas de aceleração, o Corolla foi o mais lento na pista. O Toyota fez de 0 a 100 km/h em 10,6 segundos, diante dos 7,9 segundos conseguidos pelo Civic – o mais rápido dos quatro.

No dia a dia, a deficiência também é sentida nas respostas em baixas rotacões, quando o Corolla é mais demorado em comparação com os demais, que contam com o turbo garantindo o torque numa faixa de giro inferior.

Bancos do sedã têm conforto de poltronas (Christian Castanhos/Quatro Rodas)

Outra consequência é o consumo mais elevado. Com as médias de 10,9 km/l na cidade e 14,6 km/l na estrada, o Corolla gastou mais que a média dos demais.

O Jetta obteve as marcas de 12,7 km/l e 17 km/l, respectivamente. Sempre com gasolina. A defasagem do Corolla, no entanto, não se resume ao motor.

Porta-malas tem capacidade para até 470 litros (Christian Castanho/Quatro Rodas)

O Toyota também carece de equipamentos oferecidos pelos concorrentes como o piloto automático adaptativo (que existe no Jetta), direção com correção de torque (no Civic) e alerta de mudança involuntária de faixa (no Cruze), entre outros.

No mais, o Corolla mantém suas características conhecidas, como suspensão macia, direção leve, fama de que não quebra e bons serviços de pós-venda, qualidades muito apreciadas por seu público fiel.

Motor 2.0 gera 154 cv e 20,7 mkgf com etanol (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Mais gostoso de dirigir, é também o que mais pesa no bolso do proprietário (Christian Castanho/Quatro Rodas)

No quesito prazer ao dirigir, o Civic é campeão. Ele permite uma posição mais próxima do piso (possibilita sentir melhor as reações do carro) sem comprometer a ergonomia e a visibilidade.

Seu volante tem boa empunhadura e borboletas para as trocas de marchas no modo manual. Entre os outros sedãs do comparativo, só o Corolla também tem esse recurso. No Cruze e no Jetta as trocas manuais são na alavanca.

Lançado em 2017, Civic tem perfil de cupê e posição de dirigir esportiva (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Ainda em favor do prazer ao volante, o Honda é dono de um comportamento esportivo incomum entre seus pares, graças à direção precisa e à suspensão eficiente. O Civic é o único sedã médio a contar com multilink, no eixo traseiro.

Na pista de testes, o Civic foi o mais rápido, com o tempo de 7,9 segundos nas acelerações de 0 a 100 km/h. E fez isso sem consumir demais.

Com médias de 11,8 km/l na cidade e 14,6 km/l na estrada, foi mais econômico que o Corolla no ciclo urbano. O Toyota fez 10,9 km/l na cidade e os mesmos 14,6 km/l na estrada (sempre com gasolina). Mas o Civic fica devendo a opção de usar também etanol. Ele é o único que não é flex.

Internamente, seus bancos são parcialmente revestidos de couro (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Outro ponto de destaque do Civic é o espaço interno. Sua cabine é a maior nas distâncias para ombros e pernas.

Mas contra o Civic pesam os custos. Seu preço é maior que o dos rivais. O Civic custa R$ 126.600, enquanto Corolla, Cruze e Jetta saem por R$ 118.990, R$ 118.390 e 119.990, respectivamente.

Há cintos de três pontos para todos os ocupantes (Christian Castanho/Quatro Rodas)

E esse valor não se justifica pelo conteúdo. Entre os equipamentos mais importantes, o Civic traz direção elétrica ativa (que auxilia o motorista nas correções), câmera lateral contra pontos cegos e teto solar. Porém, ele oferece bem menos recursos que Cruze e Jetta.

Além disso, o Honda gasta R$ 3.400 com revisões até 60.000 km, contra R$ 2.218 cobrados na manutenção do VW.

No porta-malas cabem 519 litros de bagagem (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Em relação ao seguro, segundo o levantamento feito pela empresa Tex/Teleport, o Civic paga R$ 4.760 contra os R$ 3.810 cobrados para o Cruze, para um perfil de segurado de risco médio. Na ponta do lápis, o Civic termina em terceiro.

O motor da Honda rende 176 cv, com gasolina (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Moderno e equipado, o Cruze só cedeu o primeiro lugar ao Jetta a muito custo (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Chegarmos ao terceiro e quarto lugares deste comparativo foi fácil, mas definir segundo e primeiro deu trabalho. O desempate a favor do VW surgiu nos detalhes.

Na pista de testes, Cruze e Jetta andaram juntos. No 0 a 100 km/h, o Cruze foi ligeiramente mais rápido.Ele cravou 9 segundos, enquanto o Jetta ficou com 9,3 segundos.

Dono de itens exclusivos, Cruze LTZ traz até alerta de mudança involuntária de faixa (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Mas nas provas de consumo, o Jetta se saiu melhor com as médias de 12,7 km/l e 17 km/l contra 11,8 km/l e 15,9 km/l, respectivamente (com gasolina).

Analisando os equipamentos, o equilíbrio foi ainda maior. No que diz respeito aos dispositivos de segurança, o Chevrolet ataca de alerta de colisão frontal, sensor de mudança involuntária de faixa e detector de pontos cegos.

Bancos dianteiros têm ajustes elétricos (Christian Castanho/Quatro Rodas)

E o VW contra-ataca com detector de fadiga, faróis de led com função antiofuscamento e freio de emergência em manobras de marcha a ré.

Em relação aos itens que influenciam na segurança e no conforto, de um lado, o Jetta manda painel digital e piloto automático adaptativo (ACC). De outro, o Cruze devolve com sistema de monitoramento OnStar e recurso de estacionamento semiautônomo.

O Chevrolet tem suspensão e direção com comportamento mais esportivo (Christian Castanho/Quatro Rodas)

O Cruze se destaca do rival no conforto com bancos dianteiros com ajustes elétricos, sistema remoto de partida e carregador de celular wireless. Mas o Jetta responde com itens que favorecem a dirigibilidade como o seletor de modos de condução e o sistema de bloqueio do diferencial.

O Cruze é mais gostoso de dirigir que o Jetta. Apesar de confortável, o Chevrolet tem suspensão e direção com comportamento mais esportivo.

Porta-malas tem capacidade para 440 litros (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Já o Jetta desempata o jogo a seu favor no pós-venda. Com as três primeiras revisões gratuitas, o VW começa a gastar com as manutenções programadas somente depois de 30.000 km. E até 60.000 km, suas despesas somam R$ 2.218 contra os R$ 2.948 cobrados pela GM.

Para comparar o seguro, como as companhias ainda não fazem cotações para o modelo 2019, usamos de referência o modelo da sexta geração e o valor foi de R$ 4.267 enquanto o Cruze paga R$ 3.810, segundo a Tex/Teleport.

O 1.4 turbo gera 153 cv e está acoplado ao câmbio automático de seis marchas (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Motor eficiente, equipamentos e custos menores garantiram a vitória do VW (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Respondendo à pergunta que motivou este comparativo: sim, o novo Jetta tem condições de se sair bem na tarefa de melhorar o desempenho da VW no mercado de sedãs médios.

Na sétima geração, o Jetta evoluiu. Começa pelo design, que ganhou aparência mais imponente. Por dentro, o dono do maior espaço interno é o Civic.

Na sétima geração, o Jetta ganhou acabamento de qualidade superior (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Mas o Jetta cresceu se equiparando a Corolla e Cruze no conforto, superando esses dois no porta-malas, com 510 litros contra 470 e 440, respectivamente. No Civic cabem 519 litros de bagagem.

O que mais impressiona na cabine é o acabamento com materiais de qualidade superior.

Os bancos têm revestimento que imita couro (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Seu motor 1.4 TSI é dos quatro o que gera maior volume de torque e no regime mais baixo. São 25,5 mkgf a 1.400 rpm contra 22,4 mkgf a 1.700 rpm conseguidos pelo Civic.

Na pista de testes, o Jetta terminou com as melhores médias de consumo: 12,7 km/l na cidade e 17 km/l na estrada, com gasolina. No 0 a 100 km/h, fez o tempo mediano de 9,3 segundos.

Como mencionado no texto do Cruze, um dos pontos fortes do Jetta está nos equipamentos. Mas a lista de recursos do VW tem mais alguns além daqueles já citados.

Atrás, os bancos do Jetta são bipartidos 60/40 (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Somando a ACC, painel digital, faróis de led, detector de fadiga e seletor de modos de condução, entre outros, o VW traz ainda freio de segunda colisão, assistente de distância de segurança do veículo à frente e faróis de neblina com luz de conversão, para ficar apenas nos itens que são exclusivos dele.

A ausência mais sentida é a dos paddle shifts atrás do volante para trocas de marchas no modo manual. E, para quem gosta de interagir com o carro, há outra queixa que recai sobre a calibragem macia da suspensão.

Capacidade do porta-malas é de 510 litros (Christian Castanho/Quatro Rodas)

O novo Jetta roda com mais conforto que o antecessor, perdendo um pouco daquele comportamento firme típico dos VW.

A impressão é de que seus engenheiros se inspiraram no Corolla para ajustar a suspensão do Jetta. Mas isso não é necessariamente um defeito em um sedã.

Por último, o Jetta se destaca no pós-venda, ao oferecer as três primeiras revisões grátis, o que lhe dá uma vantagem adicional.

Motor VW tem 25,5 mkgf de torque entre 1.400 e 3.500 rpm (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Fonte: Quatro Rodas

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