As vendas de gasolina no Brasil em outubro caíram 13,75% ante o mesmo mês do ano passado, para cerca de 3,05 milhões de metros cúbicos, o menor nível dos últimos cinco anos pelo sétimo mês consecutivo, em meio a uma perda de competitividade nas bombas para o etanol hidratado desde abril.
O volume, entretanto, apresentou alta de 5,52% ante setembro, conforme boletim mensal da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
O mercado fraco de gasolina tem se refletido nas importações da Petrobras, que reduziu o ritmo de compras externas do combustível, disse uma fonte da empresa à Reuters.
Em outubro, segundo a ANP, o volume total de importações de gasolina A pelo país apresentou variação negativa de 72,81% em relação ao mesmo período do ano passado. Já em relação ao mês anterior, o volume de importações caiu 8,64% em outubro.
No mês passado, disse a ANP, houve queda da participação da gasolina no consumo total do Ciclo Otto pelo sétimo mês consecutivo, para 53,73%, enquanto a parcela do etanol hidratado representou 46,27%.
Nesse cenário, as vendas de etanol hidratado, concorrente da gasolina nas bombas, em outubro, cresceram 47,71% ante o mesmo mês do ano passado e avançaram 12,94% em relação a setembro, para 2 milhões de metros cúbicos.
"O contínuo aumento na demanda do biocombustível está relacionado ao efeito substituição do etanol hidratado em relação à gasolina C, em razão dos preços mais competitivos do biocombustível vis-à-vis ao combustível fóssil", disse a ANP em seu boletim.
As usinas, por sua vez, foram estimuladas a produzir mais etanol nesta safra, uma vez que os preços dos açúcar no mercado internacional estavam relativamente baixos.
Já as vendas de diesel, por sua vez, em outubro, cresceram 2,99% ante o mesmo mês de 2017 e avançaram 5,95% em comparação a setembro, para 5,06 milhões de metros cúbicos.