O governo da França pediu nesta terça-feira (20) por uma liderança interina na Renault, depois que o presidente da empresa, o brasileiro Carlos Ghosn, foi preso no Japão ontem. Além de presidente da Renault, ele também preside a Aliança Nissan-Renault, e também é presidente do conselho consultivo na Nissan. Ele foi acusado de fraude fiscal ao ter omitido ganhos das autoridades japonesas enquanto era presidente da Nissan, cargo que ocupou até o final do ano passado.
O ministro das Finanças francês Bruno Le Maire disse que pretende pedir ao conselho da Renault pela instauração de uma “governança interina” em uma reunião ainda nesta terça-feira. “Ele está incapacitado de comandar a empresa”, disse Le Maire a uma rádio francesa.
De acordo com Le Maire, o governo francês, que tem 15% das ações da Renault, não pretende retirar Ghosn do conselho consultivo da empresa, porque ainda não há condenação formal ou provas. Mas afirmou também que entrará em contato com o governo do Japão “para saber quais são as reais acusações” contra o executivo.
A prisão de Ghosn e sua substituição na Renault, mesmo que temporariamente, preocupa investidores sobre o futuro da aliança entre Renault e Nissan. Ghosn era o principal pivô entre as duas empresas. Atualmente, a Renault controla 43,4% da Nissan, que tem 15% das ações na montadora francesa.