Nos anos 1990 e 2000 os protetores de cárter eram comuns (Mauro Souza/Quatro Rodas)
O protetor de cárter já foi muito badalado e ainda hoje faz parte do cotidiano. Mas, se nos anos 1990 e início de 2000 era comum vê-lo na lista de opcionais da maioria dos carros, os projetos atuais já pensam no reservatório que armazena o óleo mais imune a rompimento provocado por impactos.
Mesmo assim, muitas marcas ainda disponibilizam o item como acessório original de concessionária. Só que a peça tem de ser original. Veja quais os riscos e quando colocar ou não o protetor.
O protetor é feito para evitar que pedras atinjam o bujão do cárter, provocando vazamento de óleo. Ou seja: se você transita com frequência em estrada de terra ou com muita pedra, ou mesmo com muitos buracos e valas, talvez seja válido.
Mas o equipamento deve ser original e instalado na concessionária. O ideal é verificar no manual do proprietário se o carro já vem com o item ou se sua instalação é possível e recomendada.
Muitas marcas já nem recomendam o uso da peça e nesses veículos o item é só indicado para quem fará um fora de estrada pesado ou vai competir, o que implica não só na instalação do protetor como de outras peças para uso no off-road extremo – a Mitsubishi e a Suzuki, por exemplo, oferecem um item mais robusto para seus modelos, que já são fabricados com protetor de cárter de série.
Mesmo assim, é preciso ficar atento ao desenho desse item. “O protetor tem de ser uma peça fácil de colocar e de retirar para a eventual troca de óleo. O equipamento também não pode interferir em outro elemento do carro e ter janelas de ventilação”, orienta Francisco Satkunas, conselheiro da SAE Brasil.
Aí, fica a critério do cliente. “É importante reforçar que a questão de ser necessário ou não é uma decisão do cliente.
a Suzuki, por exemplo, oferece um item mais robusto para seus modelos (Christian Castanho/Quatro Rodas)
Alguém que dirige apenas na cidade ou em estradas asfaltadas muito dificilmente vai usar o protetor de cárter na prática, mas ele pode se sentir mais seguro e confortável sabendo que seu carro possui o equipamento”, explica Flavio Cuareli, supervisor de Produto da Hyundai Motor Brasil, que oferece o item como acessório de concessionária.
Lembre-se de que os protetores são testados e homologados pelas marcas para não interferirem na dinâmica ou no balanço do veículo. A instalação, quando recomendada, deve ser feita com peça original e na revenda autorizada, onde os funcionários são treinados para tal fim.
Por isso, peça para verificar o componente, que deve vir com número de série e logomarca da montadora. Exija, ainda, a nota fiscal do acessório.
“Os principais riscos de não instalar o item original é adquirir um acessório que não teve a resistência do material, performance e pontos de fixação testados pela engenharia”, observa Mário Furtado, gerente de Pós-Vendas da Nissan do Brasil.
O protetor de cárter, quando não recomendado, é um corpo estranho no veículo e interfere em vários aspectos. Se não tiver ventilação, corre-se o risco de superaquecer o motor. Além disso, pode alterar o balanço do veículo e mudar a dinâmica de deslocamento do motor, em caso de colisão.
Se estiver fora das especificações, ainda impacta o funcionamento de outros componentes, como o esterçamento da direção, itens da suspensão ou os parâmetros para detonação do airbag.
“Protetor de cárter é um invasor de estrutura que impacta a dinâmica e a segurança, é um agregado de projeto.Todo peso que você coloca altera a dinâmica e afeta o balanço. Muda o comportamento do carro”, alerta Emílio Paganoni, gerente sênior de Treinamento da BMW, que não equipa nem recomenda o protetor em seus modelos.
O protetor de cárter não original não implica em perda de garantia diretamente. Mas quaisquer danos ocasionados pela má instalação ou funcionamento do equipamento acarretam a perda automática da cobertura.
O que diz cada marca sobre o protetor de cárter