A Ford de Taubaté abriu um Plano de Demissão Voluntária (PDV) e colocou 54 trabalhadores de licença remunerada na planta de Taubaté (SP). A montadora alega que tem 350 funcionários excedentes na fábrica.
Um comunicado interno obtido pelo G1 expõe que a baixa adesão ao PDV preocupa por ser a única medida prevista para lidar com o número excedente. “Reforçamos nosso pedido para que todos os funcionários reflitam”, diz trecho.
No comunicado emitido como ‘mensagem da gerência’, a empresa alega que o excedente seria devido ao fim nas exportações de motores e transmissores para o México. A interrupção, segundo o texto da carta, teria impactado a produção da planta em 2018 e todo o plano de produção para 2019. A unidade, que emprega 1,3 mil pessoas, produz motores e transmissões.
"A necessidade de adequação da quantidade de empregados aos volumes de produção é uma medida difícil, porém necessária à manutenção da viabilidade e sustentabilidade da Planta de Taubaté nos próximos anos".
Para lidar com a mão de obra excendente, a fábrica abriu no último dia 24 um PDV – os termos do acordo não foram divulgados. Mas, o comunicado reforça que, diante do quadro, a adesão foi abaixo da esperada e a empresa pede que funcionários revejam os benefícios propostos, frisando os extras incluídos no acordo para funcionários não aposentáveis com restrição médica ocupacional.
O comunicado ainda ressalta que o PDV é o última medida planejada para lidar com a situação. “Reforçamos nosso pedido para que todos os empregados reflitam, conversem com suas famílias e avaliem as condições propostas para o Programa de Demissão Voluntária”, diz trecho do documento.
O que diz a montadora
Procurada pelo G1, a Ford informou que, devido à queda nas exportações para a Argentina e do fim do fornecimento de motores e transmissões para o México em 2019, adotou a licença remunerada para 54 trabalhadores com revezamento de turmas desde 22 de outubro.
A montadora ainda confirmou que o PDV foi aberto em 24 de outubro e o prazo para adesão dos funcionários segue até 14 de novembro.
A reportagem acionou o Sindicato dos Metalúrgicos e aguardava o retorno até a publicação desta reportagem. A entidade havia feito um alerta sobre risco de demissões na planta.