A japonesa Panasonic informou uma queda no lucro trimestral muito além da que analistas previam, com os custos subindo na Gigafactory, fábrica de baterias que opera em conjunto com a montadora elétrica norte-americana Tesla.
Os negócios com a Tesla ainda não contribuíram para o lucro. No entanto, a Panasonic disse que está em negociações para aumentar seu investimento de US$ 1,6 bilhão e aproveitar a capacidade de 35 gigawatts-hora (GWh) que a Gigafactory deve atingir até o final de março.
A Panasonic é fornecedora exclusiva de células de bateria para carros da Tesla. Conforme a produção do Model 3 acelerou no trimestre de julho a setembro, a Panasonic precisou enviar mais engenheiros e gastar mais para aumentar a produção de células.
Os custos mais altos, bem como a demanda mais lenta por equipamentos de automação industrial na China em meio à crescente guerra comercial sino-americana, levaram o lucro operacional trimestral da Panasonic a cair 15 %, para 95,2 bilhões de ienes (US$ 840,92 milhões). Analistas projetavam lucro de 112,60 bilhões de ienes, de acordo com dados da Refinitiv.
Perguntado sobre a intenção de investir em uma planejada fábrica da Tesla na China, o presidente-executivo da Panasonic, Kazuhiro Tsuga, disse que a empresa "dará prioridade à construção de capacidade adicional na Gigafactory (nos EUA)".
Tsuga afirmou ainda que a Panasonic vem discutindo detalhes do plano de aumento de capacidade com a Tesla, mas se recusou a comentar aspectos adicionais.
Ele também disse estar preocupado com relatos sobre o recente comportamento errático do presidente-executivo da montadora, Elon Musk. "Embora os comentários de Elon sejam imprevisíveis, continuaremos a monitorar as operações da Tesla para garantir que não haverá caos e trabalharemos em sintonia com a empresa", disse Tsuga.