O ar-condicionado automático ainda pode ter duas, três ou até quatro zonas com temperaturas variadas (Christian Castanho/Quatro Rodas)
Convencional, automático, duas zonas, três, quatro… O ar-condicionado de um automóvel evoluiu ao longo do tempo. E você sabe qual a diferença entre eles?
Bom, o ar-condicionado manual não tem mistério. São apenas duas opções: o seletor giratório ruma à esquerda (quente) ou à direita (frio).
Resta aos ocupantes apenas modular a intensidade desse ar, porém sem a precisão de graus. A velocidade da ventilação também é ajustada – geralmente em quatro níveis.
Em épocas de calor intenso, a temperatura dentro do carro varia de acordo com fatores externos: velocidade do carro, exposição ao sol, umidade… O sistema continuará refrigerando o ar para dentro independentemente de qual , a ponto de você conseguir sentir frio.
Já o funcionamento do ar-condicionado automático é um pouco mais complexo – e inteligente. Um sensor – em alguns modelos pode ser mais de um – monitora a temperatura externa e interna do veículo a todo momento.
No ar-condicionado manual só há duas opções: quente ou frio (Arquivo/Quatro Rodas)
“O sistema automático lê a temperatura desejada pelo usuário, administrando o fluxo do ar refrigerado – ou quente – para estabilizar o mais rápido possível essa temperatura”, explica Gerson Burin, coordenador técnico do Centro de Experimentação e Segurança Viária (Cesvi).
Ou seja, mesmo que a atmosfera externa seja de 10ºC ou 38ºC, por exemplo, e a temperatura desejada seja 22ºC, o sistema vai agir para manter a temperatura almejada.
Por isso, selecionar a temperatura de 18ºC ou “Low” (o modo mais frio possível) não acelera em nada o tempo de refrigeração da cabine e acaba elevando o consumo e aumentando o ruído interno por conta da velocidade maior do eletroventilador do sistema.
“Quando tivermos muita diferença de temperatura entre a desejada e a ambiente qualquer sistema terá sua dificuldade de atingir a temperatura selecionada”, diz Ernesto Miyazaki, especialista em ar-condicionado e representante do Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios do Estado de São Paulo (Sindirepa-SP).
Em todos os tipos de ar-condicionado, contudo, uma regra é básica: colocar o carro em movimento pode ajudar a resfriar a cabine mais rapidamente. “Todos os veículos tem um componente chamado condensador.
A velocidade e o desempenho do sistema serão mais rápidos e eficazes em rodovia com movimento e motor em rotação mais elevada que a marcha lenta.
Por isso, no trânsito será sempre o pior momento para sistema atingir a temperatura”, completa Miyazaki.
Com duas zonas, o ar-condicionado automático pode ter uma temperatura para o motorista e outra para o passageiro (Divulgação/Jeep)
Qual faz o carro gastar mais combustível?
Para o especialista do Cesvi, ambos os sistemas “roubam” potência do motor em função do acionamento do compressor e, consequentemente, mais combustível é despejado na câmara para compensar essa perda.
Porém, existe um que faz consumir mais. “O sistema automático logicamente gerencia o funcionamento do compressor – ou do aquecimento – da melhor maneira possível se comparado com o convencional.
Ele equaliza a temperatura de forma muito mais rápida, podendo então ser mais econômico que o sistema manual”, sentencia.
Para o representante do Sindirepa-SP, no entanto, o ar-condicionado automático tem outra faceta. “Os sensores eletrônicos podem ser mais sensíveis no desejo de atingir e manter a temperatura interior. Isso pode influenciar no consumo, gastando mais combustíveis para atender o conforto do motorista”,
Ernesto Miyazaki ainda diz que é complicado mensurar essa diferença pois existem inúmeras variáveis. “Depende se o tipo de compressor é elétrico, variável ou de deslocamento fixo, tipo de veículo e tipo do motor, se é 1.0 ou outros de maior capacidade e força”, finaliza.