A Tesla divulgou lucro no 3º trimestre, após perdas seguidas desde 2016. O resultado aconteceu em meio ao escândalo dos tuítes do presidente Elon Musk, que foi acusado de fraude pelo mercado e acabou tendo de pagar multa e deixar o comando do conselho da montadora de carros elétricos.
Além do lucro de US$ 312 milhões, o maior já registrado, a empresa obteve receita de US$ 6,8 bilhões, acima das previsões dos analistas, mais que o dobro na comparação com o 3º trimestre do ano passado.
“O lucro com o Model 3 foi crítico para tornar nosso negócio sustentável. Algo que muitos disseram que não era possível", escreveu Musk em uma carta aos investidores nesta quarta-feira (24).
"O terceiro trimestre de 2018 foi realmente histórico para a Tesla. O Model 3 foi o carro mais vendido nos EUA em termos de faturamento e o quinto em termos de volume", completou.
Musk se refere ao primeiro carro elétrico "popular" da marca, lançado do ano passado, e que sofreu com problemas e atrasos na produção.
As entregas do Model 3 chegaram a 56 mil unidades --ao todo, foram feitas 450 mil reservas para o carro. "Menos de 20% foram canceladas", disse o executivo.
Turbulência
O resultado divulgado nesta quarta-feiro é o terceiro positivo para um trimestre desde que a montadora começou a negociar ações na bolsa, em 2010. Os anteriores foram em 2013 e 2016.
O "chefão" já havia prometido que a Tesla se tornaria lucrativa no segundo semestre deste ano. Por outro lado, ele chegou a defender, em agosto, a retirada da montadora da bolsa para não ter mais que sofrer com a pressão pelos resultados.
O anúncio surpreendente da ideia, feito no Twitter, tumultuou o mercado e fez a agência reguladora do mercado dos EUA lançar uma acusação de fraude contra o executivo, que resultou num acordo em que ele concordou em pagar multa de US$ 20 milhões e deixar a presidência do conselho da Tesla.
Antes desse acordo, Musk já tinha desistido de sair da bolsa. Ele continua como presidente-executivo da empresa.