Novidades

24 OUT

Citroën C4 Cactus: primeiras impressões

A Citroën demorou, mas finalmente chegou ao segmento mais disputado do mercado brasileiro: dos SUVs compactos. Agora, os franceses torcem para que o dito popular “quem ri por último ri melhor” seja verdadeiro.

O carro que pode dar motivos para a empresa sorrir novamente é o C4 Cactus. Para isso, a Citroën espera colocar 25 mil exemplares do modelo nas ruas em 2019, representando metade das vendas da marca no próximo ano. É um fardo pesado para o "novato".

E, ainda que representem um grande salto no mercado para a montadora, as 25 mil unidades não são “grande coisa” diante do que os grandes concorrentes conseguem fazer. Entre janeiro e agosto, Honda HR-V, Jeep Renegade, Nissan Kicks, Hyundai Creta e Ford Ecosport já superaram essa marca. Até o final do ano o Chevrolet Tracker também deve chegar lá.

Isso quer dizer que o C4 Cactus deve brigar pela sexta colocação entre os SUVs compactos. Sem considerar outros competidores, como o Volkswagen T-Cross, que chega no início do ano.

O cenário parece desafiador, mas a Citroën está bastante confiante com seu produto. O G1 explica, em 6 tópicos, como o C4 Cactus pode (ou não) atrair o consumidor.

1. Gama diversificada com preços abaixo da média

São 7 versões, com 3 conjuntos mecânicos diferentes.

  • 1.6 aspirado de 118 cavalos e câmbio manual de 5 marchas;
  • 1.6 aspirado de 118 cv e câmbio automático de 6 marchas;
  • 1.6 turbo de 173 cv e câmbio automático de 6 marchas

Os preços vão de R$ 68.990 a R$ 98.990 (veja todos os valores e equipamentos). A Citroën espera que as versões intermediárias, Feel automática e Shine representem 50% das vendas.

A Feel custa R$ 79.990 e traz ar-condicionado digital, central multimídia, controle de velocidade de cruzeiro, controles de tração e estabilidade, câmera de ré e rodas de 17 polegadas.

Nesta configuração, o Cactus entrega mais e custa menos do que versões de entrada do HR-V (LX, de R$ 92.500) e do Kicks (S, de R$ 82.490), por exemplo.

No andar superior, a Shine já conta com motor turbo. Por R$ 94.990, ela traz os mesmos itens da Feel e adiciona acesso e partida sem a necessidade de chave nas mãos, sensores de luz e chuva, airbags laterais, bancos de couro e barras de teto funcionais.

Curiosamente, a melhor relação de preço e equipamentos são das versões imediatamente acima destas citadas. A Feel Pack, de R$ 84.990.

Ela acrescenta diversos itens de comodidade e segurança, enquanto a Shine Pack é a única com frenagem automática de emergência -- este é um recurso exclusivo do modelo entre os SUVs compactos.

2. Visual ‘descolado’

Na Europa, o C4 Cactus é vendido como hatch em alguns mercados e perua em outros. Por aqui, a Citroën elevou em alguns centímetros a carroceria, melhorou ângulos de ataque e saída e deu a alcunha de SUV para o modelo.

O perfil diferente, mais baixo e longo, aliado ao jeito “diferentão”, afasta o C4 Cactus de seus principais concorrentes, principalmente HR-V, Kicks e Creta, que trazem proporções semelhantes.

Visto pessoalmente, o Citroën é até mais agradável aos olhos do que nas fotos.

No entanto, o estilo segue a linha “ame ou odeie”. O conjunto ótimo dividido em 3 peças também é capaz de dividir opiniões, assim como os apliques laterais, chamados de "Airbumps" pela marca, mas que são de plástico duro, e não de borracha, como os originais europeus.

A cabine também é cheia de personalidade, com quadro de instrumentos digital (monocromático), poucos botões no console e painéis do acabamento com desenhos e texturas. A qualidade da montagem não se destaca, mas também não desagrada.

3. Engenharia brasileira fez um bom trabalho

O maior acerto da Citroën com o C4 Cactus é a calibragem da suspensão. Ao contrário do modelo europeu, o brasileiro não possui os refinados batentes hidráulicos progressivos, tão alardeados pelos franceses no exterior.

Ainda assim, a engenharia local acertou em cheio no compromisso entre conforto e dirigibilidade usando um conjunto convencional de amortecedores e batentes.

Entre seus concorrentes, só o Renegade supera. Lembrando que o Jeep utiliza suspensão traseira do tipo multilink, mais refinada do que o eixo de torção escolhido pela Citroën (e todas as outras fabricantes).

A direção do C4 Cactus também agrada, sobretudo no asfalto. Na terra, ela carece de precisão.

4. Motor turbo

Desempenho é outro ponto forte do Cactus.

Quando equipado com motor turbo, ele é o segundo SUV mais potente do segmento – seus 173 cv só perdem para os 176 cv do EcoSport 2.0. Mas o Citroën tem mais torque, 24,5 kgfm.

Com esse conjunto, ele acelera de 0 a 100 km/h em apenas 7,3 segundos, apenas 0,1 segundo mais lento que um Volkswagen Golf GTI, por exemplo. No uso cotidiano, não falta fôlego para retomadas e ultrapassagens.

Mesmo na versão com motor aspirado, o desempenho é correto, colocando o Cactus no mesmo patamar de Renegade flex e do Kicks.

Assim como acontece com esses rivais, é preciso maior dose de paciência com as respostas e com o elevado ruído nas rotações mais altas.

Tanto o motor turbo quanto o aspirado têm câmbio de 6 marchas fornecido pela japonesa Aisin, que apresenta trocas suaves. Aliás, se o motorista quiser fazer as mudanças manualmente, terá que recorrer à alavanca, já que não há aletas ("borboletas") atrás do volante.

5. Porta-malas decepciona

O C4 Cactus é menor do que seus grandes concorrentes. Considerando o comprimento, seus 4,17 metros só ficam acima dos 4,16 m do “primo” Peugeot 2008, e abaixo dos cerca de 4,30 m dos líderes do segmento.

O entre-eixos, de 2,60 m é até maior do que rivais com concepção mais antiga, caso de Ford EcoSport (2,52 m) e Chevrolet Tracker (2,56 m), mas a largura de 1,71 m destoa de um grupo que fica sempre acima de 1,76 m.

Isso se traduz em aperto para os ombros, sobretudo no banco traseiro. O espaço para as pernas, porém, é bom.

O porta-malas de 320 litros deixa o Cactus em desvantagem diante de quase todos os outros SUVs compactos.

O volume é o mesmo de um Renault Sandero, e maior apenas do que os minúsculos 273 litros do Renegade e 306 litros do Tracker.

6. Imagem arranhada e rede pequena

A situação da Citroën no mercado brasileiro é delicada. Hoje, os franceses possuem meros 0,8% de participação e uma rede de concessionárias discreta, de 103 lojas.

A má fama dos serviços de pós-venda obrigou os franceses a renovar 60% da rede.

Adicionalmente, a Citroën está implantando outras ações para tentar diminuir a rejeição dos clientes. Se uma concessionária cobrar mais do que o valor sugerido na revisão, o cliente não paga. Se um reparo demorar mais do que 4 dias, o consumidor ganha um carro reserva.

Tudo isso tem diminuído a desvalorização dos modelos da marca, mas ainda há um grande caminho a ser percorrido. Principalmente quando o SUV compacto mais vendido é da Honda, uma das marcas com melhor reputação entre os clientes.

Conclusão

Normalmente, quem chega depois em um determinado segmento tem uma visão mais ampla de seus concorrentes. A Citroën conseguiu converter a demora em lançar um SUV compacto para balancear bem o pacote de equipamentos com uma tabela de preços atrativa.

Enquanto isso, a engenharia realizou um trabalho exemplar ao ajustar motor, câmbio e suspensão ao gosto do consumidor brasileiro.

Se um porta-malas não for a maior prioridade do consumidor e o visual agradar, o C4 Cactus chega como um forte candidato a melhor opção de SUV compacto, ainda que se pareça mais com um hatch “anabolizado”.

Fonte: G1

Mais Novidades

28 JAN
Jeremy Clarkson: Ford Mustang deveria ser tratado como cão de estimação

Jeremy Clarkson: Ford Mustang deveria ser tratado como cão de estimação

Você pode até travar as rodas dianteiras para girar as traseiras em falso. Isso é brilhante, se você tiver 10 anos de idade ou banda de rodagem de sobra nos pneus (Divulgação/Ford)Para as férias da família deste ano, aluguei uma casa na Dordonha (França) e decidimos todos ir de carro. Não foi tão mau para meu filho, que tem um Fiat 124 Spider, nem para minha filha mais velha, cujo carro é um Ford Fiesta ST. Mas a caçula tem um VW Polo básico, de 9 cv. Sua passageira ligou quando... Leia mais
28 JAN
Teste: Toyota Corolla GLi é versão de entrada vigorosa, mas nada barata

Teste: Toyota Corolla GLi é versão de entrada vigorosa, mas nada barata

Toyota Corolla GLi (Fernando Pires/Quatro Rodas)Apesar de ser uma versão inicial, o Toyota Corolla GLi está longe de ser barato. O lado bom é que, na nova geração, o sedã de R$ 101.990 ganhou um novo trem de força, que tornou o modelo atraente.O motor Dynamic Force usa alta taxa de compressão (13:1) e oito bicos injetores para alcançar ótimos 177/169 cv e 21,4 mkgf. O câmbio segue CVT, mas passou a usar uma primeira marcha física para melhorar a arrancada inicial do... Leia mais
27 JAN
Lenda das quadras, Kobe Bryant também tinha ótimo gosto para carros

Lenda das quadras, Kobe Bryant também tinha ótimo gosto para carros

Além de ter sido um dos melhores jogadores da história da NBA (National Basketball Association), Kobe Bryant também era um grande amante de veículos.O atleta morreu no último domingo (26), após o helicóptero em que estava cair em Calabasas, cidade localizada no estado americano da Califórnia, no Condado de Los Angeles.Bryant tinha 41 anos e foi ala-armador do Los Angeles Lakers por 20 anos – onde foi cinco vezes campeão da liga de basquete norte-americana.Após sua aposentadoria,... Leia mais
27 JAN
Suzuki Jimny sai de linha na Europa por não atender nova lei ambiental

Suzuki Jimny sai de linha na Europa por não atender nova lei ambiental

Suzuki Jimny emite entre 154 e 170 g/km de CO2, limite será de 95g/km (Divulgação/Suzuki)As cada vez mais rígidas regulamentações ambientais estão fazendo outra vítima na Europa: o Suzuki Jimny.O jipinho japonês não conseguirá se adequar ao novo novo limite de emissão de CO² (95g/km) que passará a vigorar a partir de 2021 no continente europeu, e assim deixará de ser vendido por lá.Nova geração chegou ao Brasil em 2019 com motor 1.5 de 108 cv de potência e 14,1 mkgf de... Leia mais
27 JAN
Fiat Weekend sai de linha e, junto, morre o mercado de peruas no Brasil

Fiat Weekend sai de linha e, junto, morre o mercado de peruas no Brasil

Visual da Weekend é o mesmo desde 2012 (Divulgação/Quatro Rodas)A bola era cantada. E foi antecipada pelo parceiro Autos Segredos. Desde esta segunda-feira (27), a Fiat não produz mais a perua Weekend em Betim (MG).A medida é reflexo da nova legislação que obriga qualquer carro zero-quilômetro vendido no país a ter cinto de três pontos e encosto de cabeça em todas as posições homologadas, além de ganchos Isofix de fixação para cadeirinhas infantis.Projeto dos anos 1990, perua... Leia mais
27 JAN
Novo Chevrolet Tracker: GM confirma produção no Brasil e chegada até março

Novo Chevrolet Tracker: GM confirma produção no Brasil e chegada até março

Novo Tracker é visto bem de perto sem camuflagem (Ernesto Ardachnikoff Filho/Quatro Rodas)O Chevrolet Tracker está para mudar de geração no Brasil. Não apenas isso: a GM enfim passará a produzir o SUV nacionalmente, em São Caetano do Sul (SP), o que foi confirmado nesta segunda-feira (27) em comunicado oficial.Com isso, tentará corrigir um erro estratégico – admitido pela própria empresa – cometido quase dez anos atrás, quando a fabricante decidiu importar o modelo atual do... Leia mais