A Gestamp, fornecedora do setor automotivo, fez um acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos na tarde desta quinta-feira (18) para reduzir em três dias ao mês a jornada de trabalho na fábrica em Taubaté (SP), com redução proporcional nos salários. A medida foi uma alternativa à ameaça de demissões - a unidade opera com excedente de cerca de 100 funcionários.
A negociação prevê que a medida seja adotada por seis meses a partir do próximo dia 1º. A contrapartida é a estabilidade aos 980 empregados no período - sendo autorizadas demissões apenas em casos excepcionais, como justa causa.
O acordo ocorreu nesta tarde, depois que a Gestamp deu início à um processo de demissão em massa. Antes de 12h desta quinta, 20 trabalhadores haviam sido desligados. Para frear novas demissões, o sindicato sinalizou que faria o acordo. Os cortes, no entanto, não serão revistos.
De acordo com a direção da Gestamp, os trabalhadores do setor administrativo poderão escolher três dias por mês para fazer a redução de jornada, condicionado à necessidade da chefia; e os trabalhadores do setor operacional terão uma escala pré-definida.
Atualmente, a maioria dos empregados têm jornada de oito horas por dia, cinco vezes por semana.
Cadeia produtiva
Cerca de metade da produção da Gestamp, que produz peças e acessórios automotivos, atende a Volkswagen, também em Taubaté. A multinacional alemã vem concedendo, consecutivamente, férias coletivas aos operários - o que reduziu o ritmo de produção.
Com a produção menor, a demanda que a Gestamp precisa atender também reduziu, o que motivou o acordo de ajuste de jornada.
Em agosto a Gestamp demitiu 52 funcionários e alegou que precisava adequar produção à demanda.
Sindicato
O Sindicato dos Metalúrgicos foi procurado para comentar o acordo e o G1 aguardava retorno até a publicação desta reportagem.