Câmbio de Toyota, experiência adquirida com a Hyundai e preço de carro de categoria inferior. É com essa mistura que a Caoa Chery quer convencer o brasileiro a levar para casa um Tiggo 2 com câmbio automático.
O “aspirante a SUV” está nas lojas desde o final de junho, com preços de R$ 66.990 e R$ 70.990 (veja itens de série abaixo).
O Tiggo 2 automático é oferecido em duas versões:
- Look – R$ 66.990
Itens de série: ar-condicionado automático, direção hidráulica, vidros, travas e retrovisores elétricos, rodas de 16 polegadas, luz diurna de rodagem, controle de velocidade de cruzeiro, sensor de estacionamento com câmera de ré e central multimídia.
- Act – R$ 70.990
Itens de série: equipamentos da Look, mais bancos de couro, controles de tração e estabilidade e teto solar.
‘Nova’ Hyundai?
O Tiggo 2 é o primeiro produto da nova fase da fabricante, que agora é conhecida como Caoa Chery. Segundo a empresa, esse é apenas o primeiro passo na transformação da imagem da montadora chinesa.
Tudo começa com uma abordagem mais agressiva, ao melhor estilo Hyundai. Sob a batuta de Carlos Alberto de Oliveira Andrade, o Caoa, a marca coreana se tornou mais conhecida no Brasil e até mesmo desejada. Com a Chery, a Caoa espera repetir este feito.
Para transformá-la em uma espécie de “nova Hyundai”, o primeiro passo foi um “banho de loja” nas concessionárias. A identidade visual foi melhorada e a rede original cresceu de 25 para 45 pontos de venda – com projeção de 60 até o final do ano.
Boa parte das novas concessionárias, inclusive, está no mesmo terreno de lojas Hyundai (com a devida separação física).
Câmbio de Toyota
Dentro das lojas, a grande aposta é no Tiggo 2.
“Nosso modelo não é o melhor, mas também não é o pior. Ele é honesto”, disse Henrique Sampaio, gerente de marketing da Caoa Chery.
Para ele, o custo x benefício é a maior virtude do novo carro.
A versão automática utiliza uma transmissão de 4 marchas fornecida pela japonesa Aisin. De acordo com a Caoa Chery, trata-se da mesma caixa usada no Toyota Etios.
Este câmbio é combinado com o motor 1.5 de 115 cavalos e 14,9 kgfm de torque (com etanol).
No rápido contato com o Tiggo2, na voltinha de pouco mais de 7 km pelo trânsito de São Paulo, foi possível perceber que o conjunto “conversa” bem, não passando a impressão de que faltam marchas adicionais.
É provável que essa sensação mude em trajetos mais longos e trechos rodoviários, o que evidencia a vocação urbana do Tiggo 2 automático.
O interior do Tiggo 2 causa boa impressão. O visual é atual, e, mesmo com uma grande profusão de plásticos duros no painel, a cabine tem montagem cuidadosa, com encaixes mais precisos do que em alguns veículos de categoria superior.
Botões no volante e de regulagem do ar-condicionado também são agradáveis ao toque, com superfícies emborrachadas.
Encara os rivais?
O Tiggo 2 acaba no meio do caminho entre os hatches com proposta aventureira e os SUVs compactos.
Ele é maior do que Chevrolet Onix Activ, Hyundai HB20X e Ford Ka FreeStyle, apesar de ocupar uma faixa de preços semelhante e ser mais bem equipado.
Por outro lado, é menor do que Renault Duster e Ford EcoSport, mas custa menos do que os concorrentes. Um ponto fora da curva é o Honda WR-V, menor, com menos equipamentos, só que bem mais caro.
Apesar de a Caoa Chery não citar, o rival que mais se aproxima da proposta do Tiggo 2 é o Jac T40. O concorrente chinês, que deve ser nacionalizado, tem alguns equipamentos a menos, só que custa mais - de R$ 72.490 a R$ 75.490, considerando as versões automáticas.
Conclusão
O SUV é o primeiro passo na nova fase da Caoa Chery. Produzido em Jacareí (SP), e com a estratégia de marketing conhecida da Caoa, ele deve alcançar o objetivo de 6 mil unidades comercializadas até o final do ano.
A transmissão automática de 4 marchas passa longe das mais modernas soluções em câmbios deste tipo, mas também não decepciona, ao passo que a lista de equipamentos, o visual e o preço agradam.