Novidades

10 OUT

Meu passado me condena: conheça os Mitsubishi preparados pela AMG

O Galant foi o segundo modelo da parceria entre a marca japonesa e a então preparadora (Divulgação/Mitsubishi)

Quando atingimos uma certa idade na vida, paramos para refletir atitudes ou pensamentos que tivemos no passado. Nem sempre nos orgulhamos de algumas delas, não é mesmo?

A AMG, hoje importante divisão esportiva da Mercedes-Benz, deve se sentir da mesma forma com os Mitsubishi Debonair e Galant preparados sob sua chancela. Isso mesmo: um dia a AMG mexeu em carros nipônicos.

Anos antes de se tornar parte integrante da Daimler em 1999, a companhia criada no final dos anos 60 desenvolvia motores de corrida. Como os fundadores Hans Werner Aufrecht e Erhard Melcher eram ex-engenheiros da Mercedes, o caminho natural foi ofertar os serviços a marca alemã.

No começo dos anos 1980, a AMG passou a oferecer, além de upgrades nos motores, pacotes estéticos para tornar o visual dos carros mais agressivos.

Executivo, o Debonair tinha um design esquisito, principalmente os vidros na coluna C e as caixas de rodas traseiras (Divulgação/Mitsubishi)

Até então sem contrato de exclusividade com a Mercedes, a AMG resolveu abrir a leque.

Em 1987 começa a parceria com a Mitsubishi. O Japão vivia um cenário econômico bem favorável no final dos anos 1980 e começo dos 1990.

As fabricantes aproveitaram para investir em novas gerações de modelos. Nesse panorama surgiram a geração R32 do Nissan Skyline GT-R, a terceira encarnação do Mazda RX-7 e a quarta versão do icônico Toyota Supra.

Nessa época, a cena tuning no país oriental também explodiu. Jovens executivos gastavam rios de dinheiro para transformar seus sedãs em esportivos – estética e mecanicamente.

Talvez seja por isso o primeiro modelo Mitsubishi com tratamento AMG tenha sido o esquisito Debonair V3000 Royal AMG. E também porque um ano antes criou o explosivo e icônico Hammer, um Classe E com motor V8.

Em relação ao modelo japonês, AMG deu só um aspecto mais esportivo. O motor V6 3.0 litros não foi modificado.

Em 1990, a versão alongada V 150 AMG foi criada com distância entre-eixos 150 mm maior – totalizando 2,84 cm (Divulgação/Mitsubishi)

O Debonair surgiu em 1964 para ser a vitrine da marca em termos de carros para passageiros, mas não deu muito certo. Em 1986, a segunda geração vira o jogo – mais bem sucedida, vendeu mais de 6 mil unidades no primeiro ano.

O êxito pode ser uma das explicações da decisão da fabricante japonesa em desenvolver uma versão mais apimentada. A AMG trocou o volante, instalou novas rodas de aço de 15 polegadas e colou uma porção de adesivos com suas três letras na carroceria.

O sedã executivo supostamente esportivo tinha tração dianteira e transmissão automática de quatro marchas. O motor da família 6G72, um V6 com 3 litros, gerava 150 cv de potência e 23,5 mkgf de torque – a AMG nem se deu ao trabalho de modificá-lo.

A AMG deu só um aspecto mais esportivo ao sedã-grande. O motor V6 3.0 litros não foi modificado (Divulgação/Mitsubishi)

Especificações da época apontam que ele precisava de longos 11,4 segundos para deslocar os 4,86 metros e 1.510 kg até os 100 km/h. A velocidade máxima ficava em 180 km/h.

Em 1990, o Debonair ganhou a configuração V 150 AMG. Tratava-se de uma variante com entre-eixos alongado e a numeração, expressa em milímetros, o quão ele era maior em relação ao sedã convencional.

GALANT

A colaboração entre as empresas teve um segundo ato. Três anos mais tarde, em 1989, nascia o Galant AMG. Era baseado na sexta geração, o E33. O primeiro passo da preparadora foi não cometer o mesmo erro de antes.

A versão-base escolhida foi a GTi, equipada com o 4G63, código para o quatro cilindros de 1.997 cm³ 16V aspirado com duplo comando de válvulas.

Não se sabe ao certo quantas versões esportivas do sedã saíram da fábrica. Estima-se que menos de 500 unidades (Divulgação/Mitsubishi)

No motor, mudaram os pistões, aumentaram a taxa de compressão, trocaram as válvulas, instalaram molas de retorno feitas de titânio e colocaram comando de válvulas mais bravo. A central eletrônica e o escapamento também tiveram alterações.

O resultado de toda mão de obra foi um ganho de 30 cv – o carro saiu de 140 cv para 170 cv. A potência máxima era alcançada as 6.750 rpm – o corte, no entanto, era aos 8.000 giros. Transferir a força para o eixo dianteiro fica a cargo do câmbio mecânico de cinco velocidades ou automático de quatro.

Além de aumentar a potência do 2.0 aspirado, a AMG deu um trato na estética do Galant com um pacote novo de para-choques, rodas e spoiler (Divulgação/Mitsubishi)

Mais tarde, esse motor ganharia turbo e equiparia a conhecida versão VR-4 do Galant, com 200 cv. O bloco, já batizado de 4G63T, ainda sofreu mais modificações (chegou a 300 cv) e foi usado pela Mitsubishi para equipar o Lancer Evolution no Campeonato Mundial de Rali.

A mexida do Galant não ficou restrita à mecânica. A AMG instalou um kit com para-choques mais incrementados, um discreto spoiler sobre o porta-malas e rodas de 15 polegadas. O escapamento tinha duas saídas.

O volante tinhas as letras da preparadora no miolo e os bancos esportivos eram forrados de couro (Divulgação/Mitsubishi)

Freios e suspensão ainda foram redimensionados para dar uma tocada mais esportiva ao três volumes de 4,56 m. O sedã de 1.220 kg atingia os 216 km/h de máxima. Antes disso, em 9,3 s, o velocímetro marcava 100 km/h partindo da imobilidade.

A quantidade de carros produzidos é desconhecida, mas estima-se que menos de 500 exemplares ganharam as ruas. Do (duvidoso) passado da AMG, em contrapartida, poucos têm conhecimento. Tanto o Debonair quanto o Galant foram vendidos somente no mercado japonês.

Fonte: Quatro Rodas

Mais Novidades

17 JUN

A triste história dos Ford T que viajaram do Brasil aos EUA 90 anos atrás

Os Ford T da expedição Brasil-EUA, ocorrida entre 1928 e 1937 (Arte/Quatro Rodas)Antes de contar o milagre vamos contar o santo – e no caso são três santos, chamados Francisco Lopes da Cruz, Leônidas Borges de Oliveira e Mário Fava.Estes três brasileiros concluíram uma missão praticamente impossível: ir rodando do Brasil até os Estados Unidos a bordo de dois Ford T.Se hoje este feito já seria impressionante, imagine o que foi realizar essa viagem de 26 mil quilômetros há 91... Leia mais
17 JUN

Renault mostra novo Zoe na Europa, mas Brasil segue com versão atual

A Renault mostrou nesta segunda-feira (17) na Europa uma versão atualizada de seu principal carro elétrico, o Zoe. Entre as maiores novidades, estão um novo conjunto elétrico. Com baterias otimizadas, a autonomia cresceu 20%, chegando a 390 km, de acordo com o novo ciclo global de medições, que prevê 57% do uso urbano, 25% em vias suburbanas e 18% em rodovias. Zoe atual foi lançado no Salão do Automóvel de SP Além disso, o motor elétrico está mais potente. O Zoe... Leia mais
17 JUN

Governo suspende por 1 ano exigência de aulas para tirar habilitação das ‘cinquentinhas’

O Conselho Nacional de Trânsito (Contran) publicou nesta segunda-feira (17) a resolução 778, que trata de mudanças no processo para obter a Autorização para Conduzir Ciclomotor (ACC), além de confirmar o fim da exigência dos simuladores para quem está tirando a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) da categoria B, para carros. Todas as medidas passam a valer daqui 90 dias, em 17 de setembro. De acordo com a nova resolução, durante 12 meses, a contar a partir de... Leia mais
17 JUN

Mulher de Carlos Ghosn diz não ver marido há meses e que vai pedir ajuda de Bolsonaro: ‘Sou uma dona de casa, não uma cúmplice’

Carole Ghosn sabia que teria um caminho árduo pela frente quando começaram a surgir denúncias que a implicavam em crimes financeiros supostamente cometidos pelo marido, o brasileiro Carlos Ghosn, ex-presidente da Nissan. Me pintaram como a líder (do suposto esquema), alega. "Sou uma dona de casa que criou três filhos, e estão fazendo parecer que sou uma esposa conivente", diz Ghosn, de 52 anos, nascida em Beirute, de nacionalidade americana e libanesa. Carlos Ghosn já foi... Leia mais
17 JUN

Ford Ka 2020 perde airbag e multimídia moderno, mas fica mais caro

A versão FreeStyle 1.5 com câmbio manual deixou de ser oferecida (Divulgação/Ford)Em menos de 30 dias a Ford deixou de vender o Focus no Brasil, tirou o Fiesta de linha e lançou uma série especial em clima de velório para comemorar 100 anos de suas operações no país.A sequência de más notícias, porém, não acabou: a marca acaba de lançar a linha 2020 do Ka, que ficou mais caro e perdeu equipamentos.O sistema Sync 2.5, mais simples, substituiu a 3.0 (Divulgação/Ford)A versão... Leia mais
17 JUN

Correio técnico: suspensão de eixo rígido precisa de alinhamento?

O QQ é um dos poucos carros de passeio do mercado a usar eixo rígido (Divulgação/Chery)É verdade que suspensão do tipo eixo rígido, como a traseira do Renault Kwid, não precisa de alinhamento? – Sergio Ricardo Alves Nogueira, por e-mailSim, porque seu projeto não prevê esse tipo de ajuste. O mesmo acontece no sistema por eixo de torção, que é o mais popular do mercado por ser simples e robusto. Deve-se checar a o alinhamento a cada 10.000 km ou após cair em buracos ou colidir... Leia mais