Novidades

08 OUT

Comparativo: VW Passat e Toyota Camry se enfrentam

O visual ousado do Toyota Camry contrasta com o retilíneo VW Passat (Christian Castanho/Quatro Rodas)

As rádios de músicas antigas têm um desafio constante. Algumas optam por ter na programação só clássicos das décadas passadas, enquanto outras incluem hits atuais para atrair ouvintes mais novos.

O segmento de sedãs executivos fora da tríade Audi-BMW-Mercedes enfrenta uma situação similar: Honda e Toyota seguem uma escola mais conservadora com o Accord e Camry, com menos ousadias, enquanto a Volkswagen usa o Passat como uma vitrine tecnológica.

Os vincos esticam visualmente os 4,8 m do longo sedã (Christian Castanho/Quatro Rodas)

O desenho elegante, mas previsível, é o mesmo desde 2016 (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Convocamos o Passat 2019, que recebeu mais equipamentos, para um duelo com o novo Camry – o Accord ficou de fora por causa da iminente troca de geração do sedã.

O Toyota é mais novo, mas sai perdendo pelo preço: R$ 199.990, ante os R$ 164.620 do Volkswagen. Mas pesa a favor do japonês o V6 3.5 de 310 cv, enquanto o Passat manteve o 2.0 16V com 220 cv.

O japonês conta com um motor V6 3.5 de 310 cv (Christian Castanho/Quatro Rodas)

O eficiente motor 2.0 é o mesmo do Golf GTI (Christian Castanho/Quatro Rodas)

O câmbio da dupla é sempre automático, mas com conceitos diferentes: por conversor de torque e oito marchas no Camry, e automatizado com dupla embreagem e seis marchas no VW.

As escolas da dupla também são distintas da porta para dentro, com o alemão voltado a quem dirige, enquanto o japonês valoriza quem anda de passageiro. E essa diferença foi essencial para definir o campeão deste comparativo, como veremos a seguir.

A linha 2019 inclui um novo multimídia, mas tirou o som Dynaudio e o Park Assist (Christian Castanho/Quatro Rodas)

A oitava geração do Passat reúne plataforma, motor e câmbio do Golf GTI em uma embalagem familiar. Isso significa que os estampidos nas trocas de marcha foram suavizados, mas a resposta da suspensão firme e da direção direta faz com que qualquer motorista veterano rejuvenesça uma dezena de anos.

O painel com design ousado e bem-acabado usa couro, metal e imitação de madeira (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Mesmo popularizado, o painel digital ainda chama a atenção, e ganhou a companhia de um sistema multimídia que reconhece alguns gestos feitos no ar, como ao virar uma página invisível com os dedos e, com isso, trocar a tela do computador de bordo.

Painel digital customizável é o mesmo do Golf GTI (Christian Castanho/Quatro Rodas)

A praticidade do recurso é quase nula, ao contrário do farol de led com facho alto automático e do controlador de velocidade adaptativo com frenagem automática de emergência, que passaram a ser de série no Passat.

O Camry, por outro lado, não tem nada disso. Mas quem viajar em seu banco traseiro não sentirá falta de um rádio moderno, do freio com Auto Hold ou da vetorização de torque.

Quem viajar em seu banco traseiro do Camry não sentirá falta de um rádio moderno, do freio com Auto Hold ou da vetorização de torque (Christian Castanho/Quatro Rodas)

A falta desses itens (e de outros mais frugais, como as portas sem travas automáticas) é um problema do motorista, já que o melhor lugar para quem investir quase R$ 200.000 no Camry está no assento de trás.

Falta de alguns itens essenciais deixam o motorista na mão (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Ele só tem 3,4 cm a mais de entre-eixos (são 2,82 m no total), mas o encosto traseiro reclinável comandado por um requintado controle embutido no apoio de braço central dá ao Toyota um ar de “carro da diretoria” que falta à cabine do Passat.

Comandos sensíveis ao toque embutidos no apoio de braço central permitem reclinar o encosto traseiro, ajustar o ar-condicionado, erguer a cortina elétrica do vidro posterior ou até comandar o sistema de som do Camry (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Essa sensação é reforçada pelo rodar suave da suspensão macia, típica de um carro americano. Não à toa, o Camry é o Toyota mais vendido nos Estados Unidos, um mercado onde nem um Passat feito especificamente para lá conseguiu dominar.

Quem quiser ficar no comando terá em mãos um modelo menos ágil nas curvas, mas que entrega uma aceleração até os 100 km/h cumprida em ótimos sete segundos. Mesmo que isso seja só 0,1 segundo mais rápido que o Passat, o ronco do V6 entrega uma trilha sonora que vem desaparecendo gradualmente no segmento. E por um motivo nobre.

Porta-malas do Camry cabem 593 litros (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Ainda que o motor do Camry seja moderno e tenha quase todos os recursos do quatro-cilindros alemão, a ausência do turbo pesa contra o consumo do Toyota, mais elevado tanto em ciclo urbano quanto rodoviário.

O Passat também é mais econômico na hora de fazer revisões e na cesta básica de peças. Seu seguro é mais elevado, mas o proprietário do Camry teria que ficar 20 anos com o modelo para usar essa vantagem para empatar os gastos com a compra do carro.

Porta-malas do Passat tem abertura elétrica por gestos com os pés (Christian Castanho/Quatro Rodas)

O preço elevado do Toyota, inclusive, é o seu maior ponto fraco. Ele tem um design marcante, que destoa do Passat, e trata – muito bem – seus ocupantes. Mas não há argumento racional que justifique um modelo que tenha acabamento e desempenho similar ao Passat, mas que gaste mais combustível, seja R$ 35.370 mais caro e bem menos equipado.

O banco do motorista tem memória e oferece massagem (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Há saída de ar-condicionado nos bancos traseiros (Christian Castanho/Quatro Rodas)

O Volks sai deste comparativo como o vencedor com grande vantagem, mas o Camry ainda toca no coração dos fãs dos sedãs executivos clássicos, onde ser conduzido é tão ou mais prazeroso quanto conduzir. É uma fórmula que ainda tem seus consumidores, mas que, como nas rádios, limita o alcance do seu produto.

O novo Camry ficou ousado como nenhum outro Toyota e entrega um rodar macio e vigoroso. Mas o Passat anda junto, é mais prazeroso de guiar, tem muito mais equipamentos e custa bem menos.

 

Fonte: Quatro Rodas

Mais Novidades

02 ABR
Tempo Matador: o curioso rival da Kombi que deu origem à Mercedes Sprinter

Tempo Matador: o curioso rival da Kombi que deu origem à Mercedes Sprinter

Alguns Tempo Matador foram enviados para o Brasil (Henrique Rodriguez/Quatro Rodas)O nome não é alusivo à atual epidemia de Coronavírus, tampouco ao calor do verão no Rio de Janeiro. Mas a Tempo lidou bastante com o fogo antes de começar a fabricar um dos maiores rivais da VW Kombi.Isso porque a empresa surgiu prestando serviço de combate a incêndios para empresas que importavam carvão pelo porto de Hamburgo (Alemanha). Mas a economia do país entrou em crise, motivada pela cobrança... Leia mais
02 ABR
Para cada carro novo vendido no Brasil, quatro usados são negociados

Para cada carro novo vendido no Brasil, quatro usados são negociados

Compactos de entrada dominam entre os usados (Acervo/Quatro Rodas)Se os carros novos vendessem tanto quanto os usados e os seminovos, não existiria crise na indústria. Só em janeiro, 916.361 automóveis e comerciais leves encontraram novos proprietários. No mesmo período foram emplacados 251.795 carros novos.Quanto menor é a proporção entre usados e seminovos, melhor é a saúde do mercado automotivo. Em 2012, quando houve redução de IPI e recorde de vendas de novos (3,8 milhões), a... Leia mais
01 ABR
Strada, 208, Versa: carros que não veremos tão cedo por causa da Covid-19

Strada, 208, Versa: carros que não veremos tão cedo por causa da Covid-19

– (arte/Quatro Rodas)Fábricas pararam, concessionárias fecharam, consumidores se esconderam.Mas a Covid-19 não impactou apenas a produção de automóveis. Por reação em cadeia, novos carros que estavam previstos para chegar às lojas nos próximos meses também foram afetados pelo vírus. E não apenas no Brasil.A Chevrolet conseguiu lançar a nova geração do Tracker a tempo. Com o carro nas concessionárias, a fabricante cancelou o evento presencial para evitar aglomeração e... Leia mais
01 ABR
Citroën fará novo C3 no Brasil com base do Peugeot 208 simplificada

Citroën fará novo C3 no Brasil com base do Peugeot 208 simplificada

Atual Citroën C3 vendido na Europa. Não é que será feito no Brasil, mas sim o seu sucessor (Divulgação/Citroën)O grupo PSA já confirmou que produzirá na Argentina as novas gerações do hatch compacto 208, previsto para chegar ainda este ano ao mercado, e do SUV compacto 2008, este programado para 2021.Também anunciou que a plataforma modular que baseia os dois modelos, conhecida como CMP (desenvolvida em parceria com a chinesa Dongfeng), será trazida ao Brasil para dar vida a uma... Leia mais
01 ABR
Brasil pré-coronavírus vendia 10.000 carros/dia. Agora mal passa de 1.000

Brasil pré-coronavírus vendia 10.000 carros/dia. Agora mal passa de 1.000

Jeep Compass teve seu pior mês desde o lançamento, em 2016 (Divulgação/Jeep)A queda acima dos 90% nos emplacamentos diários de automóveis na última semana já antecipava queda nas vendas.Agora, números preliminares obtidos por QUATRO RODAS apontam para queda de 19,1% nas vendas de automóveis e comerciais leves no Brasil em todo o mês março.O mês fechou com 155.733 unidades emplacadas, queda de 19,1% frente as 192.639 unidades de fevereiro. Já na comparação com os emplacamentos... Leia mais
01 ABR
SUV derivado do Renault Kwid será lançado em julho

SUV derivado do Renault Kwid será lançado em julho

Projeção foi feita com base nos últimos flagras do carro, mostrados abaixo (Indian Autos Blog/Reprodução)Depois de ter a apresentação adiada, no salão do automóvel indiano Auto Expo 2020, o novo SUV compacto da Renault, baseado no Kwid, deve ser lançado oficialmente no mercado asiático em julho deste ano.Dessa forma, a marca cumpre a promessa de seu CEO na Índia, Venkatram Mamillape, que afirmou no ano passado que o lançamento aconteceria no segundo semestre de 2020.No entanto, a... Leia mais