Novidades

26 SET

Freios ABS completam 40 anos de história salvando vidas

O Classe S foi o primeiro modelo a ser oferecido com sistema antitravamento de rodas em 1978 (Divulgação/Mercedes-Benz)

O ano de 1978 não foi marcado por nenhum grande lançamento de carro no Brasil. Mas foi neste ano que surgiu o sistema antibloqueio de frenagem. O famoso ABS, sigla para “freios antitravamento, em inglês”.

O componente se tornou um marco em segurança ativa nos automóveis.

O desenvolvimento foi da Daimler e da Bosch, tanto que o primeiro carro no mundo com ABS foi o Mercedes Classe S W116.

O equipamento era oferecido somente como opcional e tinha preço de 2.217 marcos alemães – pouco mais de mil euros na cotação atual.

Só em 1984 o ABS começou de fato a ser equipamento de série nos automóveis da Mercedes-Benz.

No Brasil, a honra foi do Volkswagen Santana, lá em 1991.

A proposta do ABS é permitir ao motorista, em uma situação de frenagem mais forte, ter o controle do veículo e da trajetória, o que só é possível se as rodas não travarem totalmente.

A distância de frenagem também pode ser menor em casos de piso de baixa aderência, onde é mais fácil de travar os pneus.

Isso acontece graças a sensores de rotação que percebem que a roda está prestes a travar.

Neste momento, a unidade de comando retira a pressão do pedal, mandando o fluido de freio de volta para o seu reservatório.

O ABS consiste de sensores nas rodas, central eletrônica e uma unidade hidráulica (Divulgação/Mercedes-Benz)

Como o ciclo se repete várias vezes por segundo, é comum (principalmente em modelos mais antigos) que o motorista sinta uma trepidação no pedal. Nos modelos mais recentes, essa sensação foi eliminada – você apenas escuta o sistema atuando.

De acordo com um estudo realizado pelo lnsurance lnstitute for Highway Safety (IIHS), instituição independente responsável por avaliar a segurança de veículos vendidos nos Estados Unidos, a utilização de freios ABS pode diminuir em até 37% o risco de acidentes fatais.

Em 2004, o ABS passou a ser item obrigatório em 15 países membros da União Europeia. O Brasil demorou um pouco. O equipamento só se tornou obrigatório em carros novos há quatro anos.

O embrião do ABS que conhecemos hoje, no entanto, surgiu muito antes. O primeiro estudo que se tem notícia é de 1908, na Inglaterra, para uso em trens.

Em 1928, engenheiro  alemão Karl Wesse registrou a patente de um regulador de força de frenagem para automóveis.

O projeto nunca saiu do papel. Em 1936, a Bosch registrou um “mecanismo que previne o travamento das rodas em veículo a motor”.

Cinco anos mais tarde, outro mecanismo foi testado com modesto sucesso, mas novamente não foi para frente.

Em 1941, mais uma tentativa de criar um aparato de segurança eficaz mostrou resultados modestos, porém norteou a evolução que o sistema sofreria nos anos seguintes.

Ficou claro que o antibloqueio precisava ter sensores para medir as velocidades de cada roda dianteira, bem como uma unidade de controle para registrar e comparar os dados medidos pelos sensores.

Esta unidade de controle serviria para controlar individualmente a pressão do freio em cada roda até o ponto em que a roda está prestes a travar.

Os testes mostravam o comportamento de dois carros: um com ABS e outro sem (Divulgação/Mercedes-Benz)

Em 1953, o rascunho do sistema com a ser esboçado de forma mais realista. A patente de um método que impedia as rodas do veículo de travarem em condições de uso extremo dos freios é concebido a Hans Scherenberg, então chefe de design na Mercedes-Benz.

A mecânica era parecida com a usada em aeronaves e trens. Porém, a concepção para os automóveis se mostrou muito mais complexa.

Os sensores tinham exigências muito mais altas. Precisavam registrar desacelerações e acelerações na velocidade das rodas, tinham que reagir de forma confiável nas curvas e até em terrenos irregulares, além de trabalhar perfeitamente mesmo quando muito sujos ou expostos a grandes variações de clima.

A viabilização surgiria com a introdução dos semicondutores e circuitos integrados, nos anos 60.

Em 1966, a Mercedes se juntou com a Teldix, uma empresa alemã de eletrônicos (que viria a ser comprada pela Bosch mais tarde) para tentar equacionar o problema.

A primeira solução só aparaceu um ano depois com sensores que operavam pelo princípio da indução.

Os sinais eram enviados para uma central que interpretava os dados e controlava a pressão dos freios por meio das válvulas solenoides.

À época, a eletrônica ainda funcionava com base na tecnologia analógica, que era relativamente suscetível a falhas e era baseada em circuitos complicados.

Módulos integrados ainda não existiam e era preciso um sistema completamente digital para um melhor funcionamento.

Mesmo assim, o dia 12 de dezembro de 1970 pode ser considerado uma das datas de estreia do ABS.

Em 1978, logo após demonstrar o ABS no Classe S, a Daimler incorporou o dispositivo em um ônibus (Divulgação/Mercedes-Benz)

Foi nesse dia que a Daimler-Benz promoveu a estreia do sistema em uma  demonstração na pista de testes em Untertürkheim, na Alemanha, usando carros, ônibus e caminhões.

Mais oito anos se passaram, a Bosch novamente entrou na evolução do componente com a tecnologia digital onde os componentes eletrônicos eram capazes de registrar, comparar, avaliar e transformar os dados do sensor em pulsos de regulador para as válvulas solenoides dos freios em milissegundos.

Hoje, automóveis usam sistema ABS de nona geração (Bosch/Divulgação)

Além disso, não apenas as rodas dianteiras, mas também as rodas traseiras foram incluídas nas operações de controle.

Em quatro décadas o sistema ABS se tornou mais simples.

Em 1989 a unidade de comando hidráulico foi integrada ao modulador hidráulico, diminuindo drasticamente seu tamanho e peso: passou de 6,2 kg para 3,8 kg. 

A distribuição eletrônica de frenagem foi incorporada na quinta geração, em 1993.

Em 1995 foi a vez de integrar o controle de estabilidade.Atualmente, a décima geração do sistema (usada apenas em motocicletas) pesa menos de 500 gramas.

Fonte: Quatro Rodas

Mais Novidades

02 OUT
Hyundai é multada em R$ 1,7 mi por deixar donos de HB20 e Creta sem reparo

Hyundai é multada em R$ 1,7 mi por deixar donos de HB20 e Creta sem reparo

Hyundai foi multada pelo Procon-SP descumprir o artigo 18 do Código de Defesa do Consumidor (Acervo/Quatro Rodas)O Procon-SP multou a Hyundai Motor Brasil em R$ 1.707.160,00, na última terça-feira (1), por desrespeitar o artigo 18 do Código de Defesa do Consumidor.O artigo diz que os fornecedores são responsáveis por consertar os problemas que seus produtos apresentam. De acordo com o órgão de defesa do consumidor, ao todo foram feitas quatro denúncias contra a fabricante sobre... Leia mais
02 OUT
Vendas de veículos novos subiram 10,1% em setembro, diz Fenabrave

Vendas de veículos novos subiram 10,1% em setembro, diz Fenabrave

As vendas de carros novos no Brasil subiram 10,1% em setembro, de acordo com a Fenabrave, a associação dos concessionários. A comparação é com o mesmo mês de 2018. Foram emplacadas 234.864 unidades divididas entre automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus no último mês, contra 213.323 do mesmo período no ano passado. De janeiro a setembro deste ano, foram vendidos 2.029.590 veículos, número 9,9% maior em relação aos 1.846.024 do acumulado de 2018. Já... Leia mais
02 OUT
Yamaha MT-03 ganha novo visual 'polêmico' em atualização

Yamaha MT-03 ganha novo visual 'polêmico' em atualização

Depois de atualizar a esportiva YZF-R3, a Yamaha faz o mesmo com sua "irmã" sem carenagens e renova a MT-03. As novidades para o modelo foram reveladas nesta quarta-feira (2), na Europa, e trazem como principais mudanças um visual renovado, suspensões do tipo invertida na dianteira e luzes de LED. Motos 2019: veja 20 modelos esperados até o fim do ano Visual polêmico Como de costume, a MT-03 segue as linhas vistas em MT-07 e MT-09, que são as nakeds de alta cilindrada... Leia mais
02 OUT
Deixar de fazer um recall vai bloquear o licenciamento do carro no Brasil?

Deixar de fazer um recall vai bloquear o licenciamento do carro no Brasil?

O aviso de recall pendente ficará impresso no documento do veículo (Reprodução/Internet)Passou a valer nesta segunda-feira (30) a portaria conjunta Nº 3, assinada pelos ministro da justiça e da segurança pública, que altera parte da legislação em relação aos recall promovidos pela indústria automotiva.A maior novidade é que, a partir de agora, veículos que não comparecerem às campanhas de recall irão receber um aviso no documento (CRLV) do ano seguinte sobre a... Leia mais
02 OUT
Bipolar, Chery Arrizo 5e anda ora como esportivo, ora como 1.0 dos anos 90

Bipolar, Chery Arrizo 5e anda ora como esportivo, ora como 1.0 dos anos 90

Apenas grade e rodas diferem a versão elétrica da flex (Henrique Rodriguez/Quatro Rodas)Embora tenha sido lançado já na fase Caoa Chery, o Arrizo 5 não alcançou o mesmo destaque no mercado que os SUVs Tiggo 2, Tiggo 5X e Tiggo 7. Agora o sedã ganha uma nova chance com o lançamento de sua versão elétrica.Começa pelo simples fato de ser o primeiro sedã elétrico à venda no Brasil e também o primeiro modelo com versões elétrica e a combustão nas lojas simultaneamente.A... Leia mais
02 OUT
Guia de Usados: Citroën Aircross tem espaço de SUV a menos de R$ 30.000

Guia de Usados: Citroën Aircross tem espaço de SUV a menos de R$ 30.000

Com 4,1 metros, o Aircross é menor que o Renegade, porém é mais espaçoso (Acervo/Quatro Rodas)Irmão do extinto C3 Picasso, o Citroën Aircross foi um dos lançamentos mais aguardados na linha 2011 da Citroën. A receita do estepe na traseira, pneus de uso misto e decoração aventureira ainda seduz quem procura a praticidade de uma minivan e o apelo da maior altura do solo.A versão mais valorizada de 2011 a 2015 é a topo de linha, Exclusive, que já trazia de série duplo airbag e... Leia mais