SUV híbrido usa a mesma plataforma modular no Prius (Gabriel Togeiro/Quatro Rodas)
Nas últimas semanas uma série de flagras feitos por leitores da QUATRO RODAS de um misterioso Toyota CH-R circulando por São Paulo chamou a nossa atenção.
O modelo que roda no Brasil não possui nenhuma camuflagem e está usando placas europeias – algo que, apesar de incomum, é permitido para veículos em teste.
As fotos foram feitas pelos leitores Gabriel Togeiro e Alexandre nas zonas sul e oeste da capital paulista.
Um adesivo em alemão avisa que o carro possui dispositivos de gravação de seus arredores. (Gabriel Togeiro/Quatro Rodas)
A unidade é da versão híbrida, que no mercado alemão usa o mesmo trem de força do Prius. O motor 1.8 associado a outro elétrico gera uma potência combinada de 122 cv.
O primeiro palpite seriam testes que a Toyota poderia fazer com o SUV, que concorreria com Hyundai Creta e Honda HR-V no Brasil.
O logotipo frontal deslocado indica que um sensor extra foi posicionado atrás dele (Gabriel Togeiro/Quatro Rodas)
Entramos em contato com a fabricante, que negou qualquer responsabilidade com o veículo em questão. Segundo a Toyota, os CH-R que ela avalia no país usam placas verdes (e têm uma camuflagem leve).
As pistas da origem estão nos adesivos (em sua maioria em alemão) colados na carroceria do CH-R.
A lei autoriza que veículos trafeguem com placas de outros países, mas exige uma documentação específica para isso. (Gabriel Togeiro/Quatro Rodas)
Eles são de empresas de tecnologia, sendo que uma delas, a ADC Automotive Distance Control Systems, trabalha especificamente com sistemas de assistência à condução.
A ADC faz parte do grupo Continental e desenvolve itens essenciais para carros autônomos, como sensores e câmeras embutidos no veículo.
Por conta disso, os veículos que testam os equipamentos da empresa (caso do CH-R) possuem um aviso alertando que o automóvel está filmando seus arredores.
O visual incomum e a placa da Alemanha chamaram a atenção de nossos leitores (Alexandre/Quatro Rodas)
Também há um site onde é possível questionar se você foi filmado pelo veículo e pedir eventuais retiradas de gravações.
QUATRO RODAS entrou em contato com a ADC, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem.
É possível que as empresas estejam apenas coletando dados para a maturação dos sistemas de condução semi-autônoma.
Esses sistemas são mais eficientes em locais com boa sinalização (horizontal e vertical) e com um trânsito minimamente civilizado – duas coisas que não são exatamente comuns no Brasil.
Por conta disso, testes aqui podem ajudar na evolução do sistema, que já é adotado em diferentes níveis por marcas como Audi, Mercedes e Tesla.