A Kawasaki Ninja 400 chega às concessionárias do Brasil a partir da segunda quinzena deste mês com a difícil missão de substituir a Ninja 300.
Custando a partir de R$ 23.990, a moto se torna um meio-termo entre as concorrentes no segmento das pequenas esportivas, ficando entre Yamaha YZF-R3 e Honda CBR 500R.
Para se tornar mais competitiva, a "Ninjinha" ganhou nova geração com todos elementos renovados, desde o visual, inspirado na Ninja H2, até o motor e o chassi.
Principais fatos sobre a Ninja 400:
- Motor maior e mais potente;
- Passou de 39 cavalos para 48 cavalos;
- Chassi novo e mais leve;
- Moto ficou 4 kg mais leve, passando de 172 kg para 168 kg;
- ABS agora é de série;
- Preço aumentou: passou de R$ 19.990 (Ninja 300 sem ABS) e R$ 22.990 (Ninja 300 ABS), para a partir de R$ 23.990 (Ninja 400 ABS)
Quando foi lançada, em 2012, a Ninja 300 chegava para substituir a Ninja 250. Na época, ela reinava absoluta entre as pequenas esportivas, sofrendo apenas com algum período de sucesso da Honda CBR 250 R, que acabou saindo de linha.
Também estavam à venda as finadas Kasinski Comer 250 GTR e Dafra Roadwin 250, mas que não tinham vendas expressivas.
Seis anos depois, a situação é bem diferente para a "Ninjinha", que sofreu principalmente com o lançamento da Yamaha YZF-R3, que se tornou a atual líder de vendas do segmento.
De janeiro a julho de 2018, a R3 teve 708 unidades vendidas no Brasil, enquanto a Ninja 300 alcançou 389 emplacamentos, de acordo com números da associação das concessionárias, a Fenabrave.
A situação ficou ainda mais complicada com a chegada da Honda CBR 500R.
A rival também superou o modelo da Kawasaki, com 405 unidades emplacadas no ano.
Como aconteceu nas mudanças da Ninja 250 para a Ninja 300, a estratégia da Kawasaki foi "bombar" a "Ninjinha".
Mantendo a configuração de 2 cilindros, o motor passou de 296 cc de cilindrada para 399 cc. Isso fez a potência da Ninja 400 chegar a 48 cavalos a 10.000 rpm, enquanto a sua antecessora tem potência máxima de 39 cavalos a 11.000 rpm.
O torque também evoluiu, passando de 2,8 kgfm a 10.000 rpm, na Ninja 300, para 3,9 kgfm a 8.000 rpm, na Ninja 400.
A importância em ressaltar os giros do motor para as forças máximas é que aí está uma das principais melhorias para a moto.
Além de energia extra, o novo motor a fornece mais cedo do que na antiga Ninja 300. Isso faz com que a condução seja bem mais confortável no atual modelo.
Na avaliação realizada na pista, a aceleração da Ninja 400 se mostrou mais linear e constante, com mais fôlego nas retomadas.
O modelo ficou menos "arisco" e não são necessárias tantas trocas de marchas para acelerar novamente.
No circuito, isso já foi bem interessante, mas a vantagem deve ser ainda maior na cidade, onde a moto trabalha naturalmente com o motor girando em baixas rotações.
'Dieta' em dia
Apesar de o motor ter evoluído, o que chama bastante atenção foi a redução de peso na "Ninjinha".
O chassi do tipo treliça fez a moto "emagrecer" 4 kg, considerando que o bicilíndrico ganhou em capacidade cúbica, é um avanço importante. Isso fez a Ninjinha ficar ainda mais "na mão" e as trocas de direção nas curvas são realmente rápidas.
O modelo ficou com a massa bem equilibrada, o que também ajuda na hora das frenagens.
Na situação de pista, como foi a avaliação, a moto mostrou que consegue fazer frenagens fortes sem desestabilizar o conjunto.
O modelo passa a ter freios ABS de série, algo que as rivais já ofereciam, mas a versão do dispositivo evoluiu na Ninja 400.
De nova geração, o ABS não é muito intrusivo e só entra em ação em momentos realmente necessários, não deixando acontecer aquela sensação chata de muita trepidação.
O disco dianteiro, de 310 milímetros, passa a ser do tipo flutuante, enquanto o traseiro tem 220 mm.
Com apenas 1 disco na dianteira, o freio da Ninjinha não é muito sensível, e necessita de um pouco mais de força para frenagens fortes, mas não é algo que comprometa.
O pacote da Ninja 400 segue com embreagem do tipo antideslizante, que evita o travamento da roda traseira em reduções bruscas, e assistente de embreagem, que deixa o acionamento do manete mais levinho.
Além da versão de entrada com ABS, nas cores preto ou verde, a Ninja 400 tem a opção KRT, que tem pintura inspirada nos modelos de competição da marca e custa R$ 24.990.
O painel também foi renovado, inspirado nas motos maiores da montadora, e tem hodômetro, indicador de marcha, consumo, indicador de pilotagem econômica, entre outros. O faróis são de LED.
De carona
Como toda moto esportiva, a Ninja 400 não é um grande atrativo para os garupas.
Além de um espaço diminuto para levar o passageiro, a motocicleta não tem alças para o garupa.
O bom ajuste das suspensões pode compensar isso em parte, não transferindo os impactos diretamente ao ocupante, já que elas não são nem muito moles e nem muito duras.
A dianteira é do tipo telescópica, com 120 mm de curso, sem a possibilidade de ajustes, enquanto a traseira tem 130 mm de curso com ajustes da pré-carga de mola e atuação do link.
Se o garupa fica desconfortável na moto, o mesmo não vale para o piloto. Apesar da cara de invocada, a "Ninjinha" não tem uma ergonomia de superesportiva e o guidão e razoavelmente alto, deixando os braços relaxados.
Ninja em vantagem
Com as mudanças, a moto ganhou um ar maior de novidade, algo que as rivais já estão devendo. O modelo também se mostra o mais acertado entre as rivais e com o melhor peso-potência da categoria.
Veja comparação de peso-potência:
- Ninja 400: 3,5 kg/cv
- Honda CBR 500 R: 3,84 kg/cv
- Yamaha R3: 4,04 kg/cv
Seu desenho, inspirado na Ninja H2, também foi repaginado e dá a impressão de se tratar de uma moto maior.
Apesar de estarem no mesmo segmento, as diferenças de preços e potência fazem Ninja, R3 e CBR 500 R produtos com diferentes atrativos. A R3 tem o melhor custo-benefício, com seu preço mais atrativo.
O detalhe que pesa contra acaba sendo o preço na "Ninjinha", que ficou muito próximo ao da CBR 500 R, modelo de maior cilindrada, e maior torque.