Novidades

08 AGO

Jaguar I-Pace, o SUV elétrico com autonomia de carro convencional

A grade frontal fechada ajudou a manter o Cx em bons 0,29 (David Shepherd/Jaguar)

Quase todos os fantasmas que o carro elétrico precisa enfrentar envolvem suas baterias. Sua produção é poluente e cara, e elas ainda restringem a autonomia do veículo.

Enquanto isso não se resolve, a Jaguar solucionou parte desses limitantes no I-Pace, modelo que chega ao Brasil no fim do ano, com a força bruta: lotando o assoalho com 432 células de íon-lítio, suficientes para dar um alcance ao modelo de até 480 km.

O spoiler vazado permitiu a retirada do limpador traseiro (David Shepherd/Jaguar)

Isso é quase a autonomia de um Nissan Kicks com etanol, segundo o selo Conpet. Só que encher o carro de bateria tem seu preço – ou melhor, peso. Vazio, o I-Pace passa das 2,2 toneladas.

Para movimentar tudo isso com o mínimo de desempenho, mais força bruta. No caso, dois motores, um em cada eixo, totalizando 400 cv e 71 mkgf – que estão disponíveis desde 1 rpm.

Todos os sistemas são controlados por três telas (David Shepherd/Jaguar)

Esses números permitem lançar o I-Pace, segundo a marca, de 0 a 100 km/h em 4,8 segundos, como pudemos experimentar no lançamento mundial na região e no autódromo de Algarve, Portugal.

É o mesmo tempo do Porsche Macan Turbo, que tem 400 cv, 56 mkgf e 1.925 kg.

A arrancada vigorosa pressiona os passageiros contra os bancos e é capaz de despertar o jovem imaturo que há dentro do mais conservador dos adultos.

É divertido ver a cara de espanto dos ocupantes a cada pressionada do pedal do acelerador, sobretudo no modo de condução Dynamic.

Cores da cabine podem ser mudadas conforme o gosto do motorista (David Shepherd/Jaguar)

Menos engraçado, porém, será lidar com o enjoo dos passageiros sempre que o mesmo pedal for solto, o que gera uma frenagem na hora.

O modo de regeneração de energia dos motores elétricos é tão intenso que dá para dirigir o I-Pace sem usar o freio.

Mas, enquanto você não se acostuma com essa solução, os passageiros ficam indo para a frente e para trás a cada aceleração e frenagem, tentando impedir que seu almoço suba ao invés de descer.

Mesmo sem cardo ou escapamento para atrapalhar, assoalho traseiro tem túnel central elevado (David Shepherd/Jaguar)

É possível tornar a desaceleração mais suave por meio das configurações, mas a eficiência energética do veículo é limitada, assim como sua capacidade de divertir.

Basta compreender a excêntrica dinâmica do modelo para aproveitar suas virtudes dignas de esportivo.

A direção responde tão rápido quanto o acelerador, e as pesadas baterias acabam propiciando um centro de gravidade mais baixo, limitando consideravelmente a rolagem da carroceria.

A suspensão (que opcionalmente pode ser a ar) absorve irregularidades com a mesma eficiência que mantém a carroceria de aço e alumínio no rumo certo.

Na verdade, os conjuntos trabalham tão bem que acabam levando rapidamente os pneus 245/50 ao limite de aderência.

No Brasil, as rodas terão, no mínimo, 20 polegadas (Divulgação/Jaguar)

Mas não dá para criticar os compostos, que têm baixo ruído de rolagem, favorecidos também pelas rodas de 20 polegadas com elementos ocos para oferecer uma espécie de cancelamento de ruído passivo.

O que vale o questionamento são problemas não exclusivos de modelos elétricos.

O test-drive feito por nós envolveu um trecho de off-road com subidas inclinadas de terra batida, para destacar a capacidade de tração integral do I-Pace.

O ar-condicionado é controlado por uma tela e o modo de condução, por botões (David Shepherd/Jaguar)

No topo da montanha, porém, uma unidade conduzida por outro jornalista entrou em pane e precisou ser desligada e ligada por alguns minutos até voltar ao normal.

E as baterias de alta capacidade acabaram ampliando um problema inerente aos elétricos: o tempo de recarga.

Com o carregador doméstico vendido à parte pela empresa (e que exige uma instalação elétrica especial de 330V), dá para repor toda a carga em 12,9 horas.

Esse tempo, porém, dispara para mais de 30 horas em uma tomada doméstica de 110V ou 220V.

Porta-malas cabem 656 litros (David Shepherd/Jaguar)

No Brasil, ainda faltam carregadores rápidos em prédios comerciais e locais públicos que possam reduzir a necessidade de você deixar seu carro parado por quase dois dias na garagem após fazer uma viagem com ele.

Um problema que quem for pagar estimados R$ 350.000 provavelmente não estará disposto a enfrentar.

A infraestrutura limitada não é culpa da Jaguar, mas poderá atrapalhar o potencial do (futuro) elétrico mais divertido do Brasil.

O I-Pace é tão prazeroso de guiar como a maioria dos carros elétricos de alta potência. Só que sua grande autonomia é um ótimo diferencial para o segmento. Basta apenas que seus sistemas eletrônicos tenham confiabilidade à altura.

Preço: R$ 350.000 (estimado)

Motores: elétrico, transversal (um em cada eixo), corrente alternada, magneto permanente, 200 cv, 35,5 mkgf (cada um)

Câmbio: marcha única, tração integral

Suspensão: duplo A (dianteira), multibraço (traseira)

Freios: disco ventilado (D e T)

Direção: elétrica, 12 m (diâmetro de giro)

Pneus: 245/50 R20

Dimensões: comprimento, 468,2 cm; largura, 201,1 cm; altura, 156,5 cm; entre-eixos, 299,0 cm; peso, 2.208 kg; porta-malas, 656 l (638 l nas versões com suspensão a ar)

Baterias: íon-lítio, 90 kWh, 432 células

Desempenho: 0 a 100 km/h em 4,8 s; velocidade máxima, 250 km/h

Um motor elétrico em cada eixo carregam 2,2 toneladas (Divulgação/Jaguar)

Os dois motores dão ao I-Pace a capacidade da tração integral sem precisar de complexos e pesados sistemas de transmissão e cardã. O modelo também recebeu outras inovações para ganhar eficiência sem abrir mão do desempenho.

Jaguar I-Pace

Películas filtram o infravermelho e permitiram ao teto solar não ter cortinas

Jaguar I-Pace

O modelo é conectado à internet e pode ser atualizado remotamente, como nos Tesla

Jaguar I-Pace

O calor das baterias e inversores é reaproveitado para climatizar o interior do veículo

Jaguar I-Pace

Defletores controlam ativamente a entrada de ar para baterias, inversores e motores

 

Fonte: Quatro Rodas

Mais Novidades

28 ABR
Esta Ferrari era a viatura mais temida por bandidos da Itália nos anos 60

Esta Ferrari era a viatura mais temida por bandidos da Itália nos anos 60

A icônica Ferrari 250 GTE viatura (Girardo e Co/Divulgação)Apresentada como carro-madrinha das 24 Horas de Le Mans de 1960, a Ferrari 250 GTE 2+2 foi o primeiro carro de produção da marca italiana com quatro lugares.Surgiu para atender à demanda da clientela que precisava viajar com conforto mas sem abrir mão do desempenho de um esportivo da época.O modelo foi desenvolvido a partir do chassi da 250 GT de dois lugares, ganhando adequações para aumentar o espaço da cabine e com... Leia mais
28 ABR
Teste de Produto: carregador ressuscita bateria sem apelar para a chupeta

Teste de Produto: carregador ressuscita bateria sem apelar para a chupeta

– (Paulo Bau/Quatro Rodas)Você está atrasado para ir trabalhar e, do nada, a bateria do seu carro não dá sinal de vida. Para que isso não se repita, a ajuda pode vir do carregador 12 V da Luxcar. Mas o que ele tem de diferente dos demais carregadores portáteis?Ele é bivolt (127/220 V), pode ser usado na tomada da sua casa ou trabalho, pode ser acondicionado em qualquer nicho do automóvel e conta com a segurança de proteção contra curtos e inversão de polos através de leds... Leia mais
28 ABR
Impressões: irmão do Renault Kwid quer ser o elétrico mais barato do mundo

Impressões: irmão do Renault Kwid quer ser o elétrico mais barato do mundo

A Renault já registrou a patente do design do Kwid elétrico no Brasil (Divulgação/Renault)Qualidade a preços acessíveis foi a receita que a Renault aplicou à Dacia, sua segunda marca (que no Brasil se vende com o logotipo da Renault), desde que adquiriu a fábrica (de origem romena), em 1999. E foi essa filosofia que orientou o projeto do City K-ZE, uma versão elétrica do subcompacto Kwid. O Kwid elétrico será produzido inicialmente na China, na fábrica que a Renault abriu em... Leia mais
27 ABR
Vídeo confirma: VW Nivus terá cabine do Polo, só que mais sofisticada

Vídeo confirma: VW Nivus terá cabine do Polo, só que mais sofisticada

Vídeo também mostra bem como será a dianteira do VW Nivus (Reprodução/Volkswagen)Conforme antecipado por QUATRO RODAS desde que teve conhecimento do projeto, o Volkswagen Nivus terá uma relação muito íntima com o irmão de plataforma Polo.Se por fora já apontávamos o compartilhamento de partes da carroceria, como para-brisa, colunas A e B, teto, portas laterais e recortes dos para-lamas e capô, agora foi a vez de confirmar que parte da cabine também será herdada do hatch.Os... Leia mais
27 ABR
Hyundai Creta: projeção mostra como ficará a versão esticada de 7 lugares

Hyundai Creta: projeção mostra como ficará a versão esticada de 7 lugares

Traseira terá visual diferente da versão para 5 passageiros (Indian Autos Blog/Reprodução)A nova geração do Hyundai Creta já foi apresentada em fevereiro no Salão do Automóvel de Nova Delhi, na Índia.O SUV compacto ganhou o mesmo (e controverso) visual do ix25, versão correspondente do modelo voltada ao mercado chinês. Entretanto, outra versão do Creta está para chegar.A Hyundai prepara para o segundo semestre o lançamento do SUV configurado para receber até sete passageiros. O... Leia mais
27 ABR
Novo VW Golf pé de boi com calotas mais parece um Golzão… De R$ 120.000

Novo VW Golf pé de boi com calotas mais parece um Golzão… De R$ 120.000

Novo Golf de entrada tem calotas nas rodas, mas faróis são de led (Divulgação/Volkswagen)Motor de 90 cv. Câmbio manual de cinco marchas. Rodas de aço com calotas aro 15. Para-choques sem sensores de estacionamento ou luzes de neblina. Bancos de tecido. Assento do motorista sem regulagem de altura.Parece que estamos descrevendo uma configuração qualquer do nosso VW Gol, mas na verdade falamos da recém-lançada versão de entrada da nova geração do Golf na Europa.Sem nome, tal qual... Leia mais