Novidades

07 AGO

Nissan planeja ofensiva 'verde' com Leaf e produção de híbridos no Brasil

Enquanto prepara mais versões da Frontier, agora produzida na Argentina, e a nova geração do March para os próximos anos, a Nissan quer incluir o Brasil na onda dos veículos elétricos e híbridos, que consomem menos combustível e emitem menos poluentes.

De acordo com José Luis Valls, presidente da Nissan para a América Latina, este passo só será realmente dado quando houver produção local de modelos híbridos em grande escala. Para ele, o Brasil deve ser o ponto de partida da eletrificação na região.

Em entrevista ao G1, o executivo falou sobre esses planos, novos modelos, aumento da produção do Kicks em Resende (RJ) e também sobre o resultado ruim do March no último teste de colisão do Latin NCap.

O ano começou muito bom para a indústria, mas agora já não vemos o mesmo otimismo. Qual o seu panorama e sua projeção para o setor como um todo e para a Nissan especificamente?

O mercado brasileiro estava muito otimista no início do ano, com confiança do consumidor em alta, olhando para um mercado acima de 2,5 milhões (de unidades). A partir da greve (dos caminhoneiros) a confiança caiu um pouco, mas ainda pensamos que o Brasil está forte, quer uma mudança positiva, independente da eleição de outubro, que deve convergir para o centro e tentar fazer o que o país precisa.

Estamos esperando que o mercado não varie muito de 2,5 milhões. É uma melhora com relação a 2017 (que teve 2,2 milhões).

O Rota 2030 dará a estabilidade que o setor sempre pede?

Foi bom ter o anúncio do Rota 2030 (novo regime para montadoras), que era uma continuidade tão esperada do Inovar Auto, com as regras do jogo. A legislação ainda não está pronta, mas mostra um direcionamento.

Ainda precisamos de mais detalhes para decidir os investimentos a longo prazo. Estamos estabelecendo nossos investimentos futuros para ter o máximo de benefício do Rota 2030, ou seja, com um nível de emissões muito baixo. Vamos ser muito fortes em eletrificação, estamos trabalhando na possibilidade de trazer ao Brasil tecnologias híbridas de grande escala.

"Precisamos de algo mais concreto para definir os investimentos com o Japão. O Rota 2030 hoje é só um rascunho."

"O (elétrico) Leaf começará a ser vendido no Brasil no final do 1º trimestre, começo do segundo, do ano que vem. Mas o Leaf é um mercado pequeno, precisa de estações de recarga"

Temos muito interesse de empresas que ligam pedindo, mas será um mercado pequeno.

"Já o assunto híbrido não será tão pequeno. Vamos trabalhar nisso e acredito que o Brasil poderá ser um piloto, para que os países menores da região sigam depois."

O híbrido que você diz já será a celula de combustível a etanol?

Essa tecnologia ainda não está totalmente desenvolvida. O concreto é que estamos pensando em soluções híbridas que estão fazendo sucesso em outras partes no mundo, como no Japão.

"É um motor elétrico, mas o que alimenta ele é um outro pequeno motor a combustão, que carrega uma bateria. Toda a tração das rodas é energia elétrica."

O mais importante disso é que, além de ter emissões muito baixas e alta eficiência em economia de combustível, não precisa de infraestrutura de recarga. Com incentivos como o Rota 2030, nós empresários precisamos tomar decisões.

Quando diz larga escala, quer dizer produção nacional...

Precisamos de grande escala (para produzir no Brasil). Se alguém disser que vai produzir o Leaf, se não tiver grande escala, não dá. Já com a tecnologia híbrida e o Rota 2030, é possível pensar que você vai ter grande escala.

O Brasil já é um mercado grande, o que ajuda muito. E depois posso expandir um pouco para os vizinhos, então essa escala é suficiente para o investimento local de novas tecnologias.

Você acabou de voltar da Argentina, onde começou a produzir a Frontier. Com isso, vocês pretendem aumentar a oferta da picape no Brasil e trazer outros modelos do México, origem da Frontier até agora?

As picapes que tem no Brasil hoje são da cota do México, por isso são poucas versões, volume pequeno. Agora vamos começar a receber todas as versões. Depois vamos trazer um pouco mais de Sentra e estamos analisando possibilidades.

Não é um anúncio, mas na Argentina tem muito sucesso o (hatch) Note, que pode ser uma possibilidade para o Brasil. Também pensamos em outros produtos que ainda estão por vir.

Na Argentina, a Nissan também anunciou uma flexibilização na fábrica em Resende (RJ). Quando essa ampliação deve ficar pronta e incluíra novos modelos?

Precisamos incrementar a capacidade em Resende. Estou pressionando muito Marco Silva (presidente da Nissan no Brasil) para fazer mais Kicks. Hoje ele está contendo vendas do Kicks.

"Não podemos mais aceitar pedidos de Kicks para PCD (para portadores de deficiência)."

Já temos lista de espera até janeiro. O objetivo é ter mais capacidade até o final do ano, começo de 2019.

O March passou por mais um teste do Latin NCAP e recebeu 1 estrela agora, com um protocolo mais exigente. Quais mudanças a Nissan pretende fazer no modelo?

Estamos atentos aos últimos resultados do Latin NCap, que tem exigências que mudam mais rápido do que nós mudamos o carro. Mas acho que também devemos reagir a isso. Estamos trabalhando forte no sucessor do March.

Perguntam-me sobre o Micra europeu (nome do March naquele mercado), ele não será competitivo por aqui. Então precisamos de um novo veículo com produção nacional, com novo desenho, atendendo a todas as exigências.

"Agora não é uma situação que me deixa muito feliz (1 estrela), mas estamos acelerando o processo para o substituto do March."

Não será no ano que vem, mas a médio prazo, porque estamos trabalhando concretamente já no modelo. Não é uma ideia. Será um veículo completamente novo, plataforma e motor.

Já deve ter alguma coisa dele no Salão de São Paulo deste ano?

No Salão não vamos falar disso (March). Vamos falar muito de eletrificação e novas tecnologias. Não somente falar, vamos mostrar coisas concretas como o Leaf, não somente uma ideia para o futuro. Vamos falar muito da picape (Frontier), agora com produção regional. É um negócio muito importante para nós, é o veículo mais importante da Nissan no mundo. Agora teremos todo tipo de versões, vamos cobrir 95% da gama de picapes.

Na Argentina, a mesma fábrica da Frontier também produzirá a Renault Alaskan e a Mercedes-Benz Classe X. Como funciona essa parceria?

É um projeto muito complexo. Uma fábrica da Renault, que nunca produziu picape. Vamos fazer a nossa, mas com a nossa arquitetura, plataforma. Faremos também uma picape para a Renault (Alaskan) e outra para a Daimler (dona da Mercedes, a Classe X). Elas têm seus componentes, suas mudanças no design, mas nós que vamos produzir para eles.

Esse modelo será uma solução mais comum nos próximos anos para reduzir custos?

Acho que sim. Não é somente uma solução, mas é o futuro para geração de escala, que nos permite ser mais competitivo em custos. E isso não será somente na produção especificamente, mas também com novas tecnologias.

Agora somos a aliança número 1 no mundo em produção (Renault-Nissan-Mitsubishi), mas o que é mais importante nisso é escala para poder negociar. Haverá muitos investimentos em novas tecnologias, uma empresa pequena não terá dinheiro suficiente.

Fonte: G1

Mais Novidades

15 JUL

Fábrica de carros de luxo falsificados é descoberta em SC

Uma fábrica de carros falsificados das marcas Ferrari e Lamborghini foi descoberta em Itajaí, no Vale, informou a Polícia Civil. Nesta segunda-feira (15), foram apreendidas oito réplicas que estavam sendo montadas. Os donos do local, pai e filho, serão indiciados. Na ação desta segunda, a polícia encontrou chassis, moldes, ferramentas e fibras usadas na fabricação. A produção clandestina era feita no bairro Itaipava. Os carros eram montados por encomenda e tinham... Leia mais
15 JUL

Ford sabia de falhas do câmbio Powershift antes de lançar Fiesta e Focus

Ford Fiesta (Divulgação/Ford)O jornal Free Press, sediado em Detroit (Estados Unidos), publicou na última semana uma reportagem que mostra, a partir de documentos obtidos pela publicação, que a Ford tinha ciência dos problemas relacionados do câmbio Powershift mesmo antes de colocar à venda as penúltimas gerações do compacto Fiesta e do médio Focus.A empresa lançou os modelos ao mercado em 2010 e 2011, respectivamente, nos EUA. Desde então se tornaram comuns reclamações a... Leia mais
15 JUL

Ministro anuncia acordo com o MPF para instalar 1 mil radares de velocidade em rodovias federais

O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, anunciou nesta segunda-feira (15), em uma entrevista coletiva concedida em Brasília, que o governo federal e o Ministério Público Federal (MPF) fecharam acordo que prevê a instalação de 1 mil radares de controle de velocidade em 2,2 mil faixas rodoviárias monitoradas pela União. Freitas não deu detalhes sobre o teor do acordo, mas informou que o acerto firmado com o MPF – que reduziu de 8 mil para 1 mil o número de pardais a... Leia mais
15 JUL

Ministro não vê 'problema nenhum' em rejeição a propostas de mudanças na lei de trânsito

O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, afirmou nesta segunda-feira (15) que não vê "problema nenhum" no resultado da pesquisa Datafolha que mostrou que a maioria dos entrevistados reprova a proposta de aumentar o limite de pontos para suspensão da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e de retirar a multa para quem transportar crianças de até 7 anos sem cadeirinha. "E não tem problema nenhum. Se for essa a percepção de momento, a percepção histórica, ótimo,... Leia mais
15 JUL

56% são contra e 41%, a favor de aumento do limite da pontuação da CNH proposto por Bolsonaro, diz Datafolha

A proposta do presidente Jair Bolsonaro de aumentar a pontuação máxima da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) é reprovada por 56% da população, segundo pesquisa do Datafolha divulgada pela "Folha de S.Paulo". Outras medidas sugeridas também tiveram oposição. A pesquisa ouviu 2.006 pessoas com 18 anos ou mais, em 130 municípios brasileiros, entre os dias 4 e 5 de julho. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos, e o nível de confiança é de... Leia mais
15 JUL

Trabalho “sobre pressão”: os segredos de eficiência de um turbo moderno

Popularizado nas pistas, o turbo agora é sinônimo de eficiência (Total 911/Divulgação)Carcaça, dois rotores e um eixo (árvore).De forma bem simplificada, essas são as peças que compõe o turbocompressor, componente que foi de motivo de orgulho a peça essencial para as fabricantes atenderem às legislações de emissões sem penalizar no desempenho dos motores.Só que, por trás dessa aparente simplicidade há uma miríade de pequenos componentes e, sobretudo, engenharia, que... Leia mais