Novidades

13 JUL

Veja como anda um caminhão elétrico criado no Brasil

Até o final do ano, a Volkswagen vai colocar nas ruas de São Paulo seu primeiro veículo elétrico do país. Mas não se trata de um automóvel. O responsável pelo feito é o e-Delivery, o primeiro caminhão elétrico desenvolvido no Brasil.

No início, ele começa a rodar em um programa piloto, em parceria com uma empresa de bebidas. O passo seguinte já foi pensado: o modelo poderá ser encontrado nas concessionárias da marca em 2020.

Lição de casa

De onde veio a ideia de fazer um caminhão elétrico no Brasil? O e-Delivery foi uma “encomenda” da matriz, na Alemanha, para a filial brasileira, com sede em Resende (RJ). Apesar da criação local, ele poderá ser comercializado também em outros países.

Com a missão dada, a Volkswagen buscou parcerias com duas empresas brasileiras: Eletra e Weg ficaram responsáveis pelo motor e pelo sistema de tração, respectivamente.

O e-Delivery é um caminhão da categoria leve, e transporta até 11 toneladas (a versão de produção também terá opção para levar 9 toneladas).

Para isso, conta com motor que entrega 109 cavalos e 50,3 kgfm de torque. Como comparação, o Delivery diesel de 11 toneladas tem um 3.8 de 175 cv e 61,2 kgfm.

Aliás, os dois modelos compartilham a plataforma, com algumas alterações no modelo elétrico, como a acomodação das baterias entre os eixos. Externamente, os dois caminhões são idênticos.

Pausa para o café

Falando nas baterias, a autonomia do e-Delivery é de 200 km. Pode não parecer muito, mas, segundo a Volkswagen, é o suficiente para atender à demanda dos clientes deste tipo de veículo. O primeiro operador do caminhão elétrico, por exemplo, só deve rodar 100 km por dia.

Ainda assim, a empresa fala que é possível recuperar 30% da carga em apenas 15 minutos (usando um carregador rápido) – é o tempo daquele “cafezinho” para o motorista e os auxiliares.

Outra opção é carregar as baterias enquanto os produtos são descarregados. O processo completo leva 3 horas na tomada convencional. Mas a Volkswagen pretende instalar pontos de recarga rápida.

“Estamos trabalhando para implementar pontos de recarga nas concessionárias e nos clientes”, disse o vice-presidente de Vendas, Marketing e Pós-Vendas da divisão de caminhões da Volkswagen, Ricardo Alouche.

Um ponto positivo é que sistemas auxiliares, como bombas de água e da direção e o ar-condicionado, são acionados por motores elétricos independentes.

Como anda?

O G1 participou do único test-drive realizado até agora para jornalistas do e-Delivery, na pista de testes da Volkswagen Caminhões, em Resende (RJ). Como o modelo é um protótipo, ele ainda não pode andar nas ruas.

O contato com o caminhão foi bastante restrito, em uma pista com duas retas, poucas curvas e uma ladeira com inclinação de 20 graus.

Mesmo carregado, o e-Delivery surpreende pela entrega imediata de torque – característica mais marcante em veículos elétricos.

A transmissão é automática de seis marchas, produzida pela Allison.

Como se trata de um veículo voltado para o trabalho, não é possível fazer comparações de desempenho com carros de passeio. Um motorista de caminhão se preocupa menos com arrancadas e retomadas, por exemplo. Ainda assim, as respostas são satisfatórias.

O e-Delivery é bastante amigável e fácil de dirigir. E também não faz barulho.

Um ponto que pode melhorar é a transição entre o momento que o motorista tira o pé do acelerador e acelera novamente. Nessas situações, o caminhão ainda dá alguns “trancos” nessas transições.

Por outro lado, a instrumentação é bastante clara. Um dos grafismos, que mostra quanto de energia está sendo consumida – em uma escala de 0 a 10, até lembra um conta-giros.

No mesmo quadro, é possível ver quando o caminhão está recuperando a energia, o que ocorre em desacelerações e frenagens. Já o marcador de combustível foi substituído pela autonomia restante.

Versátil

A Volkswagen afirmou que, no futuro, o conjunto do e-Delivery poderá ter variações. Tudo para adequar o produto ao perfil do cliente. Entre os exemplos, estão a adoção de mais de um motor elétrico e a remoção do câmbio.

Desta forma, ele funcionaria como alguns carros elétricos, onde a energia vai direto para as rodas, sem passar por uma transmissão.

Além da parte mecânica, também será possível ajustar a autonomia de acordo com a necessidade.

Com mais baterias, por exemplo, o conjunto fica mais pesado, reduzindo a capacidade de carga, mas aumentando a distância que pode ser percorrida.

No entanto, se não houver a demanda por rotas longas, é possível expandir a capacidade, reduzindo o número de baterias, e, como consequência, o peso do veículo.

Cenário dos caminhões elétricos

O e-Delivery deve ser o primeiro caminhão elétrico a ser vendido no Brasil. No exterior, outras marcas se movimentam para colocar opções no mercado nos próximos anos.

A Daimler, dona da Mercedes-Benz, anunciou dois caminhões elétricos. Um deles, do segmento pesado, será lançado pela marca Freighliner em 2021. O outro, o Mercedes eActros, já está em testes em transportadoras europeias.

Rival da Mercedes, a Volvo também colocou seu caminhão elétrico nas ruas. O FL Electric já roda por Gotemburgo, na Suécia. As vendas, no entanto, só começam no ano que vem.

O caminhão elétrico mais conhecido até agora é o da americana Tesla. A expectativa é que ele comece a ser vendido no ano que vem, mas a fabricante tem histórico de atrasar entregas de produtos. Futurista, promete autonomia de 800 km e aceleração de 0 a 100 km/h em 5 segundos, quando vazio.

Quando vai ser viável?

A pergunta acima é válida não apenas para o e-Delivery, mas para qualquer veículo elétrico.

Ainda assim, ela é respondida com otimismo pelos executivos da Volkswagen, mesmo que ainda haja muitas incertezas quanto aos valores de venda.

Para a marca, o custo de propriedade será a principal vantagem do caminhão elétrico em relação aos similares a diesel. A manutenção, por exemplo, é bem mais simples. Como existe a frenagem regenerativa, pastilhas, discos e fluídos de freio devem durar três vezes mais.

Além disso, há 50% menos peças, exigindo menos revisões, e baixando o custo por km rodado em três vezes, segundo a empresa.

Por outro lado, o preço de compra será bem maior do que um caminhão diesel.

“Hoje, [o e-Delivery] custa de 3 a 4 vezes mais do que um diesel. Isso, considerando um baixo volume de produção. Até 2020, o veículo sofrerá uma série de reduções de custo. A estimativa é que o preço de compra seja inferior”, afirma o executivo.

É curioso pensar que, apesar de todo o esforço da indústria de carros em criar modelos elétricos, um caminhão pode ser o responsável por pavimentar a estrada para a tecnologia que desponta como solução para o esgotamento de recursos do planeta. E melhor ainda se o projeto for nacional.

Fonte: G1

Mais Novidades

09 JUL

Waymo testa wi-fi gratuito em táxis autônomos nos EUA

A Waymo, empresa que também pertence à dona do Google, está testando liberar wi-fi gratuito em seus táxis autônomos que rodam desde dezembro passado em Phoenix, nos Estados Unidos. No fim de abril, ela também lançou streaming de música sem anúncios para passageiros, por meio do Google Play. G1 mostra como funciona a Waymo A Waymo também tenta atrair famílias com vantagens não tecnológicas: instalou uma cadeirinha infantil em cada minivan e garantiu que os veículos... Leia mais
09 JUL

Agravada multa para motorista que fizer transporte não autorizado

Motoristas que fizerem transporte escolar não autorizado e transporte remunerado irregular de pessoas ou bens passará a cometer infração gravíssima. O agravamento foi publicado nesta terça-feira (9) no Diário Oficial da União e começará a valer em 90 dias. Para transporte escolar sem licença, a infração era considerada grave. Agora, além de ser gravíssima, terá o multa multiplicado por 5, além de prever a remoção do veículo. Para o transporte remunerado... Leia mais
08 JUL

Ford faz recall de Ka Hatch e Sedan fabricados entre 2018 e 2019; mais de 140 mil veículos devem passar por atendimento

A Ford anunciou recall dos veículos Ka, versões Hatch e Sedan, modelos 2018 e 2019, com finais de chassis abaixo relacionados: A data de início do atendimento será no dia 22 de julho de 2019. A empresa estima que 143,5 mil carros vão precisar passar pelo recall. Entenda como será o aviso de não-comparecimento ao recall no documento do veículo Segundo a montadora, um problema no chicote do sistema de monitoramento da bateria pode causar um curto circuito com risco de... Leia mais
08 JUL

Ferrari avaliada em R$ 1,4 milhão é apreendida pela polícia em Campos do Jordão, SP

Uma Ferrari, avaliada em R$ 1,4 milhão, foi apreendida durante uma operação da Polícia Militar em Campos do Jordão (SP) no último fim de semana. Segundo a polícia, o veículo foi apreendido durante uma blitz por irregularidade na identificação, já que a placa estava sem o lacre. O motorista recebeu uma multa gravíssima, no valor de R$ 293,47. O carro está recolhido no pátio da cidade. A fiscalização em que ocorreu a abordagem ao motorista é parte das ações da... Leia mais
05 JUL

Mercedes-Benz vai lançar SUV elétrico no Brasil, o EQC, em 2020

A Mercedes-Benz anunciou nesta sexta-feira (5) que vai trazer para o Brasil seu primeiro SUV elétrico, o EQC, apresentado mundialmente em setembro passado e cujo conceito foi exposto no Salão de São Paulo, dois meses depois. O lançamento será no ano que vem e a marca ainda não divulgou o preço. Ele será um concorrente direto do Jaguar I-Pace, já lançado no mercado nacional, e do Audi E-Tron, esperado ainda para este ano no Brasil. Leia mais sobre elétricos e híbridos ... Leia mais
05 JUL

Patinetes elétricos e a polêmica sobre sustentabilidade ambiental

O patinete elétrico vai substituir o carro? São ecológicos em sua fabricação e ciclo de vida? Este meio de transporte, cada vez mais usado em várias capitais mundiais, ainda tem muito a responder e a provar. Compartilhamento de patinetes chegam a 10 capitais no Brasil Zero emissão Uma das grandes operadoras de patinetes, a americana Bird, "foi fundada para contribuir para criar um mundo mais limpo e hospitaleiro, no qual o indivíduo é prioritário em relação ao... Leia mais