Novidades

14 JUN

O Brasil vai chegar (muito) atrasado na festa do carro elétrico

O foco principal das montadoras aqui no Brasil são nas tecnologias tradicionais (Reprodução/Quatro Rodas)

A prometida redução de IPI (de 25% para 7%) deve estimular a venda dos híbridos e elétricos. Mas, sozinha, não fará milagres.

Não espere que a venda desse tipo de veículo seja tão relevante no Brasil quanto nos mercados europeus (como Alemanha e França) e asiáticos (como China e Japão), que dão incentivos maiores e há mais tempo.

Um sinal do que deve acontecer por aqui foi dado pela VW, ao revelar seus planos para o país até 2020.

Ela anunciou recentemente que lançará 20 modelos novos nos próximos anos, sendo 17 equipados com motores a combustão interna (Polo, Virtus, Amarok V6 e novo Tiguan já entram na conta) e três híbridos ou elétricos.

A VW já anunciou do elétrico e-Golf até 2020 (Divulgação/Volkswagen)

Destes três, dois já são conhecidos: um será híbrido (Golf GTE), outro será elétrico (e-Golf). O terceiro ainda é mantido em segredo.

O foco principal da VW continua nas tecnologias tradicionais e o mesmo deve ocorrer com as outras fábricas instaladas aqui, como Chevrolet, Ford, Renault e Toyota.

Na Europa e na Ásia, o portfólio dessas marcas vai se concentrar rapidamente na eletrificação, porque nesses mercados, quando não existe data para o fim da produção de carros com motores a explosão, há cotas que limitam bastante o espaço para eles.

Os Estados Unidos são um caso à parte: como o governo decidiu sair do Acordo de Paris, em junho de 2017, a eletrificação por lá deve perder força.

Hyundai Ioniq briga com o Toyota Pruis (Divulgação/Hyundai)

Na Europa, segundo o diretor financeiro Wolfgang Schaefer, da Continental, empresa alemã que fornece autopeças para as fábricas, dentro de cinco anos, a indústria deve abandonar o desenvolvimento dos motores a combustão.

O executivo, em entrevista à agência de notícias Reuters, afirma que a última tecnologia aplicada aos motores será a conhecida como HCCI (Homogeneous Charge Compression Ignition, na qual a mistura ar-combustível é comprimida e aquecida até o ponto da autoignição) e que, a partir desse estágio, investir nos motores de combustão interna não será mais economicamente justificável.

O primeiro carro equipado com um motor HCCI deve ser o novo Mazda 3, que tem previsão de chegar ao mercado em 2019. 

Derivado do Civic, Insight pode vir para o Brasil (Divulgação/Honda)

No Brasil, os motores a combustão tradicionais (ciclo Otto) terão vida mais longa, como confirmam os investimentos das empresas.

Recentemente, a GM anunciou um aporte de R$ 1,9 bilhão em sua fábrica de motores de Joinville (SC), de onde sairá o novo 1.0 de 3 cilindros que vai equipar a futura geração de Onix.

A Renault investiu R$ 750 milhões na ampliação da capacidade de sua fábrica atual e na abertura de uma nova unidade de injeção de alumínio para a fabricação de blocos e cabeçotes localizada em São José dos Pinhais (PR).

Alguns Renault Zoe experimentais já rodam no Brasil (Divulgação/Renault)

E, entre as que não anunciaram investimento, sabe-se que a Fiat terá  uma nova linha de motores até 2020, em substituição ao atual 1.8 E.torQ, e que a Ford lançará em breve os novos 1.5 de 3 cilindros.

A exemplo da linha VW, os elétricos que virão para o Brasil serão importados. A GM trará o Bolt. A Renault pode trazer o Zoe.

A Honda estuda duas possibilidades: uma versão elétrica do Fit e o novo Insight, sedã derivado do Civic.

A Hyundai deve ter o híbrido Ionic desenvolvido especialmente para brigar com o Toyota Prius.

Os novos Volvo serão híbridos ou elétricos (Divulgação/Volvo)

E a Toyota, por sua vez, deve ampliar seu portfólio de híbridos com a chegada da nova geração do Corolla e, talvez, do SUV C-HR.

Nas marcas premium, como Audi, BMW, Mercedes e Volvo, a oferta também deve crescer, até porque serão os híbridos e elétricos que elas terão como novidade para oferecer.

O apoio dos governos é um incentivo poderoso, mas as vendas dos elétricos e híbridos não são impostas por leis.

Um exemplo disso foi dado pelo estado americano da Califórnia, que, nos anos 1990, estabeleceu que os carros de emissão zero deveriam representar 10% dos novos registros até o ano 2000 e isso não aconteceu.

A indústria não conseguiu cumprir o prazo e o mercado não se interessou pelas opções que lhe foram oferecidas.

Hoje, ainda existem forças contrárias aos avanços nesse sentido, mas a situação está mais favorável.

Alemanha

Determinou o fim da produção de carros equipados com motor de combustão interna até 2030 e a proibição desse tipo de veículo circular a partir de 2050.

China

Estabeleceu cotas para a indústria que determinam a participação de híbridos e elétricos na produção. As metas são crescentes: 8%, em 2018; 9%, em 2019; e 10%, 2020.

França

O presidente, Emmanuel Macron, anunciou que vai proibir a venda de veículos a gasolina ou a diesel a partir de 2040.

Mas a cidade de Paris quer banir a circulação desses veículos já em 2030.

Holanda

Os modelos híbridos e elétricos já representam 25% da frota circulante dos Países Baixos.

O plano é proibir a produção dos modelos a combustão a partir de 2025.

Reino Unido

Seguindo a França, o Reino Unido também comunicou que deve proibir a venda de veículos com motor de combustão interna a partir de 2040.

Japão

O país está fazendo a transição gradativamente.

Mas em 2020, durante os Jogos Olímpicos de Tóquio, o Japão deve anunciar diversos avanços, como um número de pontos de recarga instalados no país maior que o de postos de combustível.

Noruega

Graças aos incentivos fiscais, mais da metade dos novos registros no país já são de carros elétricos.

O objetivo do governo é de que os elétricos atinjam 100% das vendas até o ano de 2025.

Fonte: Quatro Rodas

Mais Novidades

11 NOV
Troller T4 ganha câmbio automático, mas segue sem airbags

Troller T4 ganha câmbio automático, mas segue sem airbags

Versão inédita será oferecida em três cores (Divulgação/Troller)A Ford promoveu no último final de semana um lançamento surpresa: o inédito Troller T4 com câmbio automático. O modelo foi apresentado em um encontro de clientes da marca, chegará em dezembro, mas ainda não teve seu preço revelado.A versão batizada de TX4 repete boa parte dos atributos do conceito homônimo apresentado no último Salão do Automóvel de São Paulo. Além da caixa, do tipo convencional por conversor... Leia mais
11 NOV
Teste de produto: a escova elétrica que equivale a um lava-rápido inteiro

Teste de produto: a escova elétrica que equivale a um lava-rápido inteiro

Ferramenta elétrica sem fio: pode usar na mão ou com o cabo extensor (Paulo Bau/Quatro Rodas)Gastar horas lavando e encerando o carro não é para qualquer um, seja por falta de tempo ou de paciência. Se você é um desses, vale conhecer a Spin Max Turbo, uma escova elétrica multiúso que ajuda tanto em lavagem, enceramento e polimento como serve para serviços domésticos. Ela traz cinco acessórios: escova de cerdas rígidas (para trabalho pesado, como pneus), duas esponjas, boina de... Leia mais
11 NOV
Longa Duração: como foi a primeira visita do Tiggo 5X à rede Caoa Chery

Longa Duração: como foi a primeira visita do Tiggo 5X à rede Caoa Chery

Primeira revisão foi boa, mas erraram ao dispensar o rodízio (Fernando Pires/Quatro Rodas)Quando um carro passa pelo teste de Longa Duração, tem início uma múltipla avaliação. Buscamos oferecer sempre uma análise de sistemas isolados e também do veículo como um todo. Outro ponto considerado é a vida ao volante: se anda bem, se é beberrão, ruidoso.Por fim, analisamos o pós-venda, já que, a cada parada para revisão, a gente conta tudo, da facilidade do agendamento à avaliação... Leia mais
11 NOV
Compass, Tiggo 7, Tiguan e outros: qual SUV médio desvaloriza menos?

Compass, Tiggo 7, Tiguan e outros: qual SUV médio desvaloriza menos?

Jeep Compass (Christian Castanho/Quatro Rodas)Ganhando cada vez mais o mercado, os SUVs já figuram entre os veículos mais vendidos do Brasil em 2019, segundo o último levantamento da Fenabrave (associação dos concessionários).Entre os 20 automóveis mais emplacados no ano, até o momento, cinco são utilitários esportivos.Na hora da compra, vários motivos são levados em conta para escolher um modelo com esse tipo de carroceria: a posição mais alta para dirigir, o conforto, os... Leia mais
08 NOV
Recall do Chevrolet Onix Plus envolve 19 mil unidades, incluindo as produzidas até quarta-feira, 6

Recall do Chevrolet Onix Plus envolve 19 mil unidades, incluindo as produzidas até quarta-feira, 6

A Secretaria Nacional do Consumidor (Senacom) do Ministério da Justiça confirmou ao G1 na noite desta sexta-feira (8) que o recall do Chevrolet Onix Plus por risco de incêndio envolve 19.050 unidades, incluindo aquelas produzidas até a última quarta-feira (6). Destas, 16.737 já foram colocados no mercado (vendidas ou nas concessionárias), enquanto 2.313 ainda estão nos pátios da empresa. GM diz que identificou outros 2 Onix Plus com defeito e que solução sai 'nos... Leia mais
08 NOV
Chevrolet diz que identificou outros dois Onix Plus com defeito e que solução sai 'nos próximos dias'

Chevrolet diz que identificou outros dois Onix Plus com defeito e que solução sai 'nos próximos dias'

Além da unidade que pegou fogo no Piauí, a Chevrolet também identificou problema em pelo menos outros duas unidades do Onix Plus. É o que aponta um documento assinado pelo presidente da General Motors América do Sul (dona da Chevrolet), Carlos Zarlenga. Na última quarta-feira (6), o G1 antecipou que a fabricante suspendeu as entregas do Onix Plus, além de recolher as unidades que já haviam sido vendidas. O comunicado, destinado aos concessionários da marca, foi obtido... Leia mais