Novidades

02 MAI

Grandes Comparativos: Porsche Panamera Turbo x Embraer Phenom 100

A 160 km/h, o Porsche cola no chão enquanto o Phenom decola (Christian Castanho/Quatro Rodas)

A ideia parecia absurda: como comparar um automóvel a um avião? Tudo bem que os Porsche voam nas pistas, a ponto de colecionar vitórias em corridas importantes.

Mas fazia sentido colocar um Panamera Turbo ao lado de um jato executivo Phenom 100, da Embraer, cujas cifras superavam os R$ 7,2 milhões? Fazia.

Em março de 2010, QUATRO RODAS cometeu essa loucura e o texto já anunciava: “Panamera e Phenom são para quem não quer só uma máquina poderosa – quer assumir o controle”.

No 0 a 100 km/h, o Porsche é mais rápido que o avião (Christian Castanho/Quatro Rodas)

A bordo do Panamera, não é exagero dizer que os ocupantes se sentem como se estivessem confortavelmente acomodados no jato executivo.

Ali estão controles de ar-condicionado individuais, poltronas reclináveis de couro e espaço para alguém de 1,90 metro, sem que o teto raspe na cabeça.

É o mesmo espaço disponível para quatro felizes passageiros do Phenom 100. Olha só o que disse o diretor de mercado da Embraer, Claudio Camelier: “O acabamento do Panamera tem o nível do jato Legacy, que custa R$ 50 milhões”.

A reportagem constatava que os esportivos pareciam estar à frente dos aviões no desafio de aliar baixo peso e alto luxo.

O capricho da versão mais cara do Panamera, a Turbo, que custava R$ 749 000, foi comparado aos carros da Rolls-Royce e sua velocidade não devia nada à Ferrari F40, por exemplo.

Pré-touchscreen, o painel do Panamera tinha espantosos 115 botões (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Já o coockpit do Phenom contava com 251 botões (Christian Castanho/Quatro Rodas)

A Embraer tinha consciência de que as marcas premium sabem trabalhar um interior como ninguém. Tanto que encomendou um projeto à BMW Design Works com uma recomendação especial: repetir nos dois assentos do cockpit o esmero dedicado à cabine.

“Pedimos isso porque 20% das pessoas que compram o Phenom 100 preferem dispensar o piloto profissional para assumir, eles mesmos, o manche”, disse Camalier.

Ele acrescentou que o jato executivo, assim como seu irmão Phenom 300, eram homologados para voar sem piloto. Ou seja, estar no comando do Phenom é como curtir tranquilamente uma estrada em uma viagem com a família. Como se estivesse dentro do Porsche Panamera.

Foi assim que definiu o piloto da Embraer Sydney Rodrigues, do alto de seus 20 anos de profissão: “O Panamera traz a experiência diferente de olhar para trás e ver que tem mais pessoas a bordo, vivendo a mesma coisa, e de que eu sou o único responsável por elas”.

Poltronas do Panamera são mais largas que no Phenom (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Cabine do avião acomoda quatro pessoas – e dá para almoçar nela (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Na época em que a reportagem foi feita, Rodrigues já havia tido a oportunidade de dirigir o Porsche 911. E fez uma comparação interessante, de quem vê tudo do alto:

“Carro é gostoso, mas é uma experiência bidimensional. Já o avião mostra o mundo em três dimensões, conheço tudo isso lá de cima. Amanhã, farei um voo a 46.000 pés. Lá dá para ver a curvatura da Terra. Posso garantir que o nascer do sol na Cidade do Cabo, na África do Sul, lembra o fim da tarde do Rio. Melhor que voar, só namorar”.

“O carro pode estacionar na porta do barzinho e dar carona no fim da noite. O avião não sai dos limites do aeroporto, dali em diante precisamos chamar um táxi”, dizia o texto.

também foi aos detalhes: “E se você largar o chaveiro na mesa para impressionar… A chave do Phenom é pelada, enquanto a do Panamera não deixa dúvida de que você está por cima: tem o brasão da Porsche, imita o formato do carro e comunica-se com a central eletronicamente”.

A do Porsche imita o formato do carro e é capaz de se comunicar com a central eletronicamente (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Chave do avião é simples e tem pouca utilidade (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Você pode estar se perguntando: para que raios serve uma chave de avião? Não para muita coisa, apenas para destrancar a porta e os bagageiros. Ligar as turbinas fica a cargo de botões e alavancas, procedimento que demora cerca de 10 minutos.

“É preciso conferir a documentação, o funcionamento do sistema de alerta e se a porta de emergência está bem fechada”, explicou Sydney Rodrigues.

Não é só: o piloto prepara o roteiro de voo, configura o motor, checa a temperatura e a altitude do aeroporto de destino e balanceia o avião com o peso dos passageiros, tanque e bagagens. É mais rápido colocar as malas e todas as tralhas das crianças no porta-malas do Panamera.

Depois da decolagem e de alcançar a estabilidade, o jato executivo da Embraer pode seguir em voo solo, a 700 km/h. Se tudo correr bem, nova intervenção do piloto só ocorre no pouso.

Ao contrário do Phenom, o Panamera precisa ser domado e aí é que está a grande descarga de adrenalina e prazer. “Quem está ao volante nota as condições da viagem por conta própria, dosando acelerador, embreagem e freio. A família, a bordo, nem percebe”.

Se o motorista não quisesse dosar o acelerador tanto assim e extrapolar um pouco, podia fazer de 0 a 100 km/h em 4 segundos, tempo inferior ao da Ferrari F40, de 4,8 segundos em um teste de 1990.

Convidado a entrar no Panamera, Rodrigues achou o painel complicado, embora tenha “só” 115 botões, enquanto o Phenom possui 251.

Câmbio e sistema multimídia do Panamera (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Alavancas de controle dos motores e dos flaps na central do Phenom 100 (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Ele elogiou o conforto: “Os bancos são bem mais macios que os do Porsche 911. A posição de descanso do braço da porta é igual à do Phenom. É boa para o que a gente chama de ‘lazy pilot’, ou seja, segurar o controle com o cotovelo apoiado”, comparou.

E, como todo profissional acostumado a ganhar tempo nas viagens de avião, fez as contas: “O Panamera levaria 4 horas para ir do Rio a São Paulo. De Phenom, esse tempo cai para 45 minutos”.

A reportagem falou mais do desempenho de ambos: “O Phenom precisa correr 700 metros para chegar a 160 km/h, velocidade na qual a pressão aerodinâmica da asa, puxando para cima, supera com segurança o peso do avião com piloto (4 120 kg), tornando possível a decolagem. Juntas, as duas turbinas têm poder de tração equivalente a 1.368 cv. O avião custa a embalar. Para chegar aos mesmos 160 km/h, o Panamera precisa de só 426 metros e, ao fim dos 700 metros, estará a 206 km/h”.

O comparativo mostrou outras cifras impressionantes. O dono do Panamera desembolsava R$ 25.000 com seguro anual, R$ 30.000 de IPVA e R$ 330 cada vez que enchia o tanque. Uma ninharia, se comparada ao Phenom, de R$ 7,3 milhões.

Ainda havia R$ 45.000 de seguro, R$ 5.300 para encher o tanque e R$ 15.000 por mês para deixá-lo estacionado no aeroporto de Congonhas (SP). É ou não é um absurdo?

O Phenom precisa de 700 metros para atingir 100 km/h. O Panamera, só de 426 metros (Christian Castanho/Quatro Rodas)

“O Panamera é dócil, mas gosta de cultivar a fama de mau (…) Depois de um tiro rápido com o Porsche, o piloto se entusiasma: ‘O g horizontal do Panamera é alucinante. Não conheço avião que empurre as costas contra o banco desse jeito. Talvez um caça muito leve, como o F-15, decole assim (…). A sensação é maravilhosa’ (…).

Numa viagem do Rio a São Paulo, por exemplo, o avião chega mais rápido, mas podemos alegar que, ao passar reto sobre as curvas da estrada, ele cortou caminho.”

* Números de fábrica 

Fonte: Quatro Rodas

Mais Novidades

02 MAI
Ford Fusion sai de linha e marca passa a vender só seis modelos no Brasil

Ford Fusion sai de linha e marca passa a vender só seis modelos no Brasil

Último facelift do Fusion trazia grade estilo colmeia e novos recortes no para-choque. Mas ela mal é vista nas ruas (Divulgação/Ford)O Ford Fusion não é mais comercializado no mercado brasileiro. Ao entrar no site oficial da marca no país, o sedã grande já não aparece no configurador, que passou a contar com apenas seis modelos: Ka, Ka Sedan, EcoSport, Ranger, Mustang e Edge ST.Segundo o parceiro Autos Segredos, as importações do Fusion já haviam sido encerradas no fim do ano... Leia mais
02 MAI
Novo Chevrolet Tracker já está entre os 10 carros mais vendidos do Brasil

Novo Chevrolet Tracker já está entre os 10 carros mais vendidos do Brasil

O momento é extremamente atípico, verdade, mas o Tracker estreia já no top-10 de vendas (Christian Castanho/Quatro Rodas)A pandemia do coronavírus certamente atrapalhou. Difícil acreditar que a GM esperasse vender menos de 2.000 unidades do novo Chevrolet Tracker em seu primeiro mês de mercado.Especialmente após ter adotado uma campanha tão robusta e agressiva de lançamento.Mas, caso os executivos da marca queiram ver o copo meio cheio ao invés de meio vazio, há uma boa razão para... Leia mais
01 MAI
VW Nivus: o que as três versões trazem de série – e o que ficam devendo

VW Nivus: o que as três versões trazem de série – e o que ficam devendo

Dianteira será diferente com grades maiores e sem detalhes cromados, como no T-Cross (Overboost BR/Reprodução)O Volkswagen Nivus é um dos principais lançamentos do mercado nacional neste ano. Após flagras e uma breve apresentação sob camuflagem, o modelo teve a lista de equipamentos divulgada em primeira mão por QUATRO RODAS.Serão três versões: Trendline 200 TSI (entrada, que pode na verdade ficar sem nome, como já ocorre com Polo, Virtus e T-Cross), Comfortline 200 TSI... Leia mais
30 ABR
Nova Toyota Hilux: picape líder mudará visual e poderá até frear sozinha

Nova Toyota Hilux: picape líder mudará visual e poderá até frear sozinha

– (Renato Aspromonte/Quatro Rodas)Faz menos de três anos que a Toyota Hilux recebeu uma reestilização leve de sua atual geração, lançada em 2015. Mas a picape média líder em vendas no Brasil está prestes a mudar mais uma vez.Um vazamento de imagens na Tailândia antecipou como ficará o visual do utilitário, cuja renovação está prevista originalmente para ser lançada na Ásia até agosto deste ano (isso se a pandemia do coronavírus não gerar atraso).Podemos esperar que a nova... Leia mais
30 ABR
Melhor Compra: por que o Chevrolet Onix é tão bom de vendas?

Melhor Compra: por que o Chevrolet Onix é tão bom de vendas?

O Chevrolet Onix foi o líder do mercado em 2019. Segundo a Fenabrave, ele ficou com 32,4% de participação no segmento dos hatches compactos e 25%, no segmento de sedãs compactos.Ano passado, a GM vendeu 241 mil unidades do Onix hatch e quase 74 mil unidades do sedã, que antes atendia pelo nome de Prisma e agora é Onix Plus.O segundo colocado no ranking de vendas foi o Ford Ka hatch e sedã, com 104.331 unidades no segmento de hatches e 51.260 unidades de sedãs. Ou seja: bem atrás do... Leia mais
30 ABR
Hyundai deve lançar picape média com 280 cv para brigar com Ranger e Hilux

Hyundai deve lançar picape média com 280 cv para brigar com Ranger e Hilux

Projeção indica que modelo terá mesma filosofia dos últimos modelos da marca (Enoch Gonzales/Reprodução)A Hyundai quer entrar de vez no segmento de picapes. Após a médio-compacta Santa Cruz, prevista para 2021, a marca pretende lançar um modelo médio, batizado Tarlac, em 2023.Enquanto o modelo menor conta com plataforma monobloco e visa brigar com a Fiat Toro, a futura picape média terá chassi de longarina para encarar as rivais Ford Ranger e Toyota Hilux.Projeção indica traseira... Leia mais