Ele até lembra o Duster atual, mas todos os painéis de carroceria são novos (Dacia/Divulgação) Não há muitos carros que são imediatamente reconhecidos pela sua silhueta, não importa a que distância estejam. Na linha Renault, o antigo Twingo era um deles. Hoje, é o SUV compacto Duster que tem esse mesmo status, devido às formas quadradas e para-choques pronunciados, que o destacam da concorrência, que não para de crescer. Como a plataforma não mudou, as dimensões são praticamente as mesmas do anterior (Dacia/Divulgação) Manter essa essência talvez fosse o maior desafio da marca ao criar a segunda geração do Duster, lançada em setembro no Salão de Frankfurt e que estreia no Brasil no início de 2019. Na Europa, porém, ele tem o emblema da Dacia – subsidiária romena da Renault. Por aqui, ele permanecerá com o crachá da Renault. E a francesa jura que seu exterior é todo novo, que não reaproveitou nenhum painel da carroceria da primeira geração, lançada no continente europeu em 2010 e melhorada em 2014. Nome do SUV vem em destaque na régua sobre a placa (Dacia/Divulgação) Olhando com atenção, dá para perceber que é verdade: as linhas gerais fazem uma conexão direta com o antecessor, apesar de a parte dianteira e traseira ter sido muito modificada e a linha de cintura estar mais elevada. ENTRADAS DE AR FALSAS O resultado é um ar mais moderno e porte mais musculoso. Por outro lado, ele perdeu um pouco de visibilidade a partir do banco do motorista, como percebemos no test-drive que fizemos em Atenas (Grécia). Culpa do capô mais alto, da vigia traseira menor e da área envidraçada lateral mais estreita. A grade do Duster que chegará ao Brasil é diferente do modelo Dacia (Dacia/Divulgação) Ainda analisando as alterações visuais, nota-se que o design está mais bem cuidado, impressão reforçada pelas luzes de uso diurno (DRL) de leds, do novo formato de grade, faróis e lanternas e das proteções inferiores na dianteira, que imitam alumínio e está maior do que antes. As grandes caixas de roda e as pseudo-saídas de ar para ventilação nos para-lamas dianteiros ajudam a tornar a imagem geral do Duster mais esportiva, tendo as dimensões externas se mantido quase inalteradas. As barras cromadas no teto completam o visual mais evoluído. É impossível não lembrar da lanterna do Jeep Renegade (Dacia/Divulgação) O carro avaliado tinha a marca Dacia, a divisão romena da Renault, que disputa o mercado de carros baratos na Europa. No Brasil, a dianteira será um pouco diferente, seguindo a identidade da marca francesa, com uma grade cromada que liga os faróis e um emblema da Renault que se encaixa no capô. Nova grade frontal foi a mudança da versão Renault (Divulgação/Renault) Mas, se você achou que o exterior mudou, espere para ver a cabine. O desenho do painel é menos antiquado, há materiais de qualidade superior tanto no painel como nas portas (mesmo sendo duros, ele mostram mais qualidade). Os bancos também são novos, maiores e bem mais confortáveis, lembrando que a posição de dirigir foi um dos itens em que o SUV mais evoluiu. Novo desenho do painel deixou menos pobre o interior, que também ganhou revestimentos de melhor qualidade (Dacia/Divulgação) O interior também ganhou espaços para guardar objetos – há, por exemplo, uma gaveta embaixo do assento do passageiro dianteiro. Na parte inferior do console central, existem dois grupos de botões de tato e visual agradáveis, que poderiam facilmente estar em modelos de segmentos superiores – eles controlam funções como o stop-start, as câmaras de auxílio e o pisca-alerta. Bancos são novos, maiores e bem mais confortáveisA coluna de direção agora pode ser ajustada em profundidade (antes era só em altura) e o volante traz um novo desenho. Combinado à central multimídia renovada e elevada (a anterior era tão baixa que o motorista desviava o olhar da pista para consultá-la), o interior passa uma impressão geral de maior qualidade e um ar um pouco mais moderno. MENOS ESPAÇO PARA MALAS Em contrapartida, o porta-malas do Duster europeu encolheu 30 litros. São 445 na versão 4×2 – ou 411 litros na 4×4, pois o estepe fica sob o assoalho nesta configuração, enquanto no modelo de tração dianteira ele vai preso fora do veículo, debaixo da plataforma. Porta-malas está menor e há uma tela no tampão traseiro (Dacia/Divulgação) Há também equipamentos até aqui indisponíveis no Duster, como airbag de cortina, sistema de estacionamento com quatro câmaras (que podem ser úteis quando dirigimos no off-road, para vermos bem por onde rodamos), alerta de veículo no ponto cego, ar-condicionado automático, sensor de faróis e partida sem chave. Pena que continue sendo impossível regular a altura das fixações dos cintos de segurança dianteiros. Dentro da cabine, o espaço para a cabeça é muito bom, enquanto a largura permite receber três passageiros atrás (o central terá menos espaço e conforto). Mas o comprimento para pernas é apenas aceitável. Transmissão pode ser automática (Dacia/Divulgação) Ou manual, com seis marchas (Dacia/Divulgação) No nosso test-drive nas ruas gregas, só pudemos dirigir a versão TCe de 125 cv, com motor 1.2 turbo. Ele não estará disponível no Brasil, que deverá manter o atual 1.6 16V SCe de 120 cv nas configurações de entrada, acoplado a um câmbio manual ou CVT. Os primeiros quilômetros confirmaram que a suspensão se manteve macia, sendo capaz de assimilar bem as irregularidades do piso, mas com um pouco mais de rolamento da carroceria do que desejável, especialmente nos trechos mais sinuosos da estrada. Botão rotativo na parte inferior do console central com três opções de tração (Dacia/Divulgação) Situação em que a nova direção, agora com assistência elétrica e não mais eletro-hidráulica, também dá melhor resposta, mostrando-se menos imprecisa e lenta nas reações, mesmo que pouco comunicativa. Um dos progressos mais claros foi feito com uma nova alavanca do câmbio manual de seis marchas, de curso menos longo e mais preciso que o anterior. O motor 1.2 turbo mostrou-se suficiente para uma dinâmica ágil, vibrando menos, até por conta da melhoria do isolamento acústico (mais material no cofre do motor, espessura superior dos vidros), o que deixou o Duster menos ruidoso. Lindas as saídas de ar nos para-lamas, não? Mas são falsas (Dacia/Divulgação) Antes de terminar a avaliação, tivemos a oportunidade de passar em um circuito de fora de estrada, feito com uma versão diesel 4×4. O sistema de tração integral não mudou, existindo um botão rotativo na parte inferior do console central com três posições: 2WD (tração dianteira), Auto (distribui o torque entre as rodas da frente e de trás) e Lock (50% do torque é aplicado a cada eixo; a 60 km/h desliga-se e retorna à posição Auto). O Duster 4×4 possui também um sistema eletrônico de controle de velocidade em rampa que funciona em ponto morto, primeira e segunda – a velocidade de descida pode ser alterada pressionando o acelerador ou o freio. Teto com barras cromadas: estilo mais sofisticado (Dacia/Divulgação) Outro destaque é a generosa altura do solo (21 cm no 4×4 e 20,5 no 4×2) e os balanços dianteiro e traseiro pequenos, resultando nas versões 4×4 em ângulos de entrada de 30o e saída de 34o. Com esses números, ele é hoje na Europa o melhor SUV no off-road do seu segmento. A nova geração muda o que incomodava no Duster: o visual simples demais e o acabamento pobre do interior.
Fonte:
Quatro Rodas














Veredicto
Impressões: andamos no Dacia Duster, que chega ao Brasil em 2019
Mais Novidades
06 MAI
Confirmado: BMW X5, R$ 500 mil, será o SUV mais caro fabricado no Brasil
Quarta geração do BMW X5 será feita no Brasil (Divulgação/BMW)A BMW confirmou: o X5 será montado no Brasil a partir de junho, como o repórter Henrique Rodriguez antecipou com exclusividade para QUATRO RODAS há pouco mais de um mês.Por aqui, a novidade terá motor de seis cilindros 3.0 turbodiesel com 265 cv de potência e 63,2 mkgf de torque – e será o primeiro BMW movido com o combustível feito no Brasil.Modelo será trazido semidesmontado dos EUA (Divulgação/BMW)Na opção...
Leia mais
06 MAI
Brasil, EUA ou México: o dilema que está atolando a picape média da RAM
RAM 1500 deve ganhar uma irmã menor, mas gestação está demorando… (Divulgação/Ram)Quando QUATRO RODAS cobriu o Salão de Detroit, em janeiro deste ano, conversou com executivos e outras fontes do grupo FCA a respeito da picape média da RAM, que vem sendo planejada para brigar com Toyota Hilux, Mercedes-Benz Classe X, Chevrolet S10 e afins.O nome ainda está indefinido, embora 1200 ou 1300 seja opções bastante plausíveis. Só que o projeto não deve ficar pronto antes de 2021 ou...
Leia mais
06 MAI
A aflição de ver um Koinigsegg de R$ 8 milhões numa sessão de crash-test
O Regera tem 1.500 cv e chega aos 402 km/h (divulgação/Koenigsegg)Mais raro do que ver um Polo E-Flex circulando por aí, só vídeos de crash-test de supercarros. Não que as marcas não façam isso: elas só não gostam de divulgar seus truques, algo que a Koenigsegg fez.A marca sueca revelou ao site Apex.one como faz a homologação de seus modelos. O processo, naturalmente, envolve uma série de testes de impacto e desgaste, algo especialmente crítico em um carro de quase R$ 8 milhões...
Leia mais
06 MAI
Chevrolet Tracker tem recall em bandeja de suspensão; peças também foram vendidas no varejo
A Chevrolet anunciou um recall para o Tracker por problemas na bandeja da suspensão. O chamado inclui unidades de modelos entre 2017 e 2019. Participam também exemplares a partir de 2014 que tenham adquirido as peças genuínas para reposição separadamente. De acordo com a marca, o braço de controle dianteiro (bandeja de suspensão) pode se quebrar devido a um cordão de solda fora da especificação. Com isso, a roda dianteira pode deslocar-se de sua posição original. ...
Leia mais
06 MAI
Supercaminhão canavieiro da VW tem força para carregar 40 Renault Kwid
Protótipo é estrela da marca na Agrishow 2019 (Divulgação/Volkswagen)A Volkswagen apresentou na edição 2019 da Agrishow, feira agrícola realizada em Ribeirão Preto (SP), o protótipo Constellation 31.280, que antecipa um supercaminhão canavieiro capaz de transportar até 32 toneladas de carga útil.Tal capacidade permitiria levar mais de 40 Renault Kwid Intense de 786 kg cada, além de implemento, e ainda sobrariam mais de 500 kg de lambuja.Para tanto, o modelo utiliza o motor MAN D08...
Leia mais
06 MAI
Ford produz último Focus na Argentina sob protestos contra 520 demissões
O último Ford Focus produzido na Argentina (Twitter/Internet)A Ford realizou na sexta-feira passada (3) a produção do último Focus na fábrica de General Pacheco (Argentina), antes de encerrar definitivamente a linha de montagem da família de médios.Quem alertou para o encerramento da fabricação não foi a fabricante, mas sim os próprios funcionários, que divulgaram no Twitter imagens do que seria a última unidade argentina do Focus hatch sendo produzida em solo sul-americano.Numa...
Leia mais