Novidades

15 FEV

Teste: Volkswagen Virtus Highline 200 TSI, mania de grandeza

Até a coluna B, tudo igual ao Polo. Dalí para trás, tudo diferente (e maior) (Christian Castanho/Quatro Rodas)

O histórico da Volkswagen no segmento de sedãs intermediários – entre os compactos e os médios – é dúbio. A geração anterior do Polo brasileiro (lançada em 2002 e extinta em 2014) ganhou fama de ótimo carro, mas nunca vendeu tanto quanto o esperado.

No caso do sedã, uma das razões foi o fato de que ele tinha os mesmos 246 cm entre os eixos do hatch. Ou seja: custava quase tanto quanto um sedã médio, mas oferecia menos espaço, apesar do refinamento e da fartura de equipamentos.

Ainda que a duras penas, a Volkswagen parece ter aprendido a lição.

Vinco lateral casou melhor com o Virtus do que com o Polo (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Para começar, adotou uma estratégia diferente da Fiat ao esticar o seu hatch. Em vez de manter o entre-eixos e adaptar portas traseiras, teto e porta-malas, engenheiros e designers alemães e brasileiros se valeram da modularidade da plataforma MQB e alteraram também o entre-eixos (de 256 cm para 265 cm).

Com 448 cm de comprimento, 175 cm de largura e 147 cm de altura, o Virtus impressiona pelo porte quando comparado a rivais veteranos, como Hyundai HB20S (423 x 168 x 147 cm) e Prisma (428 x 170 x 147 cm), e novos como o recém-lançado Fiat Cronos (436 x 172 x 151 cm).

O nome oficial, 200 TSI, faz menção ao torque do motor 1.0 turbinado: 200 Nm, ou 20,4 mkgf, para usar a unidade de medida mais comum no Brasil (Christian Castanho/Quatro Rodas)

O teste foi feito com a versão topo de linha, Highline, de R$ 79.990. Com o preço oficial, vem à tona o primeiro ponto fraco: ele revela um valor R$ 10.800 mais alto do que o Polo Highline – e ambos têm basicamente o mesmo conteúdo.

Na versão Comfortline, a diferença cai para ainda salgados R$ 8.300 e para aceitáveis R$ 5.000 na configuração de entrada, 1.6 com câmbio manual. O Cronos, por seu lado, terá diferenças de preços menores – cerca de R$ 4 mil a mais que o hatch.

Se você se encantou pelo Virtus das fotos, vale o aviso: completo, com pintura metálica, painel digital, rodas aro 17, couro, tela de 8 polegadas e outros itens menores, o preço chega a R$ 87.040 – clique aqui para conferir os preços de todos os pacotes de opcionais.

Versão Preço
Virtus 1.6 manual R$ 59.990
Virtus Comfortline 1.0 automático R$ 73.490
Virtus Highline 1.0 automático R$ 79.990

As versões Highline e Comfortline (R$ 73.490) são equipados com o motor 1.0 TSI de três cilindros, numa configuração um pouco diferente da que equipa Up! e Golf por aqui – são 128 cavalos com etanol, contra 125 cv do Golf e 105 cv do Up!. O câmbio é sempre automático de seis marchas.

Motor 1.0 TSI do Virtus é mais potente que o do Up! e Golf (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Com medidas generosas, o Virtus é um carro de presença. E, especialmente na versão Highline completa, o interior também é de encher os olhos. Assim como no Polo, o acabamento tem materiais simples, mas construção elogiável.

No centro do painel do Virtus, tela incorporada e suporte para celular  (Christian Castanho/Quatro Rodas)

O motorista tem a seu dispor volante, banco e retrovisores com grande amplitude e facilidade de ajuste, o que permite o uso compartilhado por pessoas de estaturas bem diferentes. Mas conforto de verdade tem quem viaja no banco traseiro.

Couro é opcional nos dois modelos (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Ainda que os dianteiros estejam totalmente recuados, as pernas não são espremidas. O espaço para cabeça e na altura dos ombros e cotovelos também é bom. Melhor que isso, só se o assoalho fosse plano na região central, como no Honda City – que também briga entre os sedãs compactos e que acaba de receber um facelift.

Espaço interno traseiro é um dos pontos fortes do Virtus (Christian Castanho/Quatro Rodas)

O porta-malas, com 521 litros, está entre os maiores do segmento. Bastante ampla, a boca do compartimento facilita a acomodação de objetos volumosos. Se estiver equipado com a prancha (opcional), que permite a elevação do fundo, melhor ainda.

No Virtus são 525 litros (4 a mais que no Cronos) (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Ao volante, a sensação de solidez estrutural típica dos VW se repete. A novidade é a maciez da suspensão, já notada no Polo, muito embora a melhor distribuição de massa do sedã tenha atenuado a forte tendência de saídas de frente.

Ar-condicionado é digital e de duas zonas (Christian Castanho/Quatro Rodas)

O motor 1.0 TSI, com até 128 cv e 20,4 mkgf a 2.000 rpm, é bem adequado para o porte do carro. Os números de pista corroboram: sempre com gasolina, o Virtus acelerou de 0 a 100 km/h em 10,1 s, mais rápido que o Polo com o mesmo conjunto mecânico (10,6 s).

As retomadas também foram levemente mais rápidas, enquanto o consumo diminuiu – o rodoviário foi de 17,6 km/l, bem melhor que os 14,3 km/l do hatch.

Perfil lembra o Jetta de nova geração (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Nas frenagens, os discos sólidos no eixo traseiro (Cronos, Etios, Prisma e HB20 possuem tambores) garantiram marcas ótimas na frenagem de 120 km/h a 0 (60,6 m), mas apenas medianas em velocidades mais baixas (18,7 m a partir de 60 km/h e 28,7 m a partir dos 80 km/h).

Feitas as apresentações dos mais novos sedãs compactos, fica a pergunta: qual das versões topo de linha é a melhor, Cronos Precision 1.8 ou Virtus Highline 1.0 TSI?

A resposta você encontra nesse comparativo exclusivo para assinantes. Quer assinar e ter acesso livre a todos os conteúdos da QUATRO RODAS?

Custa só R$ 5,90! Clique aqui!

Fonte: Quatro Rodas

Mais Novidades

28 MAR

Teste de produto: economizador de combustível reduz mesmo consumo em 20%?

O economizador Fuel Buddy tem de ser instalado em volta da mangueira de combustível (Christian Castanho/Quatro Rodas)Diante das constantes altas no preço dos combustíveis, reduzir o consumo do seu carro seria maravilhoso, não?Então, como não ficar tentado a comprar o economizador americano Fuel Buddy, que promete baixar o gasto com combustível entre 12 e 20%, dependendo do modelo do carro.Importado dos EUA e vendido por R$ 550, ele consiste em duas placas imantadas que são instaladas... Leia mais
28 MAR

Dúvida cruel: comprar um carro menor completinho ou maior basicão?

Volkswagen Virtus Highline 200 TSI vs. Volkswagen Jetta 250 TSI (Christian Castanho/Quatro Rodas)O dilema é antigo, permeia quase todas as marcas e ainda faz muita gente esquentar a cabeça na hora de trocar de carro. Para ajudar você a decidir, juntamos três casos clássicos das três principais categorias do nosso mercado: hatches, sedãs e SUVs.Versão top de linha tem adesivo nas portas e calotas que imitam rodas (Christian Castanho/Quatro Rodas)Kwid e Sandero têm basicamente o mesmo... Leia mais
28 MAR

América do Sul resiste a campanha global das montadoras por veículos elétricos

O mercado de automóveis da América do Sul provavelmente resistirá ao movimento global para veículos elétricos nos próximos anos, destacaram executivos da Toyota e da General Motors, dona da Chevrolet, entre outros, em encontro sobre fontes tradicionais de combustível. Mesmo que as montadoras reformulem seus negócios globais para focar em carros elétricos na Europa, América do Norte e Ásia, os executivos que coordenam a produção no Brasil e na Argentina priorizam os... Leia mais
27 MAR

Volkswagen Golf 1.0 e 1.4 TSI saem de linha por causa do T-Cross

Agora dá para ter qualquer Golf, desde que seja o GTI (Christian Castanho/Quatro Rodas)“O novo Golf 1.0 ou 1.4? Ter, a gente até tinha, mas acabou-se tudo.” O trocadilho é péssimo, mas essa frase poderia ser dita por qualquer concessionário Volkswagen, já que agora só o Golf GTI é fabricado no Brasil — conforme antecipado pelo site Autos Segredos e confirmado pela Volkswagen.A saída de cena das versões Comfortline e Highline ocorre menos de um ano após a geração atual ter... Leia mais
27 MAR

Comitê da Nissan diz que há fatos suficientes para suspeitar de Ghosn

Um comitê externo que analisa a governança na Nissan disse nesta quarta-feira (27) que há fatos suficientes para se suspeitar de violações de leis e de uso particular de fundos da empresa por parte do ex-presidente do conselho, o brasileiro Carlos Ghosn. Após uma auditoria de 3 meses, iniciada depois que o executivo foi preso, o comitê atribuiu a culpa ao que classificou como concentração de poder de Ghosn. Tudo sobre a prisão de Ghosn Exatamente 20 anos depois que a... Leia mais