Novidades

30 JAN
Clássicos: Awe Wartburg 311/312, objeto de desejo na guerra fria

Clássicos: Awe Wartburg 311/312, objeto de desejo na guerra fria

Awe Wartburg 311/312

O Wartburg 312 tinha sempre carroceria em dois tons (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Todos são iguais, mas alguns são mais iguais que os outros. A frase de George Orwell foi uma das críticas mais contundentes à ideologia socialista.

Sob a rédea repressora da Alemanha Oriental, todos deveriam rodar a bordo de um humilde Trabant, mas só alguns privilegiados desfrutavam do status de um Wartburg.

Ocupada pelos soviéticos após a Segunda Guerra, a fábrica da BMW em Eisenach foi rebatizada AWE (Automobilwerk Eisenach) e integrada à estatal IFA (Industrieverband Fahrzeugbau), que fabricava o F9 em Zwickau.

Derivado do DKW dos anos 30, o IFA F9 teve a produção transferida para Eisenach em 1953, sendo encerrada três anos depois.

Awe Wartburg 311/312

Cerca de 283.000 unidades foram produzidas até 1967 (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Nesse período, a AWE desenvolveu o Wartburg 311, o sucessor do F9. Era maior, com quatro portas, melhor visibilidade e um porta-malas mais espaçoso. Há quem diga que o projeto foi uma iniciativa clandestina do diretor Martin Zimmermann, mas o certo é que a produção no novo modelo acabou sendo aprovada pelo Partido Socialista Unificado da Alemanha.

O primeiro 311 deixou a linha de produção em janeiro de 1956. Como nos DKW, era impulsionado por um motor de três cilindros, dois tempos e 0,9 litro, com 37 cv de potência.

O câmbio manual de três marchas não era sincronizado, mas possibilitava velocidade máxima de 115 km/h e um consumo médio de 10,2 km/l.

Awe Wartburg 311/312

Ele era uma evolução do DKW dos anos 30 (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Destacou-se pela oferta de carrocerias, sempre pintadas em duas tonalidades. Além do sedã de quatro portas, havia um cupê e um conversível, ambos com duas portas. Duas peruas integravam a linha: a Combi de duas portas e a Camping, com quatro portas e teto retrátil de lona (também oferecido no sedã). Mais tarde viriam a picape e o esportivo denominado 313.

Awe Wartburg 311/312

O Wartburg 311 era maior: quatro portas e um porta-malas mais espaçoso (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Desenhado por Hans Fleischer, o 313 era um roadster de personalidade própria, com capô alongado e espaço para apenas dois ocupantes. Com 50 cv, chegava a 140 km/h, competindo em paridade com ícones capitalistas como o VW Karmann Ghia e Auto Union 1000 SP. Foram produzidos apenas 469 exemplares até 1960.

O 311 custava cerca de três vezes o valor do Trabant, mas agradava pelo estilo e qualidade, em especial no acabamento interno. Foi exportado para vários países e bem aceito no Reino Unido.

Pelo preço de um Mini os britânicos levavam um sedã médio com assoalho acarpetado, acendedor de cigarros e iluminação no porta-malas.

Awe Wartburg 311/312

O Wartburg era conhecido pela qualidade no acabamento interno (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Awe Wartburg 311/312

O requinte nos detalhes chamam atenção (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Com exceção da primeira marcha, o câmbio passou a ser sincronizado em 1958. Apesar do desempenho modesto, o 311 foi visto em diversos ralis no final da década de 50, incluindo o Rali de Monte Carlo de 1959.

Sua mecânica simples e robusta não o colocava entre os primeiros, mas ele dificilmente abandonava uma prova por problemas mecânicos.

Awe Wartburg 311/312

Câmbio manual ficava na coluna de direção (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Os freios ganharam acionamento hidráulico em 1961, indispensáveis para conter o melhor rendimento do motor de 922 cm3 que seria adotado no ano seguinte. O acréscimo de 10% na cilindrada resultou em 45 cv e o novo câmbio, de quatro marchas, aumentou a máxima para 125 km/h e reduziu o consumo para 10,5 km/l.

O Wartburg atingiu recorde de produção em 1964: 31.309 unidades, limitadas pela economia planificada. Sua maior evolução foi apresentada no ano seguinte.

Completamente revisto, o modelo 312 adotou molas helicoidais e novas suspensões, por braços duplos paralelos na frente e braço arrastado atrás. As rodas ficavam menores, com 13 polegadas.

Awe Wartburg 311/312

Vai de 0 a 100km em 27,5 segundos (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Foi um modelo de transição entre o 311 e o 353, modelo de linhas retas que foi apresentado em 1966. Este exemplar é um modelo 1966 de um colecionador paulista: “Mesmo após 50 anos, ele surpreende pelo rodar confortável e pelo comportamento dinâmico. É o mais valorizado dos Wartburg: é belo como o 311 e eficiente como o 353”.

Fonte: Quatro Rodas

Mais Novidades

02 SET
Hyundai revela coluna C do novo HB20, e ela lembra a do Nissan Kicks

Hyundai revela coluna C do novo HB20, e ela lembra a do Nissan Kicks

Faixa preta na coluna C integra vidros laterais e traseiro (Divulgação/Hyundai)Perto de lançar a profunda reestilização – tratada como nova geração – da família HB20, a Hyundai divulgou nesta segunda-feira (2) a primeira imagem sem camuflagem do hatch (e que também serve ao aventureiro HB20X).Trata-se da coluna C do modelo. Conforme QUATRO RODAS antecipou em sua mais recente projeção modelo, tal parte da carroceria contará com um aplique preto, integrando os vidros laterais ao... Leia mais
02 SET
Melhor Compra 2019: picapes usadas a partir de R$ 25.000

Melhor Compra 2019: picapes usadas a partir de R$ 25.000

– (Arte/Quatro Rodas)Todos os anos, QUATRO RODAS seleciona as melhores compras de cada segmento para você levar para casa o carro ideal. É o Melhor Compra.A seguir, as melhores picapes usadas entre R$ 25.000 e R$ 135.000. Eles estão separados em categorias: leves até R$ 25.000; leves acima de R$ 25.000; médias cabine simples até R$ 50.000; médias cabine simples acima de R$ 50.000; médias cabine dupla até R$ 80.000; médias cabine dupla acima de R$ 80.000.Consideramos custos de... Leia mais
02 SET
Longa Duração: a primeira prova de fogo do Caoa Chery Tiggo 5X na estrada

Longa Duração: a primeira prova de fogo do Caoa Chery Tiggo 5X na estrada

Tiggo: com velocidade média de 110 km/h, autonomia comprovada de 600 km (Péricles Malheiros/Quatro Rodas)Tanque cheio e lá se foi o Tiggo 5X para a sua primeira grande incursão, atravessando os estados de São Paulo, Minas Gerais e Goiás, além do Distrito Federal.Ao volante, o editor de Longa Duração, Péricles Malheiros: “Dirigi sozinho, mas na volta trouxe cerca de 150 kg de bagagem. E foi no retorno que dei mais atenção ao consumo”, comentou.Tiggo 5X posa diante da Torre de TV... Leia mais
02 SET
Correio Técnico: a medição de consumo para o Inmetro usa qual gasolina?

Correio Técnico: a medição de consumo para o Inmetro usa qual gasolina?

A medição de consumo é feita em um dinamômetro de chassi (Divulgação/Chevrolet)Os números de consumo do Inmetro/Conpet do Honda Civic Touring são obtidos com gasolina premium?, Francisco Mendes, por e-mailNão, são feitos com gasolina comum, assim como todos os outros veículos. A norma técnica 6601 define todos os padrões que os combustíveis usados nas aferições devem atender. É verdade que alguns fabricantes recomendam o uso de combustível com maior número de octanas (como a... Leia mais
30 AGO
Nova geração do Chevrolet Prisma se chama Onix Plus e tem motor de 116 cv

Nova geração do Chevrolet Prisma se chama Onix Plus e tem motor de 116 cv

Versão brasileira será idêntica a fabricada na China (Divulgação/Chevrolet)Em abril, QUATRO RODAS adiantou que a nova geração do Chevrolet Prisma passaria a se chamar Onix. Agora, conseguimos esclarecer como será feita a diferenciação entre hatch e sedã: o três-volumes será chamado Onix Plus, e não Onix Sedan.Naquela ocasião, a Chevrolet justificou a nova estratégia pela força do nome Onix. O nome Prisma deverá sobreviver apenas na versão Joy. Resta confirmar, apenas, se... Leia mais
30 AGO
Google pede remoção de barreiras regulatórias para carros autônomos nos EUA

Google pede remoção de barreiras regulatórias para carros autônomos nos EUA

A Waymo, unidade de automóveis autônomos Alphabet, empresa que controla o Google, pediu na quinta-feira (29) para a Administração Nacional de Segurança no Trânsito nas Rodovias (NHTSA) dos Estados Unidos a remoção das barreiras regulatórias para carros sem volantes e pedais de freio. Atualmente, as montadoras devem atender a quase 75 padrões de segurança para carros autônomos, muitos deles escritos sob a premissa de que um motorista está no comando do veículo usando os... Leia mais