É possível se livrar de despesas a mais na hora da revisão (Alexandre Battibugli/Quatro Rodas) O receio de ser enrolado por profissionais nem tão profissionais paira sob todos os donos de carros – inclusive mecânicos. Receber orçamentos com serviços “extras” e uma conta salgada na visita à concessionária chega a dar calafrios. Mas dá para evitar alguns sustos. Procuramos os consultores Amos Lee Harris Junior, da Universidade Automotiva (UniAuto), Murilo Moreno, da Sequoia Estratégia, e Paulo Roberto Garbossa, da ADK Automotive, para reunir algumas dicas de como evitar (ou amenizar) os efeitos da famosa empurroterapia. O manual do proprietário informa tudo que tem de ser feito nas revisões – a checagem de rotina. Está bem – sabemos que o índice de leitura desse livreto é baixo, mas se você preferir, basta acessar o site da montadora e ir na parte “Serviços”. A maioria das marcas informa ali sobre as revisões até 60.000 km, a relação dos serviços e peças que têm de ser trocadas, além do custo fixo, agendamento e prazo médio para entrega do carro. Além disso, para quem mora em cidades grandes, com mais revendas da mesma marca, há a opção de pesquisa em páginas de defesa do consumidor, como Reclame Aqui e Proteste. Veja lá como é a reputação das lojas da marca do seu automóvel. Não se faça de desentendido quando o assunto é seu carro. Pesquise antes sobre o que deve ser feito e demonstre conhecimento ao consultor ou mecânico. Comente sobre as peças e até o óleo que será substituído. O técnico perceberá que você não é desinteressado, dará atenção extra e pensará duas vezes antes de tentar qualquer estratégia de vender algo a mais. “Normalmente as pessoas que são lesadas são as que não entendem nada do contexto automóvel. Quando o cliente se revela completamente leigo, o atendente vai tentar empurrar uma série de serviços absolutamente desnecessários”, alerta Amos Lee. A autorizada não está proibida de oferecer outros serviços, além da revisão. Alinhamento é um deles, recomendado a cada 10.000 km. Mas você mesmo pode verificar se ele é necessário ou se é balela. Pneus com desgaste maior na lateral superior ou mais acentuado entre um e outro, direção que vibra muito ou puxa para um lado e trepidação nas rodas da frente são alguns sinais. Há também a higienização do ar-condicionado, a cada 20.000 km ou 30.000 km – custa de R$ 80 a R$ 150. Esse pode ser feito em casa: basta aplicar um spray bactericida dentro das saídas de ar, no modo recirculação, com vidros fechados e na temperatura mais baixa. Demora 30 minutos e o produto custa de R$ 30 a R$ 50. Nunca é demais avisar que se deve fugir da famosa limpeza dos bicos injetores. E lembre-se de que você não é obrigado a contratar os serviços não previstos na revisão. Inclusive, desconfie de orçamentos longos. Se ficar insatisfeito com a ordem de serviço apresentada, procure outra autorizada. Na dúvida, diga que quer só a revisão básica. Sempre funciona. Se possível, tire parte do dia para acompanhar a revisão, já que muitas são feitas em até duas horas. As lojas costumam, já na recepção, levantar o carro no elevador para o funcionário mostrar o que deve ser feito. Várias marcas (como Chevrolet, Honda e Toyota) permitem que o cliente acompanhe tudo dentro da oficina. É o que o mercado chama de “recepção direta”. Se a autorizada ou fabricante não disponibilizar esse sistema, peça ao recepcionista para ver o serviço – mas muitas empresas não permitem a visita por questões de segurança. “Perguntar para acompanhar o serviço é positivo e faz parte. É mais ou menos como visitar a cozinha do restaurante”, defende Murilo Moreno. Caso contrário, opte por lojas que tenham sala de espera com parede de vidro que permita ver a oficina. Incertezas na hora da revisão são comuns, mas é possível, por exemplo, acompanhar o carro durante esse tempo na oficina (Alexandre Battibugli/Quatro Rodas) Há empresas que usam a tecnologia para que o consumidor tenha acesso remoto ao que está sendo feito. A Citroën e lojas de outras marcas, por exemplo, têm um sistema onde o mecânico filma a peça que precisa ser trocada e envia ao cliente. Em outras, pode-se acompanhar a revisão pela internet em tempo real, por câmeras dentro da oficina. Algumas peças em geral têm mais de um fornecedor. Por isso, o cliente pode escolher se quer uma marca específica, como pastilhas de freio ou lâmpadas. “Nesses casos, o consumidor pode verificar que marcas existem disponíveis na revenda e optar por uma preferida. São equipamentos de reposição homologados pelo fabricante”, explica Paulo Roberto Garbossa. É obrigação das revendas entregarem aos clientes não só a nota fiscal, mas também as peças usadas que foram trocadas. Aproveite e solicite as embalagens de todos os componentes novos colocados no carro, inclusive as embalagens vazias de lubrificantes. “Ao fazer isso, o cliente sinaliza que pode pegar essas peças e levar a outro lugar. Isso é fundamental para a pessoa que não entende muito do assunto. E é lógico que o consultor vai tomar mais cuidado”, acredita Amos Lee. O rodízio de pneus é polêmico, pois cada marca tem seu padrão. De olho no manual do proprietário, cheque o serviço mesmo se for feito na autorizada. Até mesmo no Longa Duração da QUATRO RODAS já tivemos casos de pneus que não mudaram de posição e até de pneus errados, que não faziam parte do conjunto. A dica é marcar antes com caneta especial a posição de cada pneu (com números e letras). Depois, verifique se a oficina obedeceu o rodízio. Tenha em mente que você não é obrigado a fazer os serviços fora da revisão para manter a garantia. E, se houver problema no reparo, volte e peça que seja refeito ou o dinheiro seja devolvido. Pode-se ainda acionar órgãos de defesa do consumidor (como o Procon) ou o SAC da marca. “Antigamente tinha muita empurroterapia, mas hoje há monitoramento constante das empresas para não ter problemas na revisão, pois isso afeta a reputação da marca”, garante Garbossa
Fonte:
Quatro Rodas
Informe-se bem
Bote banca
Serviços extras
Fique em cima
Na tela do celular
Escolha de componentes
Peça as peças
Marque o rodízio
Transparência
Evite a empurroterapia e não seja enrolado na revisão
Mais Novidades
Impressões: Troller TX4 automático ainda é jipe raiz, só que mais gentil
Nova versão automática custa R$ 167.530 (Divulgação/Ford)A Troller acabou se rendendo ao câmbio automático. Logo ele: um jipe raiz.A nova versão TX4, que chega agora às lojas, vem equipada com câmbio automático de seis marchas com três modos de uso: Drive, Sport e Manual.E não é só isso: a TX4 traz também diferencial traseiro blocante com acionamento elétrico.Pneus lameiros são do tipo 80% off/20% on (Divulgação/Ford)Esses dois equipamentos são recursos que os jipeiros...
Leia mais
Longa Duração: Volkswagen Virtus passa (seco) por teste de estanqueidade
A água da chuva já invadiu o porta-malas do Virtus por três vezes. Mas, em nosso teste, nenhuma gota conseguiu entrar (Alexandre Battibugli/Quatro Rodas)Na edição passada, falamos aqui sobre os resultados da última avaliação do Virtus em nosso campo de provas e também nos comprometemos a fazer um teste molhado para mostrar exatamente o ponto de entrada de água no porta-malas – um mal que acometeu o sedã em três ocasiões. Conforme prometido, descobrimos por onde a água ganhou o...
Leia mais
Os seis anos em que a BMW só produziu panelas e quase desapareceu
BMW quase sucumbiu às agruras de ajudar o governo nazista durante a guerra (Divulgação/BMW)A BMW viveu momentos obscuros em sua história. Não esconde que contribuiu para a indústria armamentista durante o regime nazista, nem que usou mão de obra de 50 mil trabalhadores forçados, prisioneiros de guerra e de campos de concentração.Na verdade, isso trouxe grandes consequências para a fabricante, que correu risco de desaparecer e quase foi comprada pela rival Daimler, proprietária da...
Leia mais
Hyundai que inspirou visual do novo HB20 ganha prêmio de design
Hyundai Sonata foi uma das inspirações visuais para o novo HB20 (Divulgação/Hyundai)A linha 2020 do HB20 ganhou uma repaginada discutível em seu visual. Logo após aparecer sem camuflagem pela primeira vez, QUATRO RODAS lançou uma enquete para saber o que os internautas achavam das novas linhas do compacto.Durante a pesquisa mais de 15.600 pessoas responderam à pergunta: “Você gostou do visual do novo HB20?”. O resultado foi claro: 71,6% (11.175 votos) dos votantes não gostaram do...
Leia mais
VW T-Cross indiano ressuscita nome Taigun e tem lanterna mais sofisticada
T-Cross indiano recebeu o nome de Taigun (Divulgação/Volkswagen)A Volkswagen aproveitou o Salão do Automóvel de Nova Delhi, Índia, para apresentar o Taigun, uma versão do nosso T-Cross, voltada para o mercado indiano.Pode ser que o nome do modelo não tenha lhe soado estranho e há razões para isso. Taigun foi o nome escolhido pela marca alemã para o projeto de um SUV subcompacto, derivado do Up!, desenvolvido a partir de 2012.O protótipo chegou até mesmo a ser apresentado no Salão...
Leia mais
Flagra: Ram 1500 mostra visual e painel, e logo na versão mais invocada
Flagra da Ram 1500, por dentro e por fora, no Brasil (Milton Silva Junior/Quatro Rodas)Fãs de picapes, podem comemorar: a Ram 1500 será enfim lançada no Brasil no segundo semestre de 2020.Com atraso em relação ao cronograma inicial, é verdade, mas ela virá equipada com motores V8 a gasolina de 395 cv, V6 turbo diesel de 264 cv e até uma configuração híbrida parcial.E se o parceiro Autos Segredos já flagrou uma unidade da versão de luxo Laramie, agora foi a vez de QUATRO RODAS...
Leia mais