Faróis escamoteáveis: hit dos anos 70 (Marco de Bari/Quatro Rodas) Suceder uma Ferrari como a 365 GTB/4 e GTS/4 “Daytona” não era tarefa fácil. Último projeto da marca sem a supervisão da Fiat, esse marco no design italiano dos anos 60 dominou o pódio das 24 Horas de Daytona de 1967, de onde veio seu apelido. Mas a 365 GT4 Berlinetta Boxer (ou simplesmente BB) não só se provou digna de tal missão como surpreendeu por sua técnica e estilo ousados. Pela primeira vez, uma Ferrari de rua trocava a configuração V12 por um boxer de mesmo número de cilindros herdado da F-1, montado entre os eixos. Um protótipo foi visto no Salão de Turim de 1971, mas o lançamento ficou para o de Paris em 1973. Havia sete anos que a Lamborghini fazia o Miura com motor central. Cilindros contrapostos eram uma tecnologia comprovada pela Porsche. A Ferrari temia desagradar sua clientela ao romper a tradição e seguir caminhos abertos pelos rivais. Ninguém reclamou. Motor boxer de 4,4 litros produzia 360 cv (Marco de Bari/Quatro Rodas) Com 4,4 litros, o boxer com quatro carburadores Weber de corpo triplo produzia 360 cv a 7 500 rpm. A suspensão independente nas quatro rodas usava molas helicoidais e amortecedores telescópicos e os freios hidráulicos eram a disco ventilado. O design Pininfarina trazia formas que seriam vistas em outras Ferrari, com para-lamas ondulados, mas predomínio de linhas retas no geral. A frente era mais pronunciada que a traseira. Capô, tampa do porta-malas e portas eram de alumínio, o restante era feito de aço pela Scaglietti. A frente tinha uma disposição dos faróis semelhante à do Lamborghini Countach. Desenho assinado por Pininfarina fez escola (Marco de Bari/Quatro Rodas) A altura do teto pode espremer motoristas com mais de 1,80 metro. “Os espelhos só servem para manobras”, diz o dono da BB usada nas fotos, de 1975. Dos bancos de estofamento firme exala o cheiro típico do couro Connolly. Como a parede de fogo é um pouco recuada, os pés não ficam esticados. Interior tinha couro Connolly e fartura de instrumentos e interruptores (Marco de Bari/Quatro Rodas) Os engates secos pedem familiaridade para trocas sem trancos que estraguem câmbio e embreagem. O vigor do torque é percebido de saída. Como sobra motor, vale colocar uma marcha acima para um rodar mais suave no trânsito. O peso da direção, incômodo em manobras, é providencial em altas velocidades. Já a firmeza da suspensão se justifica no hábitat natural das Ferrari, pistas lisas e desimpedidas, feitas para correr. Nas curvas, a BB é fiel ao próprio eixo. Seis canos de escape para dar vazão aos 12 cilindros (Marco de Bari/Quatro Rodas) Para 1976, o motor cresceu para 5 litros e ela virou 512 Berlinetta Boxer. Se perdia 20 cv na potência máxima, esta chegava 700 rpm mais cedo. Spoiler dianteiro, tomada de ar nos para-lamas traseiros, lanternas duplas, em vez de triplas, e quatro saídas de escapamento, em vez de seis, marcavam a mudança. Com a injeção Bosch K-Jetronic, em 1981, foi rebatizada de 512 BBi. A potência total surgia a 6.000 rpm. Bem baixa, a carroceria não comporta bem pessoas com mais de 1,80 m (Marco de Bari/Quatro Rodas) Em 1984, a Testarossa aposentava a BB, que teve 2.323 carros produzidos. Ela e seus derivados seriam o último projeto da marca para as ruas com motor boxer. Mas a disposição central nunca mais deixou de figurar com brilho no catálogo da Ferrari.
Fonte:
Quatro Rodas
Ficha técnica – Ferrari Berlinetta Boxer 1975
Clássicos: Ferrari Berlinetta Boxer, curva radical
Mais Novidades
Quer o novo Renault Duster com motor “Mercedes” turbo? Espere sentado
Duster chega três anos após o europeu (Divulgação/Renault)Março de 2020 será o mês de lançamento da segunda geração (ou seria reestilização profunda?) do Renault Duster no Brasil. Com três anos de atraso em relação à Europa, o SUV compacto enfim será atualizado.A espera é longa e incorpora algum grau de ansiedade, especialmente por quem aguarda a chegada do aclamado motor 1.3 turbo de injeção direta, desenvolvido em parceria com a Mercedes-Benz.Ele já é usado pelo Classe...
Leia mais
Descubra o que é mito (e o que é verdade) a respeito do sistema Start-Stop
O Uno foi o primeiro modelo nacional a contar com a tecnologia start-stop (divulgação/Fiat)O sistema Start-Stop foi criado na década de 1970 como forma de economizar combustível e reduzir emissões, mas se popularizou há poucos anos. O recurso evoluiu a partir dos anos 1990, com o aprimoramento da eletrônica nos sistemas de alimentação e gerenciamento dos motores.O desenvolvimento de baterias, componentes eletrônicos e motores de arranque capazes de suportar o trabalho do Start-Stop...
Leia mais
Citroën C3 Lounge é “SUV sedã” rival do Onix Plus. Será que vem ao Brasil?
Citroën C3 Lounge: conceito de “SUV sedã” daria certo no Brasil? (Ferd/Internet)O grupo Peugeot-Citroën tem como um de seus sócios uma fabricante chinesa, a Dongfeng. Ainda assim, enfrenta dificuldades de penetração no gigante asiático, em especial a marca Citroën.A fim de mudar este cenário, a empresa pensou numa solução peculiar: um “SUV sedã”.Estamos falando do C3 Lounge, cujo projeto foi registrado no instituto de propriedade intelectual chinês, vazou e foi acessado...
Leia mais
Noite feliz: dono de Tesla ganha piloto automático mais poderoso no Natal
Pacote de atualização de software liberado no Natal deixa os carros da Tesla ainda mais inteligentes e divertidos (Tesla/Divulgação)Definitivamente, nada da Tesla é convencional. Até a data que a empresa libera pacotes de atualização do software de seus carros é especial. O pacote mais recente saiu no dia de Natal.Assim como celulares, os carros da marca costumam ter o sistema operacional de controle atualizados. E tudo funciona como nos smartphones mesmo: chega via rede de dados, um...
Leia mais
Antes de virar SUV, Ford Mustang já teve muitas outras formas
Mach-E é o primeiro Mustang com carroceria de SUV e motor elétrico da história (Divulgação/Ford)O Mustang, quem diria, quase desapareceu em meados dos anos de 1990, e agora é uma espécie de símbolo dos valores da Ford.Depois da terceira geração (1979-1993) em que ele foi descaracterizado, perdendo o carisma e a esportividade original, seu conceito foi resgatado na geração seguinte (1994-2004).Hoje, já na sexta geração, é o modelo que influencia os novos projetos como o mais...
Leia mais
Toyota RAV4: no tanque de combustível de 55 litros só entram 41
Nos EUA, muita gente está reclamando do tanque: era para entrar 55 litros, mas ele só está admitindo 41 litros (Christian Castanho/Quatro Rodas)Ainda não encontramos relatos no Brasil, mas nos Estados Unidos tem muito proprietário do novo Toyota RAV4 híbrido reclamando do tanque de combustível.Segundo os reclamantes, mesmo depois de rodarem vários quilômetros após o alerta de fim da reserva de combustível – o que deixaria o tanque de 55 litros praticamente seco -, um...
Leia mais