Foram produzidas menos de 50 unidades no final dos anos 1970 (Christian Castanho/Quatro Rodas) Criar um carro faz parte do sonho de boa parte dos meninos. Mas, daí para a realidade, as chances são quase as mesmas de se tornar um super-herói. Já para o universitário Francisco “Kiko” Malzoni, que intercalava os estudos na faculdade de economia com modificações nos carros que dirigia, a empreitada não exigiria superpoderes. E aceitou o desafio de um amigo que queria um carro totalmente novo. Aqui vale uma explicação e referência genética. Se você ainda não estabeleceu a ligação, Kiko é filho de Genaro “Rino” Malzoni, idealizador do Puma e um dos sócios da fábrica que o produziu. As lanternas eram feitas com exclusividade para o esportivo (Christian Castanho/Quatro Rodas) Para executar o pedido de um carro exclusivo, ao fim de 1975 Kiko pediu ao pai a forma do GT 4R – esportivo do qual foram feitos apenas três exemplares, sorteados em 1969 entre os leitores de QUATRO RODAS (a história completa foi publicada aqui, e o relato do último exemplar restaurado recentemente você lê aqui), que serviria de base para o projeto. O GT foi desenvolvido na oficina de um amigo no Rio de Janeiro. Pintura e acabamento foram feitos em São Paulo. Rino gostou tanto do trabalho do filho que decidiu levar o carro ao Salão do Automóvel de 1976, ainda que achasse que o preço alto deveria inviabilizá-lo. Surpreendentemente, o custo de produção não foi suficiente para afastar os candidatos e os dois decidiram produzir o carro em Araraquara (SP), local em que foram concebidos os protótipos Puma. Originalmente, os bancos eram de veludo com portas e painel de couro (Christian Castanho/Quatro Rodas) Atrás dos bancos, um espaço para levar bagagens – ou crianças (Christian Castanho/Quatro Rodas) Quando QUATRO RODAS publicou suas Impressões ao Dirigir do GT em agosto de 1978, a produção já tinha sido transferida para Matão (SP), onde ficava a Marques Indústria e Comércio de Veículos, que adquiriu a patente do projeto. Durante a reportagem, numa visita à fábrica, a reportagem conferiu uma versão conversível sendo desenvolvida. O cupê custava 220.000 cruzeiros, equivalente hoje a 162.000 reais. Os bancos eram originalmente de veludo e reclináveis e as portas, revestidas de couro, tinham vidros elétricos. Ao volante, a ergonomia não era perfeita: o pé tocava de lado o acelerador e o freio de mão baixava até espremer os dedos. Forrado de couro, o painel era completo, mas o volante atrapalhava a visão. Painel completo, com direito a voltímetro, amperímetro e manômetro de óleo (Christian Castanho/Quatro Rodas) A genérica opção pela mecânica Volkswagen a ar facilitava a vida do construtor, mas impunha realistas 65 cv à proposta esportiva do carro. “Equipado com motor VW 1600, o carro não supera em velocidade máxima nem mesmo o Passat com motor de 1 500 cm3”, dizia QUATRO RODAS. O motor VW 1600 a ar limitava a potência a 65 cv (Christian Castanho/Quatro Rodas) Em compensação, o teste registrava que, nas frenagens mais bruscas, o carro não alterava a trajetória e ressaltava o reduzido nível de ruído. Em defesa do desempenho de sua criatura, o criador afirma que, pelo fato de ter acordo com os principais preparadores da divisão 3 na época, boa parte da produção saiu com motor 2.0 e potência em torno de 110 cv. “O último deve ter sido feito em 1978”, diz Kiko. Sua estimativa é de 35 a 45 unidades produzidas no total. Ele seguiu carreira em economia e finanças, mas guarda em sua garagem algumas das melhores obras de Rino. Homenagem a um clássico da nossa indústria, o segundo GT Malzoni foi um atraente exemplo de como a paixão por carros passa de pai para filho. Faróis duplos escamoteáveis e carroceria de fibra de vidro (Christian Castanho/Quatro Rodas)
Fonte:
Quatro Rodas
Ficha técnica – GT Malzoni 1978
Grandes Brasileiros: GT Malzoni
Mais Novidades
21 FEV
Land Rover convoca recall de Range Rover e Range Rover Sport por falha nas setas
A Land Rover anunciou um recall de 48 unidades divididas entre Range Rover e Range Rover Sport, de ano/modelo 2018 e 2019. O problema está na possibilidade de os indicadores de direção (setas) não funcionarem corretamente. De acordo com a marca, os indicadores de direção podem falhar quando as hastes de controle montadas na coluna de direção são utilizadas, por um defeito no módulo de controle da carroceria/módulo do gateway. Com isso, os motoristas dos veículos ao...
Leia mais
21 FEV
Fechamento da Ford provoca queda de 40% no comércio em São Bernardo do Campo
Comerciantes vizinhos à montadora Ford, no Bairro Taboão, em São Bernardo do Campo, dizem já sentir os reflexos negativos do anúncio feito pela empresa nesta terça-feira (19) em fechar as portas da unidade no ABC Paulista. No começo dos anos 1960, São Bernardo do Campo ficou conhecida como a "Capital do Automóvel", recebendo plantas das montadoras Mercedes Benz, Willys, Karmann Ghia, Volkswagen e Fiat. Em 1967, a Ford adquiriu a fábrica da Willys-Overland e se estabeleceu na...
Leia mais
20 FEV
Prefeito de São Bernardo do Campo pede ação do Ministério Público contra a Ford
O Prefeito de São Bernardo do Campo Orlando Morando (PSDB) entrou na tarde desta quarta-feira (20) com uma representação endereçada ao Ministério Público do Trabalho pedindo "a adoção de providências voltadas a proteção dos interesses difusos e coletivos, decorrentes do risco de rompimento da relação do emprego e direitos dos empregados da referida empresa". Na terça-feira (19), a montadora anunciou o fim da produção dos caminhões e do Fiesta na planta do ABC. De...
Leia mais
20 FEV
Com dois motores turbo, VW T-Cross concorre com SUVs compactos e médios
– (Divulgação/Volkswagen)Quem esperava que o preço inicial do Volkswagen T-Cross ficaria na casa dos R$ 70.000 se surpreendeu.O primeiro SUV compacto da marca alemã custará a partir de R$ 84.990 em sua única versão manual, com motor 1.0 TSI de 128 cv. Com todos os opcionais disponíveis, a versão mais cara, com motor 1.4 TSI de 150 cv beira os R$ 130.000.A grande variação de preços e as duas opções de motores permite que o modelo dispute clientes com os SUV compactos mais...
Leia mais
20 FEV
Metalúrgicos aprovam acordo para viabilizar investimentos na VW em Taubaté
Os metalúrgicos da Volkswagen aprovaram na tarde desta quarta-feira (20) um acordo que pode viabilizar a produção de novos modelos na fábrica em Taubaté (SP). O acordo, entre o Sindicato dos Metalúrgicos e a montadora, mantém a maioria das atuais regras dos contratos de trabalho pelos próximos três anos. De acordo com o sindicato, o acordo tem como objetivo convencer a multinacional alemã a instalar da plataforma universal MQB em Taubaté - essa plataforma é versátil e...
Leia mais
20 FEV
Abandonado pela Ford, mercado de caminhões se recupera após crise no Brasil
A Ford anunciou, na última terça-feira (19), que fechará sua fábrica de São Bernardo do Campo (SP). A decisão resulta, além da demissão de milhares de trabalhadores e da descontinuação do Fiesta, na saída da marca do mercado de caminhões na América do Sul. A Ford diz que busca o retorno da lucratividade sustentável de suas operações no continente. A fabricante afirma que, para permanecer no mercado, precisaria fazer um grande volume de investimentos que não...
Leia mais