Novidades

13 DEZ
Grandes Brasileiros: GT Malzoni

Grandes Brasileiros: GT Malzoni

GT Malzoni

Foram produzidas menos de 50 unidades no final dos anos 1970 (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Criar um carro faz parte do sonho de boa parte dos meninos. Mas, daí para a realidade, as chances são quase as mesmas de se tornar um super-herói.

Já para o universitário Francisco “Kiko” Malzoni, que intercalava os estudos na faculdade de economia com modificações nos carros que dirigia, a empreitada não exigiria superpoderes. E aceitou o desafio de um amigo que queria um carro totalmente novo.

Aqui vale uma explicação e referência genética. Se você ainda não estabeleceu a ligação, Kiko é filho de Genaro “Rino” Malzoni, idealizador do Puma e um dos sócios da fábrica que o produziu.

GT Malzoni

As lanternas eram feitas com exclusividade para o esportivo (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Para executar o pedido de um carro exclusivo, ao fim de 1975 Kiko pediu ao pai a forma do GT 4R – esportivo do qual foram feitos apenas três exemplares, sorteados em 1969 entre os leitores de QUATRO RODAS (a história completa foi publicada aqui, e o relato do último exemplar restaurado recentemente você lê aqui), que serviria de base para o projeto.

O GT foi desenvolvido na oficina de um amigo no Rio de Janeiro. Pintura e acabamento foram feitos em São Paulo.

Rino gostou tanto do trabalho do filho que decidiu levar o carro ao Salão do Automóvel de 1976, ainda que achasse que o preço alto deveria inviabilizá-lo. Surpreendentemente, o custo de produção não foi suficiente para afastar os candidatos e os dois decidiram produzir o carro em Araraquara (SP), local em que foram concebidos os protótipos Puma.

GT Malzoni

Originalmente, os bancos eram de veludo com portas e painel de couro (Christian Castanho/Quatro Rodas)

GT Malzoni

Atrás dos bancos, um espaço para levar bagagens – ou crianças (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Quando QUATRO RODAS publicou suas Impressões ao Dirigir do GT em agosto de 1978, a produção já tinha sido transferida para Matão (SP), onde ficava a Marques Indústria e Comércio de Veículos, que adquiriu a patente do projeto.

Durante a reportagem, numa visita à fábrica, a reportagem conferiu uma versão conversível sendo desenvolvida. O cupê custava 220.000 cruzeiros, equivalente hoje a 162.000 reais.

Os bancos eram originalmente de veludo e reclináveis e as portas, revestidas de couro, tinham vidros elétricos.

Ao volante, a ergonomia não era perfeita: o pé tocava de lado o acelerador e o freio de mão baixava até espremer os dedos. Forrado de couro, o painel era completo, mas o volante atrapalhava a visão.

GT Malzoni

Painel completo, com direito a voltímetro, amperímetro e manômetro de óleo (Christian Castanho/Quatro Rodas)

A genérica opção pela mecânica Volkswagen a ar facilitava a vida do construtor, mas impunha realistas 65 cv à proposta esportiva do carro. “Equipado com motor VW 1600, o carro não supera em velocidade máxima nem mesmo o Passat com motor de 1 500 cm3”, dizia QUATRO RODAS.

GT Malzoni

O motor VW 1600 a ar limitava a potência a 65 cv (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Em compensação, o teste registrava que, nas frenagens mais bruscas, o carro não alterava a trajetória e ressaltava o reduzido nível de ruído. Em defesa do desempenho de sua criatura, o criador afirma que, pelo fato de ter acordo com os principais preparadores da divisão 3 na época, boa parte da produção saiu com motor 2.0 e potência em torno de 110 cv.

“O último deve ter sido feito em 1978”, diz Kiko. Sua estimativa é de 35 a 45 unidades produzidas no total. Ele seguiu carreira em economia e finanças, mas guarda em sua garagem algumas das melhores obras de Rino. Homenagem a um clássico da nossa indústria, o segundo GT Malzoni foi um atraente exemplo de como a paixão por carros passa de pai para filho.

GT Malzoni

Faróis duplos escamoteáveis e carroceria de fibra de vidro (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Ficha técnica – GT Malzoni 1978

  • Motor: traseiro, 4 cilindros boxer, 1.584 cm³, 2 carburadores de corpo simples, comando de válvulas no cabeçote
  • Diâmetro x curso: 85,5 x 69 mm
  • Taxa de compressão: 7,2:1
  • Potência: 65 cv a 4.600 rpm
  • Torque: 11,7 mkgf a 3.200 rpm
  • Câmbio: manual de 4 marchas, tração traseira
  • Dimensões: comprimento, 390 cm; largura, 168 cm; altura, 114 cm; entre-eixos, 240 cm; peso: 770 kg
  • Suspensão: Dianteira: independente, com barras de torção em feixes, barra estabilizador. Traseira: independente, com semieixos oscilantes, barras de torção, barra compensadora
  • Freios: disco nas rodas dianteiras e tambor nas traseiras
  • Rodas e pneus: liga de antálio, 6 x 13 na dianteira e 8 x 13, pneus radiais 185/70 HR 13

Fonte: Quatro Rodas

Mais Novidades

10 ABR

Honda PCX 150 ABS 2019: primeiras impressões

(function () { if (!window.thisScriptHasRunned) { window.thisScriptHasRunned = true; } else { return; } window.BACKSTAGE_VIDEO_BIG_VIDEO_AB_ENV_PROD = true; var waitForGlobal = function(key, callback) { if (window[key]) { callback(); } else { setTimeout(function() { waitForGlobal(key, callback); }, 500); } }; waitForGlobal('GloboAB', function() { !function(e){var n={};function... Leia mais
10 ABR

Defesa de Ghosn recorre ao Supremo japonês contra nova detenção

Os advogados de Carlos Ghosn, ex-presidente da Nissan e da Renault, apresentaram nesta quarta-feira (10) um recurso especial diante do Supremo Tribunal do Japão contra a decisão de mandar o ex-executivo de volta para a prisão. A defesa do brasileiro optou pela apelação especial, que permite "pular" instâncias intermediárias e comparecer diretamente à máxima autoridade judicial do país, depois que o Tribunal de distrito de Tóquio que instrui o caso aprovou na semana passada... Leia mais
10 ABR

Autodefesa: central do Fiat Argo 1.0 e 1.3 não roda Waze nem Google Maps

“O Waze só aparece na tela com o carro parado”, diz Fama (Chico Cerchiaro/Quatro Rodas)As centrais multimídia são um dos maiores argumentos de venda de automóveis novos atualmente, pois entre vários benefícios está o uso de aplicativos como Waze ou Google Maps espelhados na tela do equipamento. Mas proprietários de Fiat Argo 1.0 e 1.3 dizem que não têm esse benefício depois de comprar o opcional da marca que possui a tela de 9 polegadas.“O kit que equipa o meu Argo 1.3 Drive... Leia mais
10 ABR

Curso dos sonhos: aprender a domar um Porsche de forma segura (e rápida)

Clientes participam do curso com seus próprios carros, cujas placas são cobertas (Divulgação/Porsche)O icônico motor traseiro do Porsche 911 não é exatamente a melhor solução dinâmica para um carro esportivo. A massa concentrada além do eixo posterior incrementa a transferência de peso do carro em frenagens e tomadas de curva.Ou, em bom português: o 911 sai de traseira mais fácil do que dizer “agora danou-se”.Oficialmente a marca alemã diz que não há relação disso com a... Leia mais
10 ABR
Jeremy Clarkson: McLaren Senna é o melhor carro hoje, mas não o mais legal

Jeremy Clarkson: McLaren Senna é o melhor carro hoje, mas não o mais legal

O V8 4.0 gera 800 cv. Há freios de cerâmica nas quatro rodas e aerofólio ativo  (Divulgação/McLaren)O V8 4.0 gera 800 cv. Há freios de cerâmica nas quatro rodas e aerofólio ativo (Divulgação/McLaren)A McLaren tentou ao longo dos anos criar um supercarro que reescreveria as regras e faria com a Ferrari nas ruas o que esta fez tantas vezes nas pistas de corrida do mundo. Bater firme. O primeiro esforço foi o McLaren F1, que tinha posição de pilotagem central, o cofre de motor... Leia mais
09 ABR

Dinossauro de 32 anos: Peugeot 405 começa a ser feito no Azerbaijão

Uma fábrica novinha em folha para um carro que deixou de ser vendido no Brasil em 1997 (Reprodução/Internet)O Peugeot 405 não é vendido no Brasil e na Europa desde 1997, mas é o mais novo carro nacional do Azerbaijão.Por lá, será vendido como Peugeot Khazar 406. Há algumas diferenças em relação ao 405 vendidos no Brasil, como novos faróis, grade, o logotipo dos anos 2000, as lanternas bicolores parecidas com as do 605 e o painel sensivelmente modernizado, com plásticos que... Leia mais