Novidades

31 OUT
Impressões: Toyota Yaris, mais que Etios e menos que Corolla

Impressões: Toyota Yaris, mais que Etios e menos que Corolla

Aparência de Corolla e jeito de andar do Etios (Colin Dunjohn/Quatro Rodas)

Recentemente a Volkswagen anunciou o Virtus para ocupar a lacuna entre o Voyage e o Jetta. Este sedã, derivado da nova geração do Polo, terá como missão não apenas reconquistar os clientes do antigo Polo sedã, mas também roubar os consumidores do Honda City.

Nota-se, então, que o segmento volta a prosperar, mas o asfalto não será tão liso assim para o Virtus, pois a Toyota já prepara o sedã que promete colocar água no chope alemão da Volks.

O Yaris é o próximo lançamento da marca, previsto para chegar às concessionárias brasileiras no início de 2018, com produção em Sorocaba (SP), onde serão montadas as configurações hatch e sedã.

Com jeitão de mini-Corolla, Yaris será 19,5 cm menor que o irmão maior (Colin Dunjohn/Quatro Rodas)

Com a confirmação de nossas fontes no Brasil de que o Yaris é o carro que já roda em testes no interior de São Paulo, embarcamos para Bangcoc, na Tailândia, o único mercado em que o novo modelo está disponível por enquanto. Lá, andamos apenas no sedã (no caso, a versão intermediária).

Se na Tailândia o powertrain se baseia em um motor 1.2 de 86 cv com uma transmissão automática CVT, no Brasil deverá herdar o 1.5 do Etios e o 1.8 da versão de entrada do Corolla e com opção de câmbio manual e automático.

Saliência no topo da tampa: pseudoaerofólio (Colin Dunjohn/Quatro Rodas)

Aliás, essa mudança de motor do Yaris ao fazer as malas para o Brasil é o mínimo que se espera de um modelo que vai peitar os pesos-pesados da Honda e Volks, ambos mais potentes que o Yaris.

Com o 1.2, o tailandês tem desempenho bem limitado, mesmo quando usado na cidade – no caso, o caótico trânsito de Bangcoc.

O desenho do Yaris revela um upgrade em relação ao polêmico Etios e causa boa impressão à primeira vista. De perto, lembra bastante o Nissan Versa.

Ao vivo, o Yaris sedã lembra o Nissan Versa (Colin Dunjohn/Quatro Rodas)

Enquanto a dianteira segue a linha usada pela Toyota na penúltima geração do SUV RAV4, a traseira lembra a do Corolla norte-americano, o que deve agradar em cheio ao consumidor brasileiro.

As versões topo da gama virão com luz diurna (DRL) de led embutida no para-choque, separado do conjunto óptico. As luzes de neblina foram colocadas nas extremidades e um aplique de plástico preto dá um tom esportivo.

As maçanetas têm acabamento cromado na versão mais equipada, enquanto os retrovisores ganharam um aplique preto brilhante. Na traseira, a lanterna invade a tampa do porta-malas e a lateral da carroceria.

Na Tailândia, os carros adotam mão-inglesa (Colin Dunjohn/Quatro Rodas)

Em todas as versões, a luz de posição (lanterna), marcada por um filete de led, dá um toque de sofisticação – nas mais completas, as luzes de freio também são de led.

Denominado de Ativ na Ásia, a nova versão sedã do Yaris ganhou rodas de liga leve aro 15 na Tailândia. No Brasil, elas deverão ser maiores, com 16 polegadas.

Volante do Corolla

Por dentro, a receita da Toyota segue a mesma, com o simplismo que sempre fez sucesso em seus produtos, sem inventar moda e mantendo a boa funcionalidade e a ergonomia.

O painel fica atrás do volante, voltado a quem interessa, o motorista. Todos os vidros são elétricos, mas só o do motorista é do tipo “um toque” – e só a respectiva tecla é iluminada.

Volante multifuncional foi herdado do Corolla e é revestido de couro (Colin Dunjohn/Quatro Rodas)

O painel, atrás do volante, tem luzes azul e branca (Colin Dunjohn/Quatro Rodas)

A versão topo de linha vem com chave presencial para acesso ao carro e partida do motor. Também conta com volante multifuncional, herdado do Corolla, com teclas do computador de bordo, sistema de som, piloto automático e telefonia – tem até revestimento de couro.

O sistema de direção tem bom nível de assistência: confortável nas manobras e com peso suficiente para transmitir segurança em velocidades mais elevadas.

O ar-condicionado digital vem de série já a partir da versão intermediária, mas é de zona única de ajuste de temperatura. A central multimídia sensível ao toque é bem completa e de uso intuitivo.

Tela multimídia é sensível ao toque (Colin Dunjohn/Quatro Rodas)

O equipamento tem as mesmas funções do sistema do Corolla brasileiro, como GPS, leitor de CD e DVD, rádio, Bluetooth e câmera de ré e entradas USB, SD e HDMI.

O acabamento interno tem como destaque os revestimentos de tecido aveludado (bege ou preto), muito bonitos e agradáveis ao toque. As portas são forradas de plástico duro com aplique de tecido apenas no apoia-braço.

O painel segue usando o mesmo material das portas e com linhas pontilhadas nas bordas que imitam costura de couro, característica herdada do Corolla e da picape Hilux. Mas o desenho moderno compensa a aspereza.

Trio elétrico deve vir de série na versão brasileira (Colin Dunjohn/Quatro Rodas)

As saídas de ar são contornadas por plástico com aspecto de aço escovado, assim como as molduras da central multimídia, no centro do painel. Além dos porta-copos nas portas, há dois espaços no console central (iluminados por led) que podem receber até pequenas garrafas.

Acima do Etios 

Graças à nova plataforma modular TNGA, a Toyota conseguiu aproximar o Yaris dos rivais. São 4,43 m de comprimento ante 4,45 m do Honda City e os 4,47 m que deverá ter o Volkswagen Virtus.

O entre-eixos do Toyota Yaris é de 2,55 m, contra 2,60 m do Honda e 2,65 m do VW. Para se ter uma ideia do posicionamento do Yaris, ele é 5,6 cm mais comprido que o Etios Sedan e 19,5 cm mais curto que o Corolla. Em entre-eixos, o Yaris empata com o Etios e é 15 cm menor do que o sedã maior.

Os bancos não são revestidos em couro (Colin Dunjohn/Quatro Rodas)

Na traseira, há pouco espaço para a cabeça, mas, no centro, o piso é plano (Colin Dunjohn/Quatro Rodas)

O assoalho plano dá uma vida melhor a quem viaja no centro do banco traseiro, mas, se você tem mais de 1,80 m de altura, inevitavelmente irá encostar a cabeça no teto. Isso ocorre pelo infeliz casamento do banco traseiro alto e o teto com caimento acentuado. O porta-malas conta com bons 473 litros de volume.

Muito novo, o Yaris Ativ ainda não passou pelos testes de impacto dos institutos de segurança, mas a Toyota afirma que ele é construído com ligas de altíssima resistência.

Porta-malas do sedã tem 473 litros (Colin Dunjohn/Quatro Rodas)

O sedã vem de série na Tailândia com sete airbags: dois frontais, dois laterais, dois tipo cortina e um de joelho para o motorista, além de ABS (disco na frente e tambor atrás) e controle de estabilidade e tração, que pudemos experimentar em uma pista de baixo atrito utilizada pela concessionária Toyota que nos permitiu fazer o test-drive no Yaris.

Há também o assistente de partida em rampa, que mantém o carro parado por cerca de 3 segundos sem acionamento do pedal do freio.

Área sem pintura dá a impressão de uma supergrade na dianteira (Colin Dunjohn/Quatro Rodas)

A suspensão (McPherson na dianteira e eixo de torção na traseira) absorveu bem até as imperfeições do solo sem pavimentação, com comportamento muito próximo ao do Etios.

No mercado brasileiro, a Toyota deverá posicionar o Yaris na faixa entre R$ 60.000 e R$ 80.000, fechando assim sua gama de sedãs e brigando com boas armas no segmento que, ao que tudo indica, será dos mais disputados no ano que vem.

Veredicto

Ao colocar o Yaris entre Etios e Corolla, a Toyota topa a briga com um peso-pesado (Honda City) e uma grande promessa (Volkswagen Virtus). Se o bom nível de equipamentos e acabamento se mantiver na versão brasileira, a briga vai ser boa.

Ficha técnica – Toyota Yaris 

Preço estimado no Brasil: entre R$ 60.000 e R$ 80.000
Motor: gas., diant., transv., 4 cil. em linha, 1.1197 cm3, 16V, 72,2 x 72,5 mm, 11,5:1, 86 cv a 6.000 rpm, 11 mkgf a 4.000 rpm
Câmbio: aut., CVT, tração dianteira
Suspensão: McPherson (dianteiro), eixo de torção (traseiro)
Freios: disco ventilado (dianteiro), tambor (traseiro)
Direção: elétrica
Rodas e pneus: 185/60 R15
Dimensões: comp., 442,5 cm; largura, 173 cm; altura, 147,5 cm; entre-eixos, 255 cm; peso, 1.470 kg; tanque, 42 l; porta-malas, 473 l

Fonte: Quatro Rodas

Mais Novidades

10 FEV
Teste: novo Hyundai Santa Fe tem preço de SUV de luxo e detalhes de HB20

Teste: novo Hyundai Santa Fe tem preço de SUV de luxo e detalhes de HB20

Santa Fe cresceu e ganhou nova identidade visual, mais arrojada (Fernando Pires/Quatro Rodas)A chegada foi discreta. Não houve evento de lançamento e, até o fim de dezembro, ainda era a linha 2019 – ou melhor, a geração antiga – que aparecia no site oficial da Hyundai Caoa.Mas as concessionárias já exibem em suas vitrines há algum tempo a nova geração do Hyundai Santa Fe, acompanhada de uma etiqueta digna de causar surpresa (para não dizer perplexidade) a compradores de carros... Leia mais
10 FEV
Correio Técnico: por que carros 4×4 desligam o ESP ao acionar a reduzida?

Correio Técnico: por que carros 4×4 desligam o ESP ao acionar a reduzida?

Nos modelos da FCA, a reduzida desliga o ESP (Christian Castanho/Quatro Rodas)Por que modelos com tração 4×4 desligam o ESP quando a reduzida é acionada? – Larissa Camargo – Porto Alegre (RS)Porque nessas situações o controle de estabilidade (chamado de ESP ou ESC) pode mais atrapalhar do que ajudar. A reduzida multiplica a força de todas as marchas do carro (ou usa uma primeira marcha curtíssima, como no Renegade), e é acionada com o veículo parado. Nessas situações, é... Leia mais
10 FEV
Carro automático salta de 12% para 50% do mercado brasileiro em 10 anos

Carro automático salta de 12% para 50% do mercado brasileiro em 10 anos

Câmbio automático de seis marchas do VW Virtus (Christian Castanho/Quatro Rodas)A indústria automotiva brasileira amargou um prejuízo de R$ 100 bilhões na última década.Ainda assim, se viu pressionada por novas legislações, programas de melhoria de eficiência energética e demandas dos consumidores a aprimorar a tecnologia dos carros vendidos no país.Um estudo divulgado na semana passada pela Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) apontou como os... Leia mais
07 FEV
Salão do Automóvel terá venda de carros e “test-drive” de autônomos

Salão do Automóvel terá venda de carros e “test-drive” de autônomos

Confirmada no Salão, Jeep pode ser uma das fabricantes com pista off-road (Renato Pizzutto/Quatro Rodas)Apesar da debandada de fabricantes – 14 até o momento –, o Salão do Automóvel tem novidades que poderão ser aproveitadas pelas marcas que estarão presentes.A organizadora do evento, Reed Exhibitions, confirmou a criação de uma pista específica para a demonstração de carros autônomos, algo inédito no evento.Ela se juntará a outros espaços como pista para veículos... Leia mais
07 FEV
Minimoto com peças de Fusca agora pode ser comprada no Brasil: R$ 5.000

Minimoto com peças de Fusca agora pode ser comprada no Brasil: R$ 5.000

– (Garage 51/Reprodução)Lembra dela? A Lambrespa ganhou um espacinho no coração dos apaixonados pelo Volkswagen Fusca. Produzida com a base dos para-lamas do besouro, a minimotocicleta fez sucesso ao ponto começar a ser vendida no Brasil.Quando QUATRO RODAS falou com Rogério Jung – responsável pela criação do projeto no país – pela primeira vez, ele já mostrava entusiasmo pela sequência da produção, porém, não sabia que seria procurado por amantes do Fusquinha para... Leia mais
07 FEV
Coronavírus ameaça levar produção de carros ao colapso em todo mundo

Coronavírus ameaça levar produção de carros ao colapso em todo mundo

Fábricas de automóveis e de fornecedores de toda a cadeia produtiva estão paradas na China por conta do coronavírus. A falta de peças preocupa fabricantes do mundo todo (Reprodução/Internet)Não se iluda: apesar de o coronavírus ter origem na China, no outro lado do planeta, o efeito devastador do novo vírus é mundial. E a indústria automotiva é uma das que mais estão expostas à moléstia.Acontece que uma enorme parte dos automóveis e componentes produzidos no país sai de... Leia mais