A General Motors (GM) anunciou nesta terça-feira (28) um investimento de R$ 13 bilhões no Brasil, dobrando o montante anunciado no ano passado para o período de 2014 a 2019. De acordo com a empresa, o aporte extra de R$ 6,5 bilhões será destinado ao desenvolvimento de uma nova família de carros, que será produzida no país.
Segundo Dan Ammann, presidente da GM, esta nova família global terá 6 modelos diferentes e será responsável por 2 milhões de carros por ano no mundo inteiro. "O Brasil terá um papel importante neste plano", afirmou Amman.
Uma mesma plataforma dará origem aos diferentes veículos, que não serão do segmento de entrada, que é atualmente a linha Celta e Classic para a marca. Assim, o sucessor do Celta segue uma incógnita.
O executivo da GM apenas adiantou que os lançamentos, que começam a aparecer no mercado nacional em 2019, serão em segmentos de alto volume de vendas, ou seja, hatches, sedãs e SUVs compactos.
Família global
O investimento no Brasil faz parte de um plano global anunciado também nesta terça-feira, que prevê a destinação de US$ 5 bilhões para desenvolver, a nova família de veículos Chevrolet, direcionados para mercados emergentes, incluindo Brasil, China, Índia e México.
Mas o presidente da GM ressalta que cada mercado terá um modelo adequado às demandas do consumidor local. "Não é um carro único para o mundo inteiro", afirma Amman.
O investimento também inclui novas gerações de carros já existentes, como o Cruze, que entrou em nova geração nos Estados Unidos (e foi comparado até a um Mercedes-Benz).
"Já temos um grande número de engenheiros brasileiros trabalhando neste projeto, na China e nos Estados Unidos", disse Jaime Ardila, presidente da GM América do Sul, que também anunciou sua aposentadoria para o fim do ano. Barry Engle, atual CEO da Agility Fuel Systems, assumirá a posição na GM em setembro e sucederá Ardila.
Crise
Com vendas e produção em queda, o anúncio da GM é uma forma de reafirmar o potencial do mercado brasileiro. "Não somos cegos para as dificuldades atuais do mercado brasileiro, mas acreditamos que o país tem grande potencial a longo prazo", afirmou Ardila.
Atualmente, o grupo conta com cerca de 19 mil funcionários no Brasil e está usando todos os recursos legais para manter esse nível, segundo o executivo. "Mas não posso garantir que não haverá demissões", ressaltou.
A situação mais crítica é da planta de São José dos Campos, no interior paulista, onde 1,7 colaboradores estão em férias coletivas. No local são montadas as picapes S10 e Trailblazer, mas a unidade é a única da GM que ficará fora do novo aporte de investimentos.
"A fábrica de São José dos Campos não é competitiva para carros de passeio", afirmou Dan Ammann. Com isso, as unidades de Gravataí (RS) e São Caetano do Sul (SP) devem receber os novos aportes.
Não estão previstas novas fábricas no Brasil. O dinheiro deve ir principalmente para desenvolvimento de novas tecnologias e equipamentos, entre eles novos motores.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2019/t/A/3CwxqQTuiZxpH0GjR3VA/2-toyota-sorocaba.jpg)
